As aventuras de Jhonatan

O Ataque

"O som foi horrível."

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A primeira Coisa que passou pela minha cabeça foram aqueles filmes de ação, que a vítima sempre ficava parada quando aparecia um monstro gigante. Eu gritava pra ela sair correndo e só parava quando o monstro engolia ela por inteiro.

Primeiro: Esse monstro podia não ser grande, mas era absurdamente largo. A primeira vista podia se pensar que ele teria cerca de 1 metro de largura, só que não. Aquela coisa tinha mais dela escondido dentro do limo e das folhas dos galhos, o que daria, sobrando, uns 3 metros.

Segundo: Por mais que eu não gostasse da ideia, aquela coisa acabaria me engolindo por inteiro. Pensei em jogar alguma coisa, mas as grossas escamas dela impediriam qualquer tipo de ataque.

Aquela era a cobra mais anormal que eu já tinha visto a vida inteira. 

Eu estava tonto de medo, quando decidi correr em disparada pra cima do barranco.

Aquilo ia ser um duelo, e eu precisava Ganhar.

Mas ela atacou primeiro.

Pulei pra cima do barranco. Ela pro meu peito.

Mas nem ela, e nem eu conseguimos chegar ao destino. Ela acertou meu ombro, e pude sentir minha pele sendo rasgada por suas duas enormes presas. A força do impactou reduziu minha velocidade, me fez dar um meio giro para esquerda e ainda perdi altitude. 

Era um pulo fácil de fazer, meus pés no chão, e em seguida no barranco.

Mas claramente a cobra não me queria em terreno alto.

Pude ouvir o som seco e terrível de Osso se quebrando.

TRACK!

Meu ombro havia batido em uma raiz que brotava do chão. No momento não senti nada. Mas aí a dor veio. Súbita, e lancinante. 

Sangue escorria de meu ombro em uma leve onda, quente e poderosa. 

Tudo que sentia era dor.

Era uma sensação agonizante, desesperadora, e fechei os olhos na mesma hora, sentindo que isto ajudaria, mas ela triplicou de intensidade.

E, infelizmente, meus problemas haviam acabado de começar. A cobra havia caído no chão, mas, exceto por isto, ela parecia intacta. Tentei me levantar mas não podia me apoiar no braço esquerdo, e não era fácil focar na cobra. Tentei estancar o ferimento com a mão direita mas assim perdi o equilíbrio, e minha mão ficou suja de sangue. O queixo quebrado, e a perda de sangue havia me deixado fraco e tonto.

Olhei para a serpente, que deslizava vagarosamente até mim. Seu olhar continha um ar de triunfo, que mostrava claramente que ela não teria tempo para compartilhar o lanchinho da tarde. Ocorreu-me desviar da cobra bem na hora do ataque, mas eu já havia tentado isto antes.

Foi aí que bateu a ideia. Não era perfeita, mas tinha que funcionar. Tinha que ser preciso, e eu só teria uma chance.

Meus dedos buscaram e se afirmaram em volta da forma grotesca ao meu lado. Eu não poderia errar. Eu não vou errar. A cobra estava cada vez mais perto e o suor escorria pelo meu rosto. Se ao menos eu atingisse o olho...