2. Novos vizinhos |Baek Eun-Jo

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Fazia duas semanas que o meu vizinho,sr.Choi,havia se mudado.

O sr.Choi era um velho rico,cheio de rugas e de cabelos brancos,que tinha uma mansão ao lado da nossa casa. Mas,honestamente, eu nem fiquei triste com a sua mudança. Na verdade,eu fiquei até feliz quando ele foi embora,pois eu tinha que cumprimentá-lo toda vez que o via por conta da minha mãe e eu não gostava de comprimentá-lo. Sempre que o fazia,ele me olhava com a sua cara feia,dizia com a voz arrastada "Olá,criança" e ia embora mancando. Contudo não imaginava que sua mudança faria uma diferença enorme em minha vida.

No dia em questão em que começou a dar resquícios a enorme diferença que sua partida faria em minha vida,eu estava em casa,tomando café da manhã junto com a minha família. Todos estavam ali,exceto o pai de Ha Ni-ele tinha trabalhado no restaurante até tarde da noite,no dia anterior. Meu irmão mais velho estava lendo jornal,bebericando uma xícara de café. Ha Ni-ah,tonta como sempre,estava toda desajeitada ao passar manteiga no pão enquanto conversava com meus pais.

— Essa é fantástica!!! — as risadas estúpidas de Ha Ni ecoaram em meu ouvido.

— Não é?!? — Esta foi a vez da mamãe reinar com suas risadas estúpidas.

— Realmente, genial. — papai concordou,com risadinhas leves.

Mamãe virou para o meu irmão velho,parando de rir. Suas intenções eram óbvias-pelo menos,para mim.

— O que você acha,Seung Jo? — ela realmente queria a aprovação dele,com aqueles olhos arregalados.

— Huh? — Seung-Jo tomou um susto. Estava focado demais nos escritos do jornal. Coitado dele,ser perturbado por uma coisa tão boba como aquela! Ele levantou sua cabeça de leve do jornal e olhou de soslaio para mamãe — O quê?

— O que achou da piada que eu contei?—mamãe fez aquele biquinho de curiosidade.

— Piada?— Seung-Jo realmente não havia ouvido a anedota.

— É aquela que a *mãe viu na TV...— Ha Ni movimentou o corpo para frente para se aproximar do marido — Não ouviu?

Meu irmão mais velho balançou a cabeça. Depois direcionou o seu olhar a mamãe que começou a falar:

— A piada é assim: tinha uma personagem masculina,o Chan-Young,que tava olhando fixamente para uma lata de suco de laranja. Aí uma outra personagem masculina chegou lá e perguntou:"Por que você tá olhando fixamente para essa lata por duas horas seguidas?"— ela mudou o tom de voz,deixando-o mais grossa. Era tão bizarro que ficou engraçado; confesso. — Aí o Chan-Young respondeu—essa é a pior parte:"É porque na lata está escrito 'concentrado'"!

As risadas dos três similares a hienas perturbaram meus ouvidos drasticamente. Assim como eu,os olhos do Seung-Jo rolaram para cima,em uma espécie de resistência contra aquela piada horrível.

Mamãe ficou insastifeita com a nossa reação — a reação racional e que todo ser humano em perfeito estado teria.

— Aigoo,esses filhos azedos que tenho! — mamãe reclamou,brincando, enquanto cortava a carne de seu prato para logo em seguida pô-la na boca.

— Falando em azedo,finalmente o Sr.Choi foi embora! — exclamei,expondo todos os meus dentes em um sorriso,eu digo,um pouco maquiavélico.

Mamãe e papai não gostaram do que eu disse.

— Eun-Jo!—mamãe me xingou— Já lhe disse para não falar assim do sr.Choi. Ele é um senhor de idade,homem de bem,merece o nosso respeito.

Revirei meus olhos para todo aquele moralismo.

— Mas já que você citou a mudança dele,saiba que daqui a pouco teremos novos vizinhos. Outra familia já comprou a casa!—mamãe exclamou,vibrando de felicidade.

Eu dei de ombros. Eu não me importava com isso,desde que os novos vizinhos não fossem chatos e eu não precisasse cumprimentá-los. Mal sabia eu que aquilo era o começo,ou melhor,o recomeço de uma tragédia.

Ha Ni e papai comemoram a notícia,meu irmão mais velho não ligou assim como eu. Então,os dias foram se passando tão rápido e tão dentro do normal que nem notei o passar do tempo. Foi por isso que me surpreendi,em um dia que estava voltando da escola,quando vi aquele carro chique,que nunca tinha visto circular por essas ruas,estacionado em frente a casa que costumava ser do sr.Choi.

Foi aí que me dei conta: os novos vizinhos haviam acabado de chegar. Na hora,pensei irônico: "Hum,grande coisa!". Mas,sinceramente, esse fato era realmente grande coisa. Mas para o lado ruim,bem ruim mesmo. Contudo,na hora,não me toquei do terror que me aguardava e entrei em casa.

Assim como disse uma vez o grandioso escritor e filósofo japonês Raito Hayumi, as pessoas não conseguem interpretar com exatidão os acontecimentos de seu tempo-presente.

*Na Coréia do Sul,as noras chamam as sogras de mãe

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*Na Coréia do Sul,as noras chamam as sogras de mãe.

OBS.: Raito Hayumi é uma personagem masculina fictícia.

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