20 - Missão 01

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Um aglomerado de mascarados formavam um imenso mar no qual Daniel se perdia, sua mente estava perturbada depois de ter sido abandonado pelos antepassados XP, sua sobrevivência poderia ser ameaçada, e o seu inimigo estava mais próximo do que ele imaginava.

Alguns planos eram ditados para a multidão, Daniel não conseguia compreender nada seus devaneios o consumia, um grande incomodo insistia em lembrar, toda vez que a arma em sua virilha o escorava seu problemas pareciam crescer, então ecoou:

- Iniciar.

A multidão começou a correr imediatamente, Manuel percebeu a distração de Daniel e o puxou, Léo os seguia de perto, depois de alguns metros corridos, Manuel parou para explicar:

- Vamos a pé para a missão ser mais discreta, fiquem atentos a tudo, Daniel não se distraia, pois um pequeno vacilo pode custar caro.

Os passos discretos e contidos, o trio de mascarados se camuflava pelas sombras, a caminhada até a delegacia foi um grande tormento, as possibilidades eram tantas, imaginar cada uma delas causava uma grande angustia a Daniel. O alvo estava próximo, o pontapé inicial da missão estava prestes a ser dado.

Sirenes acusam a invasão, a delegacia neste momento estava repleta de mascarados, sob a proteção de um muro baixo o trio observava a espreita, quando Léo notou a movimentação estranha e anunciou:

- Fomos vistos se abaixem! - agachados sentiram o grande impacto das balas ao atingir o muro, Léo complementou a informação - Eu vi um grupo de policiais. - assim que o garoto comentou o fato mais uma leva de tiros fuzilou o muro.

Um olhar desconexo, sem reação alguma, Daniel tremia no meio daquele tiroteio, sua consciência o acusava de ter feito uma péssima escolha no dia em que aceitou o emprego oferecido por Manuel, Léo tenta dialogar com seu amigo:

- Tudo bem Daniel? - A reposta veio com um acenar de cabeça, mas Léo sabia que não era uma resposta sincera.

Uma leva de mascarados correu rapidamente, subiram o muro e pularam a grade de proteção, Manuel sabia que aquele era o momento da invasão e tinha que procurar brechas para que a ação fosse bem sucedida, mas a perturbação da troca de tiros lhe tirava a concentração, homens caiam de ambos os lados, sentindo-se responsável pela vida daqueles garotos, Manuel tentava armar o plano:

- Assim que a maioria do pessoal passar e os tiros cessarem; Pularemos as grades e entraremos na delegacia para dar apoio.

O som das balas era a trilha sonora daquele ambiente, tocada as mais diversas vezes, o fluxo de mascarados invadindo a delegacia aos poucos diminui e o tiroteio que ocorria no exterior agora se muda para dentro da delegacia. Percebendo a oportunidade de entrar, Manuel da o sinal:

- Vamos entrar agora! - O homem apressadamente escala a grade e da um pulo no perímetro da delegacia.

Seguindo o comando, Léo faz o mesmo caminho feito por Manuel, com grande precisão conseguiu aterrissar dentro da área da delegacia, mas ao olhar para o outro lado viu Daniel paralisado, o garoto não reagiu ao comando e apenas encarava o relento, Léo tentou chamar a atenção dele, porém não obteve sucesso na ação.

A preocupação com amigo deixou Léo desesperado, o garoto decidiu então se arriscar a voltar para o outro lado da grade para tentar dar uma força e tirar Daniel do transe em que ele se encontrava. Subindo as grades, Léo refaz o caminho de volta e da passos até se aproximar de Daniel, ele tentar reconfortar com algumas palavras:

- Daniel reage cara, você está no meio de um combate não pode ceder ao medo. - Léo sacudia Daniel pelos ombros enquanto falava isso.

Depois de tanto ser balançado de um lado pro outro, Daniel retomou a realidade e conseguiu sobressair ao medo, afastou as mãos de Léo dos seus ombros esboçou uma reação, Depois que cumpriu a primeira parte do seu objetivo, Léo agora teria que levar Daniel até o outro lado para enfim se infiltrarem na delegacia.

Os dois escalaram as grades, Léo pulou para o chão, mas quando Daniel tentou seguir os mesmos passos sua roupa ficou presa deixando-o pendurado e exposto num local onde ele seria um alvo fácil.

Tentando se soltar, Daniel se mexia para todos os lados, mas nada de soltar-se da grade, o desespero tomou conta da situação, Léo então decide se arriscar novamente escalou a grade até a altura que a roupa de Daniel estava presa, mas um alto barulho o assustou, foi tão alto e próximo que os ouvidos dele zumbiram, a procedência do estrondo veio de uma bala que passou rente a grade na localidade onde os garotos estavam.

Com olhos de falcão, Manuel procurava de onde veio o tiro, quando enfim viu um policial mirando a arma para disparar novamente, Manuel empunha seu revolver e puxa o gatilho três vezes, logo de primeira acerta o policial na cabeça e as outras duas balas atingem a mesma proximidade, o policial cai, depois de concluir a ação, Manuel grita:

- Rápido, nessa localidade seremos alvos fáceis, tivemos muita sorte, mas não acho que teremos sorte para sempre.

Em desespero, Léo usa o canivete e corta parte da roupa de Daniel, desprendendo o garoto que desmorona em velocidade no chão, suas pernas não suportam o impacto e o garoto cai, Manuel o ajuda a levantar, enquanto Léo descia as grades, Manuel tentava motivar Daniel:

- Você está bem? - O garoto acena em positivo, Manuel então continua. - Garoto você é tão forte quanto o seu pai aposto que conseguira cumprir essa missão facilmente, então vamos garotos!

Caminhando cautelosamente o trio tentavam disfarçar sua presença para não encontrarem possíveis inimigos, enfim adentram a porta da delegacia que havia sido arrombada pelos primeiros invasores do Comando Ciclope.

Assim que entraram o cenário estava repleto de corpos de policiais e de membros da facção, Daniel desviava o olhar dos cadáveres, não conseguia suportar o fato de estar participando daquela carnificina, Manuel sabia do perigo então ordenou:

- Empunhem suas armas, a partir de agora temos que ter a maior cautela possível.

Depois da ordem os garotos andavam com suas armas mirando para onde ouvissem o simples barulho, infiltrados na delegacia agora era o momento de encontrar a prisioneira, Manuel instruí:

- Ela deve estar numa das grades separada das outras presas então procurem nas celas mais isoladas.

Indo para o lado direito, Léo olhava e tentava reconhecer, mas a gritaria dos presos para que abrissem as grades atrapalhava a busca, Daniel seguiu para o lado esquerdo quando dá de cara com um dos pouco policiais sobreviventes, ambos trocavam a mira dos revólveres, as mãos de Daniel tremiam e demonstrava a insegurança do garoto, o policial notou e tentou argumentar:

- Calma, garoto não precisa ser assim!

Vendo a enrascada em que Daniel estava, Manuel então o seguiu e apareceu rapidamente atrás do garoto mirando a arma no policial, com o susto o inimigo disparou, e no mesmo instante Manuel atirou também, Daniel ficou no meio do fogo cruzado. Manuel e o policial caíram, enquanto Daniel apenas observava aquela cena, depois do grande susto o garoto via o sangue escorrer e então gritou:

- Manuel! Você está bem? - nesse momento Daniel notou que o ombro de Manuel havia sido atingido.

O tiro acertou o policial na garganta, ele morria sufocado pelo seu próprio sangue, Daniel se preocupou, mas priorizou o seu aliado, com a mão tentava estancar o sangue do obro de Manuel, mesmo ferido o homem tentava acalmar o garoto, falava:

- Estou bem, tente encontrar a nossa prisioneira.

Ansiando terminar o mais rápido possível aquela missão, Daniel corria de um lado paro o outro em busca da prisioneira, quando enfim a viu, a mulher ficou imóvel quando viu o garoto, pela sua mente passava diversas memorarias, "o destino tem sido muito cruel comigo, estou sendo salva justo por uma pessoa que eu tanto desprezei". Buscando formas de abrir a fechadura, Manuel grita uma sugestão:

- Garoto, use a arma, creio que um tiro será capaz de arrombar a fechadura.

O medo tomou conta de Daniel novamente, ele teria que utilizar o revolver, sabia que a forma mais rápida para finalizar a missão seria essa, então o garoto mirou na fechadura, a prisioneira foi instruída a se afastar o máximo possível, as mãos hesitantes tentavam firmar a armar, destravou e em seguida puxou o gatilho. Foi certeira, a fechadura se abriu e a prisioneira foi liberta.

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