9- Luísa

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     Sabe quando você vai ler um livro e chega na melhor parte? E você percebe que elas duran pouco? Pois, é. O que aconteceu comigo e o Thiago foi bom e durou pouco. Eu havia admitido que gostava dele. Sabe, eu acho que o namoro dele com a BarbiePatrícia acabou. Finalmente, meu Deus! Já estava mais do que na hora deles terminarem! Não me culpe por pensar assim! Se você gostasse de alguém e esse alguém namorasse com outro alguém (que você odeia só um pouquinho), você também torceria para eles terminarem!

       Eu realmente não espero que você entenda. Eu mesma não entendia o que sentia pelo Thiago quando estava perto dele. Era uma coisa estranha. Todo o meu corpo de arrepiava, meu estômago parecia virar do avesso, eu sentia minhas pernas fracas, nem conseguia pensar direito. Parecia até que quando ele estava perto de mim, não existia nada além dele no mundo! Era uma coisa louca! Se você souber que remédio se toma para tratar essa doença, me avise, está bem? Se eu fosse dar detalhes, você se surpreenderia!

       Quando eu estava perto dele, era como se eu estivesse voando... Era como se... O sabor dos lábios dele fossem a única coisa que mantinha viva, como se estar perto dele, fosse minha única razão de viver... O que era mais estranho, era que ele não saía da minha cabeça! Isso é tão estranho!

         Ok, voltando a ser eu e voltando à minha vida... Olhei mamãe rodando de um lado a outro da cozinha com o celular no ouvido. Eu não tinha a mínima noção do que ela falava, apenas a via daquele jeito fazia um bom tempo. Acho que não quero ser adulta, mamãe vive estressada. Senti alguém cutucar meu ombro e me virei para titia.

       - Vem, vamos dar uma volta. - Ela me puxou pelo braço.

       - Aonde nós vamos? - Perguntei, curiosa.

       - Vamos dar uma volta, ora! - Ela me deu uma piscadela.

        Sorri animada. Era uma manhã quente de sábado, não tinha aula e eu estava ansiosa pela segunda. Imagine por qual motivo... Porém, a ideia de titia me deixou alegre. Ela me mandou entrar no carro e deu partida.

        - Você já ouviu falar de um cemitério de parques de diversão? - Ela me olhou.

        - Não. Como é? - Perguntei.

        - Você vai descobrir, logo, logo! Quando eu morava aqui, ia para lá escondido. Era um pouco assustador, já que foi abandonado faz anos. - Ela sorriu.

         - Vai ser divertido! - Devolvi o sorriso.

         Ela dirigiu por alguns minutos, até chegar numa rua deserta e seguir por ela até avistarmos um portão fechado que a ferrugem cobria. Descemos do carro sorrindo muito e entramos quando titia abriu o portão. Saímos em disparada com velocidade. Quando ela parou, eu também parei e a olhei com um olhar conspiratório.

          - E agora? - Perguntei.

          - Vamos por ali. - Ela apontou uma casa coberta por uma mata espessa.

          Quase me engatei em alguns em alguns espinhos na hora de atravessar a cortina de mato. Tinha um carrinho de montanha-russa lá dentro, em cima de trilhos. Ela começou a empurrar o carrinho e eu me juntei para ajudá-la, vimos uma descida, então corremos para entrar no carrinho de cara feliz que faltava um dente e um olho. Pulamos no carrinho com um grito e nos ajeitamos sentadas uma do lado da outra. O carro desceu de uma vez, em alta velocidade. Tinha uma subida que achamos que ele não chegaria no topo. Acertamos. Ele parou.

        - Acho que... Ah! - Titia gritou quando o carro começou a descer.

        Meu cabelo cobria meu rosto, uma nuvem feroz vermelha. Quando chegamos onde tínhamos entrado, o carrinho desceu novamente e subiu, decendo outra montanha. Nós gritávamos muito e sorríamos ao mesmo tempo. O carrinho subiu e desceu várias vezes, virou de lado, ficamos de cabeça para baixo. Quando o carro parou, nós descemos, um tanto enjoadas, mas ainda rindo.

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