Meu mundo estava praticamente prestes a desmoronar antes mesmo de entrar na faculdade. Meu Deus como acabei desse jeito? Tudo parecia o começo de um grande apocalipse que levaria a minha pobre e inocente pessoa a rastejar pelos esgotos mais estranho...
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Como me arrependo de ter criticado um dia as técnicas de mamãe de como se organizar roupas dentro de uma mala. Estava passando tanta raiva pra refazê-las que já tramitava pela minha cabeça deixar grande parte para trás. Parecia fácil quando a via amassá-las em rolinhos milimétricos uma por uma e encaixa-las em cada espaço mirabolante que sobrava, ela sabia aproveitar todas as brechas, e eu, mal conseguia dobrar uma calça jeans corretamente.
Não podia deixar minhas roupas, tinha trago até que poucas para não ter tantas para lavar, no entanto, sou um horror no quesito organização. Eu odeio bagunça, acho que vocês já sabem disso, mas, bagunça no sentido de pessoas, pois para arrumar objetos de casa era a preguiça em forma de gente.
Definitivamente teria que mudar isso em mim mesma, principalmente agora que estarei indo morar numa casa de favor, com um completo desconhecido. Não podia jamais me mostrar sendo uma pessoa desorganizada e preguiçosa para tarefas domésticas. Teria que engolir certos sapos, precisava dessa ajuda e não poderia perdê-la mais.
Consegui arranjar um jeito horrendo de encaixar tudo na mala, porém, sabia que quando for desfazer teria que passar todas as roupas se quisesse usar e não parecer uma doida varrida amassada. Esqueci de olhar onde ficava a área de serviço quando estive na casa, então, por via das dúvidas, também levo meu ferro de passar.
Um lado da mala estava mais inchado que o outro a fazendo quase não ficar de pé, reviro os olhos e parto logo para fazer a outra, a dos sapatos e cosméticos. Aqui foi mais tranquilo, pois era tudo mais fácil de espremer, apenas minhas queridas pantufas deixei do lado de fora, ia levar numa sacola, eram moles e não queria as deformar.
Finalmente minhas malas estavam prontas, desde ontem a noite estava tendo problemas com elas. Levanto-me, passo uns breves minutos olhando e pensando como minha vida era maluca, na verdade, em como tudo sempre tende a dar errado.
Achava que aos dezoito anos já teria sossego na vida, estaria encaminhada no emprego de meus sonhos, estudando e morando longe dos meus pais.
Não que eu já tenha completado essa idade, faltavam apenas alguns dias para isso, fato que era até que um pouco assustador. Lembro da fala de mamãe no meu aniversário de quinze anos, quando ganhei de presente meu primeiro computador:
"A partir de agora a vida passa voando, não atropele os bois, mas aproveite-a da melhor forma para ser feliz".
Será que eu estava fazendo isso? Não sei, só sei que estava bem mais derrotada do que achei que estaria ao chegar aqui.
Suspiro e arrasto as duas malas para a sala perto da porta de saída, estava com tudo pronto, até minhas comidas colocadas de volta dentro da enorme panela de mamãe.
Porventura, quase estava me esquecendo de um detalhe, comer o finalzinho do pudim que a Hinata tinha feito durante a noite, após chegar da saída com o Naruto. A comida que ela fazia era divina! Ino após chegar de sua noitada na madrugada já tinha o devorado quase por completo, mas, graças aos deuses, ainda sim sempre restava um pouco.