Era um grande embate, naquele momento se encontravam frente a frente o HP e XP, uma guerra que atravessou a história teria um novo capitulo escrito. Nas sombras o mascarado se revelou enquanto dizia:
— Então esta garota inútil estava usando seus poderes para pedir ajuda. — O mascarado falava exaltado. — Sorte que esses dois otários não são capazes de atrapalhar meus planos. — Encerrou a ação com um assovio.
Pelos corredores se ouviu passos, nesse momento mesmo ainda extasiado pelo medo, Léo tratou de trancar a entrada do cativeiro, isso impediu que os Ciclopes entrassem no cômodo.
O trauma parecia atacar Daniel violentamente, o garoto sentia um imenso medo de olhar para aquela mascara, via as mortes que ela causou memórias que vividamente invadiam seus pensamentos. Isso não foi o ápice do medo, ao ver o mascarado desvendar o seu rosto e revelar uma feição arrepiante, sua face cheia de ódio e um dos olhos tapado com uma cicatriz medonha o homem deu alguns passos ao falar:
— Então não querem que os Ciclopes tirem vocês daqui, então morreram pelas minhas próprias mãos. — Enquanto evidenciava seu rosto, mostrando sua aparência horrenda continuou. — Espero que morram lembrando-se da cara de quem tirou suas vidas.
Nesse momento o líder Ciclope tentava encurralar os garotos, sentindo-se pressionado, Daniel desaba o garoto simplesmente cai no chão evidenciando seu medo, piscando rapidamente e balbuciando varias coisas que parecem incompreensíveis, Daniel termina por falar:
— Taú.
Depois de ter sua identidade citada, Taú passou a criar teorias a respeito de Daniel, ele observava o garoto caído no chão murmurando diversos acontecimentos, a face de Taú desencadeou muitas memórias nas quais, Daniel estava vivenciando, a vida de todos os antepassados XP foi destruída por aquele homem e agora era o momento de Daniel enfrentá-lo.
Vendo o desespero que Daniel enfrentava, Zaki surgiu tentando acalmar o garoto, mas era uma situação bem difícil, pois a sua frente estava o homem que tirou sua vida, Zaki tinha o dever de ajudar aquele garoto a cumprir o mesmo propósito do qual não foi capaz, teria que derrotar o HP e causar a queda do homem que tirou diversas vidas ao longo da história.
As batidas na porta, Léo tentava impedir a entrada dos mascarados, as suplicas de Clara, a garota tentava tirar Daniel daquele transe, e a presença de Zaki, finalmente Daniel retornou a si, um surto de coragem o tomou fazendo-o esbravejar:
— Eu sei quem você é seu assassino! — Daniel se levanta e encara aquela face desfigurada. — Mas eu irei acabar com essa carnificina que tem realizado desde o período colonial, vou interromper seus planos!
— Então você é o décimo sexto? — Táu dá uma risada debochada. — Estava atrás de você garoto.
Décimo sexto? Daniel não compreendia, pois pelas suas memórias o garoto sabia que era o décimo quinto portador do XP, não entendia o porquê de Taú ter adiantado um portador, Daniel volta a encarar seu inimigo enquanto dizia:
— Você não sabe que eu sou. — Com um olhar mortal, o garoto parecia ameaçador ao terminar. — Eu sou o décimo quinto portador do XP, isso mostra que você não sabe com quem está lidando.
Com uma expressão confusa, Taú levantou a manga da sua blusa revelando alguns riscos marcados na sua pele, depois de mostrar o homem explica:
— Aqui tem quinze traços, um para cada antepassado XP que eu derrotei. — Passando o dedo sobre o traço superior, Taú relata. — Lembro bem de que derrotei o décimo quinto XP durante o atentado no presídio da pedreira.
Ao ouvir falar sobre o atentado que tirou a vida de seus pais, Daniel ficou impactado, ele não imaginava que aquela tragédia tinha alguma coisa a ver com essa guerra, as lagrimas aos poucos inundaram seus olhos e com uma voz chorosa contou:
— Eu sou um sobrevivente desse atentado. — Limpando as lagrimas de seu rosto, Daniel continuou. — Que levou meus pais. — Voltando seu olhar para o chão, Daniel reflete. — Então aquela tragédia era apenas para tirar a minha vida, e acabou tirando a de varias outras pessoas inclusive a dos meus pais.
— Sobrevivente? — Taú olhava Daniel com ódio. — Eu sei que houve alguns sobreviventes, mas Verena usou seus poderes sensitivos e se certificou que nenhum de vocês era o XP. — Ringindo os dentes, Táu exala sua fúria com um forte pisar. — Aquela freira vagabunda deve ter me enganado.
O insulto deferido a Verena nem se que chegou aos ouvidos de Daniel, naquele momento a culpa lhe consumia, o garoto se responsabilizava pelas mortes ocorridas no atentado da pedreira, se sentia responsável pela morte de seus pais.
Diante de uma ameaça tão grande, Zaki sabia que Daniel não poderia se descuidar, muito menos ficar distraído pela culpa, era um sentimento até mesmo ilógico, pois o verdadeiro culpado de todo aquele mal era Taú, tentando precaver a situação e impedir mais uma derrota do XP, Zaki tentou argumentar:
— Daniel, você esta sendo injusto. — Zaki toca o obro de Daniel e prossegue. — Você nem se quer era nascido como poder estar se culpado de algo tão terrível? — Nesse momento Zaki encarava Daniel nos olhos. — È inocente, apenas mais uma vitima daquela tragédia. — Levantando a outra mão, Zaki aponta para Taú. — O verdadeiro culpado está bem ali na sua frente.
O sentimento de culpa era coberto por vingança, o momento de descontar no verdadeiro culpado por todos os males ocorridos em sua vida, o ser humano que desequilibrou boa parte da história que destruiu muitas vidas. Zaki havia conseguido motivar Daniel a lutar mais uma guerra e dessa vez o XP buscaria uma vitoria.
Numa piscar de olhos, Daniel era massacrado na parede, Táu usava toda suas forças para enforcar o garoto. A gritaria geral, Clara estava histérica gritando e chorando, era tudo o que lhe restava a fazer, trancafiada naquela jaula não poderia fazer nada. Léo estava tomado pelo desespero o garoto não podia ajudar, pois caso deixasse os outros mascarados passar pela porta a situação poderia piorar ainda mais.
Vendo Taú esmagar o pescoço de Daniel com todas as suas forças, Zaki clamava pela intervenção de todos os antepassados XP, ele pedia misericórdia e que todos perdoassem Daniel de suas escolhas ruins, mesmo tendo trilhados caminhos errados o garoto ainda era um XP e merecia redenção.
Os antepassados foram surgindo um a um, e ao completar os quatorze membros, Daniel se sentia dotado de uma força incomum, como décimo quinto portador do XP ele tinha o poder todos os outros ali presentes, e sua força foi aumentada em quatorze vezes, sabia que era o momento de lutar e faria de tudo para ganhar aquele combate.
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Retrocognição (HP) (XP)
AkcjaCarregado de vidas e memórias, a história conduz um embate entre esses dois ideais, cada um com seu seguimento de origem, as memórias portam a experiência denominada XP, A vida leva a sobrevivência e foi intitulada HP. Depois de ter sobrevivido a um...