Capítulo 16 ☘

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Harry Dawson

Não tive a oportunidade de falar com Tessa, não havia ninguém em casa, seu celular estava desligado. O mesmo com Lindsay, também tentei ligar para ela, mas sem sucesso.
Com todas as tentativas de me comunicar sendo falhas, voltei para o Hotel Sunrise, ficava a poucos minutos e como já estava escuro, a caminhada foi prazerosa. Isso, claro, se eu tivesse me despedido da garota por quem me apaixonei perdidamente em apenas dois meses.
Abro a porta do quarto e vejo Oliver com uma cara nada boa, assim como eu, só que pior.

Harry: o que foi?

Oliver: Kylie vomitou sangue a pouco mais de meia hora — suspiro. O estado dela está piorando.

Harry: temos que ir. Já arrumou suas coisas?

Oliver: terminei agora pouco. Conseguiu falar com ela? — Nego — como não?

Harry: não se encontrava no restaurante, nem em casa. Seu celular estava desligado, assim como o da Lindsay.

Oliver: sinto muito, irmão — vem até mim e bate em minhas costas.

Harry: tudo bem, precisamos ir ou ela vai ficar pior.

Oliver: tem certeza que não quer ficar? — suspiro.

Harry: posso voltar no feriado da primavera, mas não sei se consigo abandonar a Kylie — ele sorri de lado, um sorriso triste.

Oliver: te entendo, também não a deixaria.

Pego minhas malas e as posiciono ao lado do elevador. Em seguida, vamos até o quarto ao lado, pego Kylie no colo, levando-a comigo, enquanto Oliver pega as coisas dela.

Kylie: nem em mil vidas vou merecer uma amizade igual a de vocês — suspira, encostando a cabeça em meu ombro, olho para Oliver, que sorri.

Harry: você vai ficar bem, gatinha, eu garanto.

Kylie: não tenha tanta fé, Dawson, é mais sério do que pensa.

Tessa Steele

Meu pai finalmente estaciona o carro, e após todos sairmos, ativa o alarme.
Eles perceberam que Lindsay e eu ficamos abaladas após a despedida com a Caroline, por isso Claire organizou um "dia em família", mesmo que não sejamos oficialmente uma. Nós fizemos trilha, nadamos em uma cachoeira linda e depois vimos o pôr do sol de um ponto turístico bastante popular.

Charles: ótimo, agora vão tomar banho, estão fedendo — encara Lindsay, Christian e eu.

Tessa: olha só quem fala... O gambá da esquina mandou pedir o perfume dele de volta — rio.

Charles: engraçadinha.

Claire: o que acham de pizza?

Lindsay: ah, não, mãe.

Tessa: comemos ontem.

Christian: e na semana passada — completa.

Charles: então eu faço o jantar, mas precisam mesmo de um sabonete.

Christian: tenho uma ideia melhor — abre a porta dos fundos, como estávamos na cozinha, e corre até a piscina, se jogando com tudo.

Olho para Lindsay sorrindo, a mesma assente e nós fazemos o mesmo.
Ah... A água estava extremamente fria, o que foi perfeito para abaixar a temperatura que nosso pai havia subido com tantas horas caminhando.

Lindsay: hoje foi tão divertido — vem até mim presa nas costas do Chris.

Tessa: até tinha me esquecido que estava triste — sorrio, realmente feliz.

Christian: eu odeio fazer esse tipo de coisa, mas foi legal.

Tessa: isso porque ficou para trás o tempo todo só para ter uma visão perfeita da bunda da Lindsay — tiro a blusa, que estava me deixando agoniada, ficando de sutiã.

Lindsay: sorte dele — diz, sem rodeios.

Tessa: estão assim agora?

Christian: assim como? — franze o cenho.

Tessa: deixando de se xingar.

Lindsay: o que eu posso dizer? Ele já se apaixonou.

Christian ia dizer alguma coisa, mas meu pai veio até nós, dizendo que tinha um recado para mim na secretária eletrônica.
Reviro os olhos.

Lindsay: deve ser do Harry, passou o dia todo sem falar com ele.

Christian: esse garoto é muito carente, puta que pariu — dá risada.

Tessa: falou o idiota que não desgrudou da Lindsay desde que pularam na piscina — sorrio amarelo e me enxugo com a toalha que Charles me deu, entrando logo após.

Caminhei em passos rápidos até a sala, coloquei a toalha no chão e sentei nesta, não arriscaria molhar o tapete persa que minha avó tanto se orgulha em dizer ter sido um presente seu.

Franzo o cenho ao ver um número não registrado na pequena tela, mas aperto o botão para ouvir a mensagem:

"Oi, Tessa, sou eu... Sei que não é a melhor forma de dizer uma coisa dessas, mas queria que soubesse que fiquei sem escolhas — o ouço respirar fundo. — A saúde de Kylie piorou muito nos últimos dias, Oliver e eu não sabíamos mais o que fazer, então resolvemos voltar para casa, assim ela poderia ser tratada da maneira correta. Sinto muito não ter deixado recado, mas te liguei o dia todo e não obtive nenhuma resposta, estou no avião, mas prometo que em breve estaremos juntos de novo. Até logo, morena. Eu te amo."

Quando o toque da secretária indica o fim da mensagem, solto o choro preso em minha garganta. Seguro as pernas e deixo as lágrimas molharem minhas coxas.

Uma tosse forçada chama minha atenção, então olho para a porta da cozinha, vizualizando meu pai de braços cruzados.

Tessa: o Harry foi embora — sussurro.

Charles: eu ouvi — se aproxima.

Tessa: é a primeira vez que ele diz o que sente e eu nem posso retribuir.

Charles: acredito que terá outra chance — senta ao meu lado e envolve uma mão em meu corpo.

Tessa: e se ele não voltar?

Charles: faz que nem eu; siga em frente. Não pode ficar presa a um amor de verão pelo resto da sua vida.

Tessa: mas não é só isso — levanto.

Charles: então o que é?

Tessa: sabe o que é sentir a necessidade de estar perto de uma pessoa?

Charles: todos os dias — sorri, me olhando.

Tessa: não estou falando de amor paterno — meu pai suspira e fica de pé.

Charles: você não precisa esquecer ele agora, mas me prometa que se Harry não te procurar em seis meses, vai viver sua vida — segura meu rosto.

Tessa: ele vai voltar — digo firme.

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