CAPÍTULO I

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JACKSON

Olá! Sou Jackson, tenho 1,89 cm de altura, signo Áries e estou fazendo 18 anos hoje. Mas, Para conhecer-me melhor, tenho apenas três coisas para falar: sou um cantor pop, adotado e tenho uma vida um tanto que repetitiva, mesmo sendo um cantor.

Ninguém me conhece de verdade, muito menos sabe o quanto a data de hoje é terrivelmente infeliz para mim. Vivo em um mundo onde todos acham que realmente me conhecem, Mas na verdade ninguém faz a mínima ideia de como é minha verdadeira vida, como é a vida do senhor famosinho, por trás das cortinas. Sou uma pessoa amável, discreta e que ao mesmo tempo chamo muito a atenção.

Hoje é dia de Show em minha terra natal, mas é incrível como tudo que eu queria nesse momento era ficar deitado ouvindo boas músicas e pensando em uma bela praia deserta. Pena que meu empresário vai chegar a qualquer momento pra me levar ao Aeroporto. Um pouco de paz era tudo que eu queria nesse momento, mas estou achando que isso não vai rolar hoje.

- JACKSON, JACKSON, JACKSON! — Os barulhos irritantes que vinham da porta e alguém me chamando repetitivamente, só contribuíram para minha paz finalmente acabar. Mas, apenas levanto e abro a porta extremamente grande da minha maravilhosa cobertura.

- Oi! Estava pensando que eu tinha fugido empresário Kim? – Encosto a lateral de meu corpo na porta e não aguentei sem sorrir do homem na minha frente. Parecia que havia corrido uma maratona e confesso, ultimamente estou dando muito trabalho para meu empresário. Talvez essa seja minha famosa fase da rebeldia.

- Não fala isso nem brincando, menino. Você está bem? Vamos, pegue suas coisas e desça, temos que tá no aeroporto em menos de 30 minutos. Acho que você tá pronto para cantar com o grande filho do atual presidente da nossa empresa, que alias, também é seu irmão ou meio irmão.

- Estou bem sim, muito obrigado por perguntar. Mas serio você tinha mesmo que me lembrar de que sou meio irmão daquele idiota, arrogante e extremamente irritante? - Digo revirando os olhos.

- falar mal de Arthur não vai mudar nada, Jackson. Mesmo que ele seja tudo que você acabou de dizer – Rimos juntos, sabia que Kim não iria discordar de mim. O cara é realmente muito irritante. Ainda bem que não vivemos juntos faz um bom tempo.

- Vamos logo, você não falou que a gente tinha menos de 30 minutos? Agora temos apenas 20 minutos.

Saímos da cobertura e após ter todas as bagagens no porta-malas, tomo a rua principal e em alguns minutos finalmente estaciono o carro. Assim que saio do carro junto com meu empresário, puxo uma mala e logo pegamos o voo, um direto para a cidade da qual não pensei que iria voltar tão cedo. Não pensei que iria voltar e nem que iria com o idiota do meu quase irmão.

Quando criança, fui adotado pelo presidente John que já havia adotado outra criança, aparentemente tinha a mesma idade que eu, cujo nome era Arthur.

Assim que cheguei na "minha casa" tentei fazer amizade com o garoto um pouco maior que eu, mas o moleque era muito ignorante, não queria que ninguém o tocasse ou se aproximasse, então fizemos o contrario de amizade. Vivíamos brigando e querendo socar um ou outro. Cheguei a quase quebrar seu nariz só que John chegou antes.

John pensou que com o tempo iriamos nos entendendo, mas isso não foi possível. Brigamos, brigamos e brigamos até que John chegou ao seu limite. Separamo-nos e desde então, nunca ficamos no mesmo local por muito mais de duas horas. Você já pode imaginar que esse show vai ser um grande desafio para nós dois e quem quer que esteja ao nosso lado.

John, como meu representante legal, tentou cuidar de mim e de Arthur mesmo a distancia. Algumas vezes ele tirava um pouco de seu tempo para conversar comigo ou me levar para sair. Acho que isso são as coisas que os pais sempre fazem, não é mesmo? Mas, sempre fiquei um pouco irritado e magoado quando John falava da morte de meus pais e da minha suposta irmã. Só que o mais perturbante é não me lembrar de nada, não faço ideia de que acidente foi esse, nem de meus pais e muito menos dessa irmã. Não consigo saber nada sobre minha vida antes dos cinco anos, mesmo que isso seja realmente um pouco impossível. Mas, porque não consigo lembrar-me do acidente? Esse assunto me deixa muito confuso, perturbado e odiando esse maldito dia. Porém, sempre que chego a pensar que tudo foi inventado, cicatrizes em minhas costas me fazem pensar que isso realmente aconteceu.

Com o tempo, John tentou ser um pai para mim, tentou me levar para comer fora, brincar e até mesmo lutar. Fiz um bom tempo de caratê, deixei de lado, mas por algum motivo o presidente começou a exigir muito de mim. Queria que eu realmente soubesse lutar, para me defender de alguma coisa, porém tudo que eu realmente queria era cantar, mostrar minha verdadeira face, minha paixão pela música e como isso seria uma boa coisa para mim, então comecei a ser patrocinado pela empresa do presidente John.

Alias, só queria finalmente chegar à cidade, fazer o show e voltar o mais rápido que posso. Quanto mais tempo eu passar lá, mais vou começar a me sentir mal. Preciso seguir as regras de meu tio, fazer um bom show e mostrar que somos quase irmãos que se amam. Você sabe, a farsa da família perfeita dos famosos.

- Jackson, o que você vai querer de presente de aniversário? – Murmura Kim colocando a mão na minha perna

- Eu...

- Já até sei, você vai dizer que não quer nada! Estou certo? – Fala Kim me interrompendo.

BLACK ROSE - Escola de anjosOnde histórias criam vida. Descubra agora