A reunião estava seguindo e dessa vez todos os membros estavam reunidos, Daniel se encontra rodeado de todo o seu passado, as pessoas com quem compartilhava a vida, as memórias e as experiências. A fragilidade de Daniel havia sido superada, o garoto agora buscava concluir aquele episódio de sua vida e seguir em frente o mais breve possível, tomando a frente como se todo o legado agora o pertencesse Daniel dita:
- Eu realmente estava buscando saber todo o passado e sobre esse tal XP, nesse momento pareço fragilizado, acontece que ter acesso a tantas informações deixa minha mente muito sobrecarregada, mas confiem estou apto a conhecer todos.
- Tudo bem! - Zaki tenta compreender o garoto e prossegue. - Realmente o acesso ao XP deixa a mente devastada ainda mais quando não se tem habilidade para dominá-lo, conto com todos para revelarmos o ocorrido em nossas vidas e em ordem cronológica, eu sou o número I, e já revelei meu passado ao garoto, partimos agora para o II.
Após a coordenação sobre como ocorreria revelação do XP todos se organizaram em formato de fila crescente do mais antigo ao mais atual, encabeçado por Zaki e finalizado por Siel, essa era a forma definitiva de centrar as memórias de Daniel, as coisas iniciaram-se um homem moreno com feições indígenas deu um passo a frente, esse foi o pontapé inicial para uma série de revelações sobre o XP.
Wanadi (II) (1571-1602):
- Eu sou Wanadi, vivi no período colonial, alguns anos depois que os portugueses chegaram aqui, eu pertencia a uma tribo indígena, meu pai era o cacique, sendo eu o sucessor ao titulo, foi quando o XP se manifestou, eu não consegui controlá-lo, estava perdido assim como você garoto. Todos da tribo comentavam sobre meu comportamento incomum, o receio de um índio que caracterizava ser perturbado comandar a tribo se espalhou e com o tempo passei a ser acusado de ser um demônio.
Fui repudiado por todos inclusive por meu pai, e quando menos esperava fui expulso do meu lar, passei a viver na floresta, minhas habilidades com arco e flecha me permitiram caçar e sobreviver sozinho, andando pela floresta me deparei com caçadores de recompensa, no confronto de seis contra um, acabei derrotado, mas minhas habilidades foram reconhecidas, e fui convidado a me juntar a eles.
Obtive sucesso do ramo dos caçadores de recompensa, conquistei riquezas e prestigio, mas tudo desmoronou novamente quando encontrei a minha tribo durante uma jornada, eles estavam acompanhados de um homem desconhecido acredito eu que seja o HP, armaram uma emboscada e atiraram flechas em mim até que eu morresse.
Era como se tudo se interligasse as imagens nítidas, a sensação de ter vivido a época, Daniel lembrava-se dos mínimos detalhes em sua memória, com um olhar surpreso comenta:
- Eu me lembro de tudo, até de pequenos detalhes, o rosto do seu pai a expulsa-lo da tribo é assustador.
- Realmente, isso me assustou bastante. - Wanadi fala receoso ao lembrar-se da cena. -Mas a decepção foi o sentimento que predominou nesse momento, eu esperava isso dos outros, mas nunca do meu pai!
O clima nitidamente se torna desolador à colisão entre tantas histórias tristes deixou o ambiente desanimador e muitas coisas ainda estavam por vir, se adiantando o próximo a revelar sua história fica um pouco a frente.
João de Deus (III) (1607-1642):
- Eu sou João de Deus, bastardo de um conde português com uma escrava, vivia sob o teto de um grande fazendeiro junto de minha mãe, como escravo era maltratado e o fato de ter nascido de um adultério pesava perante a sociedade e principalmente na minha consciência. Quando o XP se manifestou tudo piorou e mesmo meu pai ou minha mãe não tendo nenhuma ligação com isso eu era tratado como uma maldição pelo pecado deles, um filho louco.
Uma epidemia atingiu grande parte da população, minha mãe foi uma das vitimas, e com sua morte fique sob responsabilidade de meu pai, para não ter que se preocupar com um bastardo meu pai comprou a minha carta de alforria e me enviou para um grupo de exploradores. Meu líder era um homem honrado, o admirava imensamente, passei por treinamentos e me tornei um ótimo explorador, mas a mesma epidemia que matou minha mãe atingiu o líder do grupo deixando-o debilitado.
Durante uma de nossas jornadas um homem misterioso nos pediu abrigo, ele viajou com o grupo durante alguns dias, esse foi um período terrível, o líder doente, e se espalhou rumores maldosos ao meu respeito, todos se afastaram, eu não tinha noção do que havia ocorrido, mas me mantive neutro. Numa manhã, mesmo debilitado o líder me convidou para um treinamento nas montanhas, após alguns ensinamentos meu corpo já estava cansado e eu parei para observar o precipício, quando me virei para o lado oposto o líder se movia bruscamente na minha direção, me agarrou e nos lançou contra o precipício, causando o fim de nossas vidas.
Era uma sequência de histórias frustradas, de sonhos interrompidos, os sentimentos negativos mudaram até o clima, o céu estava cinza e o vento soprava as palmeiras, a continuidade começa a ser relatada.
Fernão Dias (IV) (1647-1679)
- Eu sou Fernão Dias, cresci numa família religiosa ao extremo, seguia essa doutrina mesmo não sendo muito crente. Passava meus dias desenhando mapas alguns impressionavam até cartógrafos profissionais da época, minha família se preocupou muito quando o XP se manifestou em minha vida, foram tantas orações e promessas, mas nada disso me ajudou. Resolveram me entregar num tratamento de exorcismo, eu acreditava que poderia ser curado, depois de anos sob exames desumanos e nenhum resultado promissor, decidi fugir e buscar pelo meu sonho de desenhar mapas de varias regiões, para não preocupar minha família com meus problemas, decidi sumir para sempre.
Minha jornada estava indo bem, fiz vários mapas e meu nome começou a ficar famoso na área da cartografia, numa viagem me deparei com uma situação horrenda uma família se desfez de seu filho, por motivo do mesmo possuir uma deficiência, adotei o garoto como meu pupilo e viajamos por diversas cidades, vários jovens que se sentiam desprezados por suas famílias passaram a me seguir. Quando juntou uma grande multidão e ficou insustentável viajar decidi criar um vilarejo de peculiares para que pudéssemos viver sem problemas.
Eu me casei e estava formando uma família, minha esposa gerava nosso primeiro filho, os problemas surgiram, a localização do vilarejo gerou discórdia, pois grandes fazendeiros reivindicavam as posses das terras para o plantio. Agravaram-se quando alguns familiares descobriram a nossa localização e passaram a importunar os filhos para que retornassem aos seus lares.
Um forasteiro cego pediu moradia e se instalou no nosso vilarejo passou a viver nosso cotidiano, um dia enquanto voltava do trabalho ao adentrar minha casa vi minha mulher esfaqueada rapidamente tentei ajudar, mas quando tentava estancar o sangue fui atacado pelas costas, pelo vulto reconheci que se tratava do homem cego novato no vilarejo, eu morri naquele local junto da minha esposa e filho.
Os sonhos dos jovens que me seguiam foram destruídos junto com a minha vida, a nossa jornada pela aceitação terminou, os fazendeiros retomaram as terras e cada um seguiu seu próprio rumo, mas meu legado cartográfico permaneceu nutrindo o sonho de muitos exploradores que buscavam seu destino.
*****YOOOOOH*****
Ola, esta foi a primeira parte da história dos antepassados XP, espero que tenham gostado e logo mais postarei a continuação.
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Retrocognição (HP) (XP)
ActionCarregado de vidas e memórias, a história conduz um embate entre esses dois ideais, cada um com seu seguimento de origem, as memórias portam a experiência denominada XP, A vida leva a sobrevivência e foi intitulada HP. Depois de ter sobrevivido a um...