06 - Zaki e Taú

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Daniel enfim começa a interligar um pouco os fatos ocorridos em sua vida através daquela história que tinha ouvido; Zaki finalmente começou a abrir os horizontes e desvendou fatos antes incompreensíveis para o garoto, que cada vez mais presta atenção nos relatos, pelo fato de fazer pouco sentindo, Daniel desconfia da veracidade daquela história absurda para a realidade humana, mas como seus problemas nunca foram descobertos por especialista algum, aquilo era uma oportunidade de descobrir pistas, e tudo que foi dito se encaixava nas circunstâncias e não custava nada dar uma chance, mesmo que aquilo pareça maluquice, Zaki ainda tem muito assunto a explicar:

– Agora que você já sabe sobre os cristais, terminarei a minha história, após pegarmos os cristais estávamos exaustos, sob extremo esforço e sacrifício refizemos o caminho de volta e saímos da gruta, não conseguimos alimento algum por ali então voltamos para a tribo, comemos e descansamos em nossa tenda, eu não sei como, mas um dos membros da tribo encontrou os dois cristais e os entregou para o líder tribal. Ao acordarmos sentimos falta dos cristais, chegamos a cogitar que aquilo tinha sido um sonho, mas não seria possível nós dois termos o mesmo sonho, então procuramos pela tenda, porém sem sucesso, em seguida o líder tribal ordenou que fôssemos até ele.

Seguimos rumo ao chefe, desconfiados cogitamos as mais diversas possibilidades, assim que adentramos a tenda do líder, vimos os nossos cristais em sua posse, ele então nos disse que havíamos encontrado pedras muito precisas e por pertencermos à tribo desde pequenos e usufruímos da comida e da proteção oferecida por eles deveríamos pagar um tributo, eu logo relutei aquele tesouro era nosso, mas não levaram em consideração a minha revolta, o chefe então disse que ficaria com um dos cristais e devolveria o outro, aquilo nos deixou angustiados, o chefe ainda acrescentou que o cristal que ele devolveria seria dado a apenas um de nós dois, e seria decidido num duelo de luta corporal quem ficaria com o cristal restituído, nos recusamos a lutar e dissemos que o cristal que ele devolvesse seria o suficiente para a gente.

— Isso não é justo. — Daniel lamenta.

— O mundo nunca foi justo, mas isso ainda nem é o pior da história, o chefe havia vendido um membro da tribo como escravo para navegadores, e esse futuro escravo seria decidido a partir daquele duelo, uma luta onde o vencedor levaria um cristal e o perdedor seria vendido e levado como escravo para as índias, onde atualmente é o Brasil, a possibilidade de escravidão desestruturou nossas mentes, esquecemos nossos laços a nossa história, Taú já não me encarava estava disposto a ganhar, eu pensava o tempo todo em desistir e sair correndo dali um péssimo plano numa mente perturbada. Escureceu e era noite de ritual, danças e comemorações sob fogueiras enormes, era apenas o aperitivo do evento principal da noite, tempo depois o duelo foi anunciado, Taú ao meu lado me disse que não aguentaria viver como escravo e que aquela luta seria para valer, aquilo me assustou ainda mais, e logo pensei, assim que realizei o meu sonho ele foi retirado de mim, junto do meu melhor amigo e ainda poderia perder a liberdade. Numa arena rodeada de fogueiras ouvia os gritos e via sombras quando entrei na arena, Taú estava a minha espera, a luta foi iniciada estava desmotivado, pois sempre fui mais fraco que Taú, naquela luta deveria me superar como nunca antes.

Fazendo uma pequena pausa, Zaki observa as expressões de Daniel, em seguida o garoto diz:

– Conta logo!

Sem pressa de terminar uma história tão triste, Zaki cede à pressão e então decide prosseguir:

– Taú começou uma movimentação ao ritmo da musica que soava pela arena, uma sequência de chutes, eu desviei da maioria até que um dos chutes conseguiu ter um forte impacto na minha coxa me derrubando no areal, se ouviu gritos e gargalhadas dos telespectadores. Taú então vinha para finalizar com um forte chute pela lateral direita, foi por pouco, mas consegui desviar e passou raspando a minha cabeça, aquele movimento longitudinal deixou uma brecha, então me adiantei do próprio chão levantei a perna de apoio e girei no ar, com um movimento rápido acertei o tórax de Taú que perdeu o equilíbrio e caiu, ele me encarou com ódio, eu me senti desolado após esse golpe em meu grande amigo que agora era um inimigo em combate. — Sob pensamentos ruins e expressões tristes, Zaki conta o restante daquela batalha:

— Levantando com sangue nos olhos e ânsia de matar, Taú não parecia o meu melhor amigo de sempre, e isso me deixou curioso como alguém poderia ter mudado tanto ou ter fingido por um tempo tão longo em relação a nossa amizade, isso me distraiu e deixou minha guarda baixa, Taú se aproveitou desse momento e deu um forte giro com um dos braços aberto inclinando o punho para a minha direção,acertou em cheio o meu queixo, aquela forte pancada quase me levou a nocaute. Antes que eu pudesse me recompor, vejo Táu saltando alto, girou no ar e posicionou uma das pernas, com um meio mortal, Taú me ultrapassa e deixa à perna posicionada para me golpear, o chute em velocidade acerta minha nuca, o forte impacto me apagou e marcou o fim daquela batalha.

*****YOOOOH*****

Oi, eu sou o Renato!

Capitulo publicado no primeiro dia do ano, e aproveito para deixar um feliz ano novo a todos.

Essa foi a segunda parte da saga de Zaki, espero que tenham gostado e a próxima parte saíra semana que vem, todos atentos as atualizações. 

Retrocognição (HP) (XP)Onde histórias criam vida. Descubra agora