Mistério

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Realmente atração é algo que acontece apenas no bater de nossas pálpebras, e se agita, espalhando jatos de sensações alertando nossos corpos de que aquele genes será perfeito para uma futura cria

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Realmente atração é algo que acontece apenas no bater de nossas pálpebras, e se agita, espalhando jatos de sensações alertando nossos corpos de que aquele genes será perfeito para uma futura cria.

E o genes daquele garoto era assustador, a beleza dele com toda certeza devia ser um problema até para si mesmo.

Tudo que guardava dentro de mim por um trauma que foi se alastrando por toda vida vinha à tona. Ele estava aqui, comendo da minha comida, tinha voltado a refletir sobre meus olhos sua presença, me fazendo voltar exatamente a ser como antes, uma criança abobalhada e apaixonada por cada gesto que fazia.

As mãos tocando o guardanapo encima da mesa, a colher com o líquido da sopa em contato com os lábios, seus olhos que não se encontravam com os meus vagando-se entre o alimento e o vazio, o tecido grosso da blusa de manga longa que usava dobrada na metade do braço.

Em poucos segundos, mesmo que de uma certa distância, eu já o observava por completo, e infelizmente, me concluía amolecida por ele, talvez até novamente apaixonada por ele.

Mas, eu não era mais criança, agora sou uma mulher, e jamais deixaria um homem novamente brincar com meus sentimentos, jamais seria fraca ao ponto de me rebaixar pelas migalhas que me jogavam, tentaria me agarrar nisso até o fim.

Já sentia que seria difícil conter meus instintos, ele, o garoto dos cabelos negros, sempre seria meu ponto fraco.

- Também não vai comer? - sua voz soa, grossa, arrastada, e seus olhos se encontram com os meus ao perguntar.

Meu sorriso era sem graça, não conseguia não me sentir de outra forma ao lado dele.

- Ah não, desculpa, Sasuke, eu já comi um pouco mais cedo.

- Está certo.

Ele era direto, objetivo, percebi logo de cara. Talvez não gostasse de conversa, ou talvez, também se sentia como eu.

Entretanto, sua frieza, seu coração de gelo abria a convicção que não tinha mudado. Ele apenas se levanta, agradece pela comida, e se tranca dentro do quarto. Eu queria dizer tanta coisa para ele, queria saber se lembrava de mim, queria saber como tinha sido sua vida desde que nos beijamos pela última vez.

Queria dizer que o gosto dos nossos lábios adolescentes se tocando ainda era sentindo em minha carne, que nem mesmo outras bocas que beijei foram capazes de substituir.

Queria lhe confessar que por muitos anos neguei que tinha o beijado por amor, que forcei-me a acreditar que o que aconteceu foi apenas um de milhares de sonhos infantis que tive com ele. Que conseguir no tempo bloquear seu nome, seu jeito, sua beleza de minha memória, e que era a mulher mais incrível do mundo por conseguir esse feito, sabia o quanto era difícil esquecê-lo, e que muitas não conseguiram como eu.

Queria falar tanta coisa boba, tanto sentimento idiota que guardava dentro de mim. Todavia, tudo isso seria apenas indagações para mim mesma, Sasuke sempre seria o segredo de minha mente.

My So-Called Life (reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora