Tempo que se repete

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Viver com ele me traria pensamentos demais, vontades demais, com ele não saberia como mediar palavras antes de agir

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Viver com ele me traria pensamentos demais, vontades demais, com ele não saberia como mediar palavras antes de agir. Sei que pareço fraca a quem não entende, mesmo quando minha mente está me matando, digo que está tudo ótimo, pois não quero ter que explicar que não tenho mais controle sobre mim mesma. Eu não queria admitir que ele mexia comigo ao ponto de até seu olhar tencionar cada músculo do meu corpo, tentava manter o rosto sereno ao seu lado para não notar, mas Sasuke parecia agora me notar, e notar exatamente em cada mísero pedaço. Sem mesmo agir como esperado, ele me faz enrubescer como uma menininha de doze anos, e nem ao menos mais me sentia ridícula.

Não queria ouvir de ninguém além de mim mesma que estava sendo exagerada por me deixar abater por um garoto popular. Não era tão simples, eu não era como a Ino que poderia matar á vontade lhe agarrando a hora que quisesse. Além do fato de estar dividindo uma casa, meu coração era fraco e mais fraco ainda por ele, por ser quem ele é e o que já representou na minha vida.

Eu mentia em pensar que foi só uma paixãozinha adolescente.

No fim ele poderia apenas estar querendo curtir e fingir exatamente como agora, que nada aconteceu entre nós. Ele sequer dava a entender que já me "conhecia", era como se fosse uma desconhecida. O que não era mentira, mas também uma confirmação de que seu passado em relação a mim não foi o mesmo que o meu. Eu era uma boboca romântica assídua, que assistia novelas e via filmes de princesas ainda achando que poderia ter um final feliz.

Contos de fadas existiam apenas na nossa cabeça, moldados por um padrão social. Mas, como sempre, eu não tinha como ir contra minhas vontades, Sasuke era mágica, era um encanto, ele era perfeito e gentil como um verdadeiro príncipe. Seria muito difícil me conter, eu era carente e mais do que tudo, ainda meia apaixonada por ele.

Estava lavando as vasinhas do almoço, e ele me ajudava. Não queria ajuda, mas Sasuke não ligou pra esse fato, estava em pé ao meu lado secando com o pano de prato as panelas que o passava.

O celular dele estava na pia, bem próximo de mim. Vi o momento que ele recebe uma mensagem no whats, com o nome de seu pai, cheia de palavrões. Disfarço, mas a angústia bate no peito como um soco, as famosas "borboletas no estômago" se debatem, e sinto uma tristeza horrível por dentro. Realmente a relação dele com a família era bem pesada, ao ponto de ter brigas o tempo inteiro.

Respiro fundo e o deixo lá secando as últimas vasinhas, sozinho na cozinha. Era um assunto que ele não queria tocar com ninguém agora, e iria respeitar, com calma podia entender melhor. Preparo minha mochila retirando todos os materiais da faculdade, procuro por meu uniforme, era obrigatório usar para trabalhar, mas, o colocaria apenas quando assim chegasse.

Antes de pegar minha chave dou uma olhada pela visão da janela de meu quarto, o dia estava bonito de se ver por entre o apartamento, o céu tinha se aberto, estava um sol brilhante iluminando a cidade.

My So-Called Life (reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora