Docilidade servil

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E não era só de areia, era também de chuva

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E não era só de areia, era também de chuva. No meio do caminho, já voltando para o apartamento após a entrevista, começa a chover, porém, não uma chuva qualquer. Caía um temporal violento que estava arrastando praticamente tudo, fiquei encalhada na calçada enfrente uma farmácia a duas quadras do "meu" prédio.

Era impossível de se sair, não pela água que despencava até que pacientemente, mas sim pelo vento que de repente pareceu super disposto a querer me matar.

Eu era tão ferrada que nem dinheiro para comprar um guarda-chuva e tentar voltar para casa, mesmo correndo risco de morte, tinha. Entrei no estabelecimento, a fim de esperar aquela chuva passar, e fiquei chocada com os preços. Vinte doláres em um objeto que nem se usava tanto era praticamente um assalto. E também, nem sei por que olhei, o dinheiro que tinha já estava totalmente comprometido. Como sempre, quando vejo algo que me deixa indignada, tenho que fazer aquele "mini" pequeno barraco, não era barraco, era apenas indignações de como o capitalismo era cruel com os desprovidos de capital.

Parecia que só porque estava chovendo o preço do guarda-chuva triplicava. Coloquei em minha cabeça de nunca, jamais entrar naquela farmácia novamente, só por que estava morando numa cidade totalmente fora da minha realidade não queria dizer que seria feita de idiota. Ao voltar pra fora, quase sendo expulsa do local, vejo que não só a chuva estava piorando como se formando uma densa neblina. Bufo irritada e reclamando pra tudo quanto é lado sobre como a sorte é minha melhor amiga, só que não.

Coloco minha mochila no chão, e me sento encima dela na beirada da calçada já que era o único lugar que poderia ficar no momento. Para falar a verdade o dia não estava sendo tão ruim assim, tinha finalmente conseguido um emprego, de lavadora de pratos, mas, era um emprego.

O problema é que iria consumir muito de meu dia e diminuiria o disponível para estudar, teria que me jogar de cabeça todas as noites até á hora de dormir. Fecho meus olhos e não consigo deixar de pensar na vergonha que passei essa manhã, eu tinha que esquecer e parar de perder tempo pensando em um cara. Eu não tinha mais psicológico para enfrentar toda aquele drama novamente, homens davam dor de cabeça, eu não queria mais dor de cabeça, não queria ter ainda mais decepções, não podia atrair ainda mais problemas para minha vida.

E ali eu me decidir, não seria mais atingida por qualquer coisa, não ficaria abalada por qualquer bobagem como uma adolescente idiota.

Pois convenhamos, era uma tremenda idiotice sequer me interessar por um cara como aquele, nem se eu quisesse daria certo, não tenho mente para aguentar carregar um homem com a beleza como aquela ao meu lado, eu me conhecia, se tem uma coisa que sou mais do que azarada, é ciumenta.

Em um dia faria aniversário, meu tão aguardado dezoito anos, era a deixa da vida adulta para esquecer qualquer pensamento infantiloide sobre Sasuke, até mesmo qualquer raiva restante.

Eu aposto que uma hora dessas mais de mil garotas muito mais a ver com ele estavam lhe esperando, lhe ligando, lhe implorando por atenção.

Pois se já era assim na época do colegial, hoje em dia, deveria ser numa proporção muito maior.

My So-Called Life (reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora