28 | O dia em que tudo deu errado

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    Luara estava certa: Kailana estava mesmo muito estranha

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Luara estava certa: Kailana estava mesmo muito estranha.

A havaiana não deu um pio desde que acordamos e muito menos quando chegamos no colégio. E, quando alguém perguntava alguma coisa, ela só respondia o necessário ou murmurava algo em concordância. A ressaca definitivamente já havia passado, então estava mais do que claro que existia sim algum problema.

Contudo, eu não tive chance de perguntar o que diabos estava acontecendo, porque, assim que o sinal bateu informando o início das aulas, a voz da diretora soou nos alto-falantes chamando o meu nome.

  A forma como todo mundo me encarou quando a diretora pediu para eu me dirigir até a sua sala me fez ter certeza que eu estava encrencada. E eu até imaginava o motivo.

— Amélia Machado? — a mulher da recepção perguntou quando parei perto do balcão, assenti — A Diretora Hale está lhe aguardando — ela apontou para porta de vidro temperado e eu sorri agradecida, forçando minhas pernas bambas a seguirem para lá.

  Bati duas vezes antes de empurrar a porta e por minha cabeça no pequeno vão entre ela e a parede, atraindo a atenção da diretora.

— Amélia! Por favor, entre! — a mulher ruiva se levantou e apontou para uma das cadeiras acolchoadas na sua frente.

   Abri a porta por inteiro e me acomodei, deixando a minha mochila cair perto de meus pés, que não paravam quietos por causa da minha ansiedade.

— A senhora queria falar comigo? — tentei dar início aquilo, o que deu certo já que a diretora Hale sentou-se na sua cadeira para poder conversar.

— Srta. Machado, suponho que já deve ter uma ideia do motivo de estar aqui, certo? — ela me olhou sob os óculos estreitos de grau e eu anui — Ótimo! Gosto de ser direta — sorriu.

— Okay — sem nada para acrescentar, concordei.

— Chegou nas mãos da direção um vídeo em que você agride um aluno no local de uma festividade escolar, o que é extremamente grave — ela esperou que eu negasse, mas, vendo que eu não o faria, ela continuou: — Nós somos instruídos a lidar com alunos que possuem comportamentos violentos da seguinte maneira: nós convocamos os pais dessa pessoa, conversamos sobre o incidente e, além da suspensão, sugerimos que faça terapia com a nossa psicóloga para o controle da raiva.

— Mas...? — estreitei os olhos em sua direção ao perceber que aquele não parecia ser o meu caso.

— Eu investiguei o motivo da briga e, para ser bem sincera, entendi o porquê de ter feito o que fez — ela me olhou como se familiarizasse com algo — Amélia, eu não acho que devemos combater violência com mais violência, mas, o seu pequeno ato de coragem e raiva fez mais bem do que mal.

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