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Karol

Estava muito mal, não tava afim que rebater nada. Ele pediu pra dormir aqui e eu deixei, eu só queria chorar em paz. Eu odiava ver minha mãe brigando com aquele cafajeste. Minha vontade era sumir!!

- Vamos assistir um filme? - ele me olhava com um sorriso no rosto, tentando me animar - eu não quero - falo colocando meus pés no sofá e abraçando-os

- então vamos lanchar. Que tal pipoca?

- eu não estou com fome.

Ele da um pulo do sofá se levantando, me assusto com o movimento.

- vamos fazer a pipoca e vamos assistir um filme bem legal! E não quero ouvir um não como resposta! Vem! - ele puxa minhas mãos me fazendo levantar do sofá - você vai ser minha assistente

- Aí vizinho eu não quero! - me levanto e cruzo os braços - que menina mais marrenta! Um menino lindo desses, cozinhando pra você, e você ainda reclama! - ele caminha pela minha sala até a cozinha

- cozinhando? Você vai fazer apenas pipoca -  eu sigo ele, é, ele tava me fazendo sorrir.

- onde está os ingredientes? - apoiado no balcão da minha cozinha, ficamos frente a frente

- você quer dizer, o milho da pipoca né? - eu falo cortando o barato dele

- que menina sem graça! - ele franze a testa

- Aí desculpa - dou uma gargalhada - eu não conseguir me conter - os olhos dele observava com atenção, tudo em mim - ei! - empurro ele, que bate no balcão - acorda! - sorrio muito

- seus olhos são tão lindo! - ele caminha em minha direção, ficando muito próximo a mim

- você.. - a mão dele vai até a minha cintura, me dando um choque - o, o milho da pipoca, eu .. eu vou buscar - gaguejo dando uns passos para trás, saindo da frente dele.

Eu pego o milho, e o ajudo a fazer a pipoca. Não precisava de duas pessoas pra fazer uma pipoca, mas o humor dele estava me fazendo tão bem.. Enquanto ele fazia a pipoca, eu estava encostada no balcão o vendo, ele contava uns piadas tão sem graça, que nossas gargalhadas ecoavam na cozinha. Subo as escadas que dá acesso ao meu quarto, pego um cobertor e uns travesseiros, pois tinha começado a chover e estava ficando frio. Tudo estava pronto, estávamos de frente a Tv, com o cobertor sobre as nossas pernas, e com um balde de pipoca sobre o nosso colo. O filme foi maravilhoso, melhor coisa que poderia ter acontecido hoje.

- gostou do filme? - ele estava de lado me olhando, aquela barba mal feita estava mexendo muito comigo

- gostei sim, obrigada por tudo! - toco em sua mão - não precisa agradecer - ele da um sorriso muito bonitinho - agora, se você espalhar para suas amigas que assistiu um filme comigo, é bem capaz que elas queiram também - ele começa a sorrir, mas eu não achava graça - pra elas eu vou cobrar!!

- você é muito palhaço sabia? - dou um sorrisinho frouxo, eu não queria admitir que tinha achado engraçado

- palhaço é meu nome do meio - e como você se chama?

- Ruggero, mas pode me chamar de Rugge

- eu vou chamar você de palhacinho!! - dou uma gargalhada - me fala mais sobre você - eu queria conhecê-lo melhor

- Me chamo Ruggero, Rugge. Eu tenho 19 anos, eu moro com meu pai desde os 16 anos, é, meus pais também são separados. Eu gosto muito de cantar - o interrompo - você gosta de cantar? - pergunto muito surpresa

- sim, você também gosta? - ele me olha muito surpreso

- gosto!! - falo muito eufórica - mas eu prefiro dançar, eu danço muito!! - falo me gabando

- olha só como ela é modéstia! - ele da uma gargalhada, e minha cara se fecha - é o meu convívio com você! - volto a sorrir kkk

As horas estavam bem avançada, dou um beijo na sua bochecha, e vou para o meu quarto. Ainda bem que estou de férias, não preciso me acordar tão cedo para ir ao colégio. Vou ao banheiro tomar meu banho, mesmo com o tempo chuvoso, aqui em casa é muito quente. Tomo meu banho e vou na gaveta pegar um pijama limpo. De todos os momentos difíceis que passei com a separação dos meus pais, hoje foi a primeira vez que eu não estava tão triste, ele parece um anjo, dando uma paz em meu coração.

Acordei um pouquinho feliz, em lembrar da noite divertida que passei com o vizinho. Eita, o nome dele é Rugge. Era umas 7:30am quando me levanto, de pijama eu desço as escadas sem fazer qualquer barulho. Na metade da escada o vejo. Ele estava deitado de lado no sofá, com o coberto entre seus braços e sem camisa. Ele estava sem camisa!!! Dava pra ver um pouco do seu abdômen, me fazendo paralisar o meu olhar por longos segundos! Aquele cabelo encaracolado bastante bagunçado, me fazia olhá-lo ainda mais, ele parecia um anjinho dormindo. Esse vizinho vai me dar muita dor de cabeça..

O VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora