- Lulu, fique deitadinha aí no seu lugar! - Titia disse.Bufei.
- Eu quero levantar! São que horas? - Perguntei.
- 20:30 Luísa, agora fique quieta na cama. - Mamãe disse, me empurrando na cama.
- Eu tinha que encenar a peça! - Falei, desesperada.
- Eu falo com a diretora depois. - Mamãe disse, despreocupada.
- Mãe, a diretora vai me expulsar! Ela disse que se eu não apresentasse a peça, eu estaria fora do colégio! - Falei, alterada. Não sabia o que fazer.
Desde cedo, depois do meu acidente, que eu tentava persuadi-la a deixar que eu fosse para a escola. Eu não tinha quebrado nada... Só inventou de cair da escada do porão e torcer o tornozelo, né Lulu?! Minha consciência acusava. Eu estava atrás de tinta...
- Diretor nenhum transfere um aluno só por causa de uma peça. No máximo, você irá perder nota em algumas matérias. Talvez, em apenas uma. Você não é tão má aluna assim, Luísa. - Ela disse, me deixando sozinha no quarto.
Eu nem tinha visto o momento em que Titia havia saído. Claro, sou destraída demais para perceber tanta coisa. Passei a mão pelos bolsos do meu short e senti falta de um objeto retangular. Cadê o meu celular?! Será que ligaram pra mim? Ai...
Devagar, eu levantei da cama em um pé só, me firmando em alguns móveis pelo caminho. Meu celular devia estar por algum lugar daquela bagunça. Será que eu deixei no hospital?
Nunca fui boa em encontrar coisas, mas eu tinha que me esforçar um pouquinho. Depois de vários minutos perdidos sentada no chão procurando pelo meu celular, de quatro olhando por debaixo de tudo... Não o achei. Vai saber onde eu meti...
Me sentei novamente. Como se uma lâmpada se iluminasse acima da minha cabeça, eu lembrei onde poderia estar. No porão! Deve estar lá! Sorri contente e peguei minhas companheiras para o dia a dia: as muletas.
Tentei ser menos barulhenta o possível para não chamar a atenção de mamãe de novo, mas esbarrei no Diogo, o jardineiro.
- O que está fazendo aqui, mocinha? - Ele perguntou sorrindo do meu estado.
Fisicamente: sorri para que ele não me delatasse.
Mentalmente: Queria que você sumisse! Será que se eu soltar as muletas para bater nele, eu caio? (Provavelmente sim, melhor não tentar, sua sem noção).
- Diogo, está tudo bem por aí? - Minha mãe perguntou da sala.
Dei meu melhor olhar de súplica para ele.
- Sim, dona. Tudo ótimo! - Falou alto. - Me deve uma. - Ele murmurou no meu ouvido e foi na geladeira da cozinha pegar uma cerveja.
Deixei ele lá e fui para o porão, apressada. Odeio ele! E olha que eu raramente odeio alguém. Soltei as muletas para entrar no porão e sentei no chão. Eu literalmente ia descer a escada de bunda até lá em baixo, meu pé doía ainda, estava no gesso. Ai, que coceira...
Ainda bem que eu lembrei de ligar a lâmpada! Fui descendo os poucos degraus até chegar no chão e engatinhei por debaixo da escada, até encontrar meu celular no chão, com um arranhão de cima a baixo. Coitadinho... Deve ter caído do meu bolso quando eu prendi o pé no degrau e depois saí rolando na escada... Caramba, porque eu sou tão azarada?
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LULU?
RomanceEstá atrás de um romance? Gosta de personagens exóticos e viciantes? Procurou no lugar certo! Este livro aqui é minha estréia em comédia! Calma, calma, calma! É um romance, não uma comédia! Vamos conhecer o mundo da minha Lulu, que eu garanto, vocês...