10 | Alfinetadas e Fofocas

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   O restante das aulas seguiram, para o meu espanto e alívio, perfeitamente normais

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O restante das aulas seguiram, para o meu espanto e alívio, perfeitamente normais.

Todos os professores decidiram saudar os novatos, que descobri serem muitos, de forma geral ao invés de fazerem pequenas entrevistas vergonhosas na frente da sala inteira.

Quando o sinal bateu, informando o horário do almoço, o professor de literatura liberou a classe. Luara foi quem me conduziu até o refeitório, que descobrir ser ao ar livre na parte de trás do colégio, que dividia a escola do ginásio. Kailana já estava lá, sentada sozinha em uma mesa redonda vermelha, quando chegamos.

— E então? Como foi? — ela perguntou animada assim que eu sentei no banco grudado ao chão.

— Até que legal.

Seu sorrio murchou.

— Legal? Só isso? Sério? — desdenhou.

— Os professores introduziram as matérias e eu descobri que estou até que avançada em algumas. — resumi, batendo minhas unhas contra a superfície da mesa.

— Mel, eu não quero saber da parte chata. Eu estou perguntando sobre o que você achou das pessoas, se alguém falou com você, se grudaram chiclete na sua carteira ou fizeram alguma trolagem estúpida de boas-vindas, se você achou alguém interessante, se passou algum mico...essas coisas, sabe? — ela gesticulou agitada, realmente curiosa sobre todos os mínimos detalhes que eu nem sequer havia notado.

Fechei um dos meus olhos em uma careta e passei mentalmente o dia em minha cabeça.

Ah, a Franciele não me reconheceu e ficou surpresa quando soube que eu estava morando na sua casa — eu contei e ela pareceu satisfeita com a resposta já que fez disso um tópico da conversa.

— Mas ela não te viu na minha casa? — perguntou confusa, mas nem sequer esperou por minha resposta — Não me surpreende. Aquela dali não sabe olhar pra outro lugar, além do próprio umbigo e a língua do meu irmão.

— E outras coisas — Luara acrescentou do seu lado no que deveria ser um murmúrio.

— O quê? — virou o seu rosto para encarar a amiga, que não esperava receber aquela atenção.

— É...você sabe — Luara empurrou o ombro dela com o seu.

— Não sei não — disse ainda mais confusa.

— Outras coisas — a latina olhou para baixo e nós duas acompanhamos seu olhar, mas, percebendo que ainda nenhuma de nós havia entendido, ela disse de uma vez: — As partes baixas dele!

Eca, Luara! Eu não acredito que você me fez imaginar o meu irmão nu! — Lana fez uma careta enojada e chacoalhou a cabeça para os lados, provavelmente tentando tirar a cena da mente.

— Foi você quem perguntou! — Luara se defendeu — E, além disso, todo mundo sabe que eles transam. Então é natural que ela já tenha visto os países baixos dele.

De Sol a SolOnde histórias criam vida. Descubra agora