X: mas que droga aconteceu, ela só foi trabalhar e acaba desse jeito?! — ouço ao longe.
Minha cabeça latejava e meu rosto inteiro doía.
Conheci Lily quando abri meu próprio estúdio de fotografia, ela foi a primeira que entrou pedindo um emprego desesperamente. Eu disse que não tinha condições de contratar ninguém pois acabara de começar o negócio, determinada, ela garantiu que traria todas os clientes que pudesse. Não pude negar. Desde então Lily é minha assistente, fiquei bastante conhecida por causa dela e provavelmente não terei a oportunidade de retribuir o favor.
Tessa: foi culpa do noivo dela — digo com certa dificuldade.
Abri os olhos e vi Oliver ao lado da cama, parecia tão preocupado... Ele logo pede para a enfermeira sair e volta a me encarar.
Oliver: por que ela te bateu?
Tessa: Brian não quis casar, disse que não estava pronto. Eu fui falar com ele, mas o idiota me agarrou, Lily viu e tirou suas próprias conclusões.
Oliver: ele te beijou? — fica sério.
Tessa: o empurrei na mesma hora. Só não queria que ele machucasse a Lily.
Oliver: e foi ela que te machucou — beija minha boca. Faço careta, sentindo meu lábio latejar. — Desculpe.
Tessa: tudo bem — forço um sorriso.
Oliver: seu celular não para de tocar — revira os olhos e me entrega.
Respiro fundo quando vejo um número desconhecido.Tessa: alô? — atendo.
Xx: advinha quem vai voltar para casa? — Solto o ar que prendia.
Tessa: oi, Caroline. O que aconteceu?
Caroline: senti saudade. Chego em duas semanas, mas quis avisar logo.
Tessa: pelo menos você ainda lembra dos amigos — ganho a atenção do Oliver.
Caroline: eu conversei com ele — pareceu advinhar.
Tessa: quatro anos atrás? Todos nós.
Caroline: não, nos vimos a dois anos, mantemos contato desde então.
Tessa: o que ele fazia em Miami?
Caroline: estava aqui com... — ouço a voz de um homem ao longe.
Meu Deus... Harry.Tessa: Carol?
Caroline: amiga, preciso ir, nos falamos depois — desliga apressada.
Encaro a tela do celular com a chamada finalizada e franzo o cenho.
Oliver: aconteceu alguma coisa?
Tessa: me pergunto isso há anos — recosto a cabeça do travesseiro pouco macio. — Quando vou poder ir para casa?
Oliver: estou esperando o resto dos exames, se estiver tudo certo será liberada antes que perceba.
Tessa: vai ficar comigo?
Oliver: médicos não podem tratar seus parentes.
Tessa: você não é meu parente, pode ficar tranquilo — sorrio.
Oliver: espertinha, mas não adianta, vai ficar sobre a supervisão do Peter — abre a porta.
Tessa: vai me deixar com uma babá?
Peter: na verdade, eu estou fugindo de ficar na pediatria...
Tessa: fica quieto — o corto.
Peter: sim, senhora — Sorrio.
Oliver: vou pegar seus exames e já volto — me beija, dessa vez com mais cuidado. — Tente não matar minha mulher, garoto.
Peter: pode ficar tranquilo, Doutor — bate em seu ombro, recebendo um olhar de desaprovação do Oliver. — Desculpe.
Assim que perco meu namorado pelo corredor, pego novamente o celular e disco o número da Lindsay.
Peter: não deveria ficar com a cabeça inclinada, pode causar sangramento.
Tessa: sente na poltrona e não fale nada até ele voltar, por favor — sorri amarelo.
O rapaz, que parecia estar no segundo ano de residência assente e faz o que pedi. Termino o que estava fazendo e coloco o aparelho no ouvido, esperando que minha cunhada atenda.
Lindsay: Tessa?! — atende ofegante, fecho os olhos.
Tessa: pode deixar isso para depois? Preciso falar com você.
Lindsay: só porque está calma demais... Vou falar com ela e já volto — diz ao Chris.
Christian: não vai me deixar assim!
Lindsay: se vira, tem duas mãos — ouço a porta ser fechada.
Tessa: pode falar?
Lindsay: agora sim.
Tessa: acho que a Caroline está escondendo alguma coisa.
Caroline Ray
Tento controlar a respiração, Tessa não é nada burra, com certeza notou que estou fazendo algo por suas costas. Terei que contar cedo ou tarde, mas essa escolha não é só minha.
Harry: já disse para não falar com ela quando estou aqui — fecha as janelas, pois ventava forte.
Carol: senti falta da minha amiga, será que posso?
Harry: claro que sim, desculpe — balança a cabeça. — Vamos pedir alguma coisa ou você vai tentar cozinhar de novo? — reviro os olhos ao ouvir sua risada.
Carol: vou ao mercado comprar material para uma torta de frango — levanto.
Ao terminar a frase, uma coisinha que mal mede um metro vem correndo até mim, agarrando minhas pernas.
Harry: acho que ela quer ir com você — sorri.
Olho para baixo e vejo os olhinhos brilhantes de Mia encarando-me. Como posso resistir?
Carol: tudo bem, princesa, vamos — a pego no colo e caminho para fora do apartamento.
Não é tão simples quanto parece contar tudo para Tessa, há diversos fatores que influenciam Harry e eu em omitir os fatos, um deles, inclusive, está tentando fazer uma trança no meu cabelo.
Mia: posso tomar sorvete? — deita em meu ombro.
Sorrio. Harry odeia quando a encho de açúcar, mas ninguém consegue negar quando ela faz beicinho.
Carol: o que o papai disse?
Mia: que não — droga, estava fazendo beicinho, suspiro e a desço do meu colo. Agacho, ficando quase da mesma altura que ela.
Carol: se me ajudar com as compras, prometo que lhe dou o sorvete, se prometer não contar para o seu pai.
Ela abre o maior sorriso que uma garotinha consegue, e em seguida abraça meu pescoço.
Mia: eu te amo, mamãe — meu coração acelera.
Carol: também te amo, meu amor.
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Sunrise
Teen FictionEscritora: Maria • Responsável pela história: Anny +14 • Na véspera do meu aniversário de dezoito anos, minha melhor amiga só tinha três coisas em mente: me fazer perder a virgindade com o garoto mais gato da festa, beber até cair e, claro, ver o na...