Sete

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Cléo


Depois de tomar um banho relaxante, eu me atirei no sofá e liguei a tevê. Escolhi uma das minhas séries favoritas e fiquei ali comendo pipoca e assistindo.

Em determinada cena uma das personagens falava que a outra era fútil e citava mais outros adjetivos. Na hora veio a minha mente a tal Patrícia, amiga do meu chefe. O meu estômago se embrulhou como havia acontecido no almoço, somente de lembrar a maneira com que a loira se portava. Futilidade e antipatia eram seu nome e sobrenome.

Não podia negar que a garota era linda, tinha um corpaço, cabelo liso e hidratado até a cintura, pele bem cuidada. Olhei para mim mesma e fiz uma careta. Fazia alguns meses que não fazia hidratação no meu cabelo e não ia a um salão de beleza. Eu precisava dar um jeito nisso. Afinal de contas, agora eu trabalhava com assistente pessoal do Leone. Só em pensar no meu chefe e seu sorriso de derrubar calcinha, eu já ficava em polvorosa. Tentei afastar aquelas ideias tentadoras da minha mente e me concentrei no seriado.

Ouvi um barulho na porta e Paulinha entrou. Ela também havia acabado de chegar do trabalho e estava tão cansada que preferiu se atirar no sofá ao meu lado do que tomar banho.

— Nossa! Que dia cansativo! — resmungou enchendo a mão de pipoca.

— Nem fala...

— E como está o seu trabalho com o chefe gostosão? — Sorriu maliciosamente de boca cheia.

— Desafiador! — Suspirei fundo e Paulinha me olhou sem entender.

— O que aconteceu?

— Muitas coisas... A primeira foi de manhã, quando eu cheguei. Ele me chamou na sala dele e quando eu entrei... Bem, ele estava só de... cueca e procurava por uma roupa no seu closet.

Paulinha me olhou de olhos arregalados de espanto enquanto eu me recordava do corpo do Leone seminu. Foi a coisa mais linda que eu já vi em toda a minha vida.

— Sério?! Ele estava só de cueca? Meu Deus! — gemeu dando um pulo e se erguendo do sofá. — Como você aguentou e não o atacou, Cléo? O homem é uma perfeição da natureza! Eu não aguentava. Juro!

— Paulinha, Leone é meu chefe e não um peguete que eu fico de vez em quando. Se bem que nem isso eu tenho — retruquei me levantando com o pote quase vazio de pipoca e indo em direção a cozinha.

— Não tem porque não quer. — Ela veio atrás de mim tagarelado. Recostou-se no balcão da pia e perguntou: — Além de ver o chefe gostoso de cueca, o que mais aconteceu hoje na empresa? Conta, Cléo!

— Almoçamos juntos... — Os olhos da Paulinha voltaram a crescer. — Enquanto estávamos conversando animados, uma amiga dele, loira, peituda — Fiz sinal com as mãos em frente ao corpo. —, corpo violão, durinho, sabe? Daquelas que malham pra caramba na academia. Cabelo bom, pele melhor ainda... Patrícia era o nome da perua. Futilidade em pessoa. — Revirei os olhos e comecei a lavar a tigela que antes tinha pipoca.

— E...?

— E o que, Paulinha? — rosnei sem querer para a minha amiga.

— O que aconteceu depois?

— Ela babava em cima do Leone, empinando o busto para frente, quase esfregando os peitos na cara dele. Ele ficou todo sem jeito, eu vi, embora não demonstrou. Apresentou-a como amiga e eu imaginei o quão amiga ela não podia ser. Amiga daquelas de passar noites e noites se emaranhando nos lençóis da cama dele. — Fiz uma careta sem querer. Aquele assunto estava me irritando.

Manual de um cafajeste - Regras de seduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora