Era uma manhã calma, Daniel acordou cedo, observando os arredores notou que estava sozinho no apartamento, Clara havia saído, sob a mesa tinha uma garrafa com café e pão francês em um prato. Foi um café solitário e amargo o dia não se mostrava promissor, era o segundo dia fora do hospital, e Daniel ainda buscava propósitos em sua vida.
O soar de leves batidas na porta, ao verificar de quem se tratava, Daniel ficou feliz com a presença da irmã Liliane, depois de um cumprimento marcado com um abraço, Liliane se agacha e pega uma caixa e um envelope que trouxe consigo, depois passa a explica o propósito daqueles objetos:
— Trouxe algumas roupas pra você, não são novas, mas estão em um bom estado e serve para você sair em busca de emprego, e nesse envelope eu providenciei alguns currículos para você entregar por ai.
Daniel teve mais um momento confuso, feliz por ter conseguindo um propósito, e receio de não conseguir cumprir o que a freira havia proposto.
Olhando os seus novos pertences, Daniel agradece timidamente percebendo o grande incomodo que causava, sendo cortesa, Liliane acrescenta profetizando:
— Deus queira que você arrume um emprego em breve, para conseguir suas próprias coisas, e ajudar Clara a pagar o aluguel, ela esta um pouco apertada, e não pode arrumar um emprego em tempo integral devido a faculdade, o atual emprego dela não paga muito bem.
Vendo a situação com uma visão mais ampla, Daniel se sente um estorvo para todos, apesar de ter criado alguns laços, todos a sua volta tinha que cuidar dos problemas dele, tentando torna-se independente e deixar de causar mal, Daniel se apressa e começa a colocar alguns de seus planos em ação.
Com uma das roupas que acabou de ganhar, Daniel se despede da irmã Liliane, coloca o envelope de currículos embaixo do braço e parte em busca de emprego.
A cidade era um ambiente desconhecido, Daniel se locomovia apenas pelos extintos, sempre que passava por algum estabelecimento entregava seu currículo, os olhos atentos as placas que sinalizavam os nomes das ruas, para não se perder, a caminhada foi longa o garoto estava exausto, mais havia um propósito além do emprego, Daniel buscava por um endereço, aquele que se encontrava gravado na chave que Liliane entregou a ele, buscando pelo bairro rua e número, tudo em prol de conhecer o lar dos seus pais.
Adentrando o subúrbio, Daniel encontra o endereço, a casa estava abandonada, o teto todo quebrado, a frente da casa totalmente deteriorada, não era bem o tipo de lar que o garoto procurava; ao testar a chave na fechadura à combinação destrancou, e a porta se abriu emanando um barulho irritante das dobradiças, entrando na casa tudo estava destruído, o piso todo rachado, a paredes mal se mantinha de pé, era perigoso permanecer naquela casa.
O cheiro de família passava longe dali, Daniel não sentia nada em relação aquele ambiente, era uma busca frustrada, pois o tempo levou todos os resquícios dos antigos moradores, restando ao garoto apenas a decepção.
Depois de alguns minutos dentro da casa, Daniel seguia para a saída, quando na porta surge um homem; espantado com a presença do estranho, o garoto analisou as intenções do sujeito, sem conseguir distinguir ouviu o homem questionar:
— Esta querendo comprar essa propriedade?
Daniel não entende de quem se tratava ou qual o interesse daquele homem em relação à residência, mas responde:
— Não, essa casa pertencia aos meus pais.
O olhar incrédulo do homem sob Daniel deixou o garoto ainda mais assustado. Como se desconfiasse da veracidade da resposta de Daniel, o homem reproduz uma nova pergunta em cima da resposta do garoto:
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Retrocognição (HP) (XP)
ActionCarregado de vidas e memórias, a história conduz um embate entre esses dois ideais, cada um com seu seguimento de origem, as memórias portam a experiência denominada XP, A vida leva a sobrevivência e foi intitulada HP. Depois de ter sobrevivido a um...