23 | Laninha e Heitor

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  Eu e o Benício mal pudemos voltar a nossa conversa, pois o Caleb caiu desmaiado a alguns metros da gente

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Eu e o Benício mal pudemos voltar a nossa conversa, pois o Caleb caiu desmaiado a alguns metros da gente.

Ben se desculpou por ter que ir embora mais cedo e daquela maneira, mas eu o tranquilizei, o garantindo que estava tudo bem. A verdade era que eu estava admirada com ele, que havia largado mão da própria diversão para cuidar do amigo bêbado. Não conheço muitas pessoas que fariam o mesmo.

MEEEEEL! — escutei Lana berrar no pé do meu ouvido quando a encontrei.

A morena parecia mais alegre do que o normal e eu suspeitava que a causa disso era o seu copo de plástico vazio.

— Quantos desse você já bebeu? — eu perguntei ao cheirar o seu hálito — E cadê a Luara?

— A Lua? — ela olhou ao redor de si mesma — , ela tava aqui e puff — fez uma explosão com a mão — Sumiu! — então gargalhou.

— Okay, que tal a gente ir embora agora? — eu perguntei enquanto tirava o copo de sua mão e o apoiava em uma mesa perto da gente.

— Agora? — ela coçou a cabeça e a tombou pro lado — Nãaao!

— Laninha? — uma voz masculina chamou a garota que se virou para trás.

Então o dono da voz surgiu e eu o observei chegar por cima do ombro da morena, que tinha um sorriso bobo.

— Achei você! — o garoto ruivo disse, se aproximando da gente com um olhar predatório que me fez franzir o cenho.

— Desculpe, mas quem é você? — eu perguntei com os olhos semicerrados, o parando antes de chegar mais perto.

— Amélia, esse é o Heitor! — Lana me respondeu como se fosse o óbvio — Aquele crush que eu te contei e que, sinceramente, acho que é o amor da minha vida.

— Acho que você está um pouquinho fora de si pra decidir isso — eu falei em um tom que só ela pudesse me ouvir.

— Então, Laninha, tá pronta pra fazer aquele lance que a gente combinou? — o ruivo se aproximou com um sorriso malicioso.

A menina abriu a boca para responder, levantou o indicador, mas a fechou por algo ter fugido da sua mente.

Traição é traição, romance é romance, amor é amor, e um lance é um lance — cantou e gargalhou sozinha, se curvando pra frente com a mão na barriga.

— Heitor, certo? — me dirigi ao menino que me deu atenção — Olha, ela claramente não está em condições de fazer nada no momento, então eu vou levar ela pra casa — expliquei a situação enquanto passava um braço da Kailana por cima do meu pescoço.

— O quê?! Para com isso, ela tá ótima! E, aliás, quem diabos é você pra decidir o que é melhor pra ela? — me assustei com a hostilidade acusatória na voz do tal do Heitor.

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