Dez

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Leone


Depois do expediente no escritório eu fui me exercitar na praia com meu primo Kaique. Eu estava muito ansioso para a recepção que aconteceria logo mais à noite e precisava relaxar um pouco. E a atividade física sempre me ajudava.

— Como vai a Mariana? Vocês estão namorando ainda, né? — perguntei assim que deixei a barra de exercícios, bebendo um pouco de água para refrescar.

— Estamos namorando, sim, primo. Mariana está cada dia mais encantadora. — Ele sorriu e seus olhos brilharam apaixonados.

Fiquei imaginando como era estar se apaixonar de verdade por alguém. Eu tive muitos casos, mas nunca senti nada forte por nenhuma das garotas com que me relacionei. Mas agora, estando ali na frente do meu primo, eu comecei a pensar que o amor deixava as pessoas nas nuvens. Era assim que ele estava.

— Kaique, como você se apaixonou pela Mariana? — indaguei, curioso.

— Leone, você sabe da história. Esqueceu?

— Não. Claro que não. Não foi quanto a isso que perguntei. Eu quero saber o que fez com que você se apaixonasse por ela?

— Ah, entendi! — Ele sorriu, deixou os exercícios de lado e se aproximou. — Primo, isso é meio complicado para explicar. É algo que acontece sem a gente querer. Num primeiro momento eu achei a Mari bonita, atraente... Depois que a gente se conheceu melhor, eu me apaixonei por ela e agora com a convivência, eu a amo. Posso afirmar isso.

— Hum... — Cocei o queixo, pensativo. — Eu já ouvi falar sobre a tal da química.

— É mais ou menos isso. — Ele riu.

— Kaique, eu preciso ir. Hoje tem a festa da escolha do empresário do ano.

— Claro, primo. Sucesso! — Ele sorriu.

Eu me despedi de Kaique e deixei a praia.

Cheguei em casa e fui direto para o chuveiro. Não podia chegar atrasado a esse evento de jeito nem um. Por isso, o meu banho não foi tão demorado como eu gostaria.

Ao sair do banheiro percebi que minha roupa para logo mais estava pronta. Antes de sair, Gilda tinha deixado meu terno e camisa passados, em cima da poltrona. Ela era mais do que uma mãe para mim. Sorri enquanto terminava de secar o cabelo, procurando uma cueca na gaveta do meu closet. Hoje eu usaria uma boxer branca. Achava sensual. Mas nem sabia o porquê havia escolhido aquela peça, afinal, eu não estava com esquema arranjado para depois da festa e nem tinha o menor interesse em encontrar com nenhuma mulher. A única que vinha na minha cabeça era a Cléo. E essa eu tinha que agir somente profissionalmente. Balancei a cabeça. Não gostava de pensar nisso.

Vesti o terno e tive dificuldade com a gravata. Tentei dar o nó milhares de vezes e não consegui. Por fim, desisti. Coloquei a gravata no bolso, pensando que Cléo poderia me ajudar. Ela sempre me ajudava. Era excelente em tudo que fazia e isso me fascinava.

Passei o meu perfume preferido e chamei um táxi. Não iria de carro, pois aproveitaria a noite para beber um pouco e me distrair.

Instantes depois eu estava esperando por Cléo, no hall do prédio dela. Estava respondendo uma mensagem para Kaique, quando ouvi o barulho das portas do elevador se abrirem. Cléo surgiu exuberante em um vestido longo vermelho. Fiquei sem reação. Não pisquei e nem desviei meus olhos dela. Ela estava tão... tão... Ah, ela estava maravilhosa! Linda e provocante. Não parecia a minha assistente, que usava roupas formais no ambiente de trabalho, e sim uma modelo dessas de capa de revista.

Manual de um cafajeste - Regras de seduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora