| Six |

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Angelina

Eu não entendo direito o motivo de eu estar escrevendo tanto e correndo atrás de entrevistar pessoas, sendo que no fim meu trabalho é ser apenas a secretária da Direct Notices e não a jornalista ou editora. Neste exato momento eu deveria aproveitar meus quarenta minutos raros para almoço, já que meu chefe está em uma reunião mas eu estou entrevistando e conhecendo a história de Douglas um médico que resolveu ir para a guerra do oriente para ajudar os civis e até mesmo os extremistas da Síria, ele foi sequestrado e salvou a vida de um deles, com isso conseguiu a liberdade. Ele tem um história e tanto, uma história que eu amaria que mais pessoas soubessem sobre. Com esta entrevista eu completaria uma pasta cheia de redações de vários temas, mas ainda sem a menor coragem de entregar ao meu chefe porque eu simplesmente me sinto uma formiga perto dele, quando eu deveria me sentir a porra de uma abelha rainha.

— A sua história é simplesmente fantástica. -Digo empolgada e Douglas ri um pouco.

— Se diz, mas isso tudo... Quem eu estou querendo enganar? -Ele pergunta a si próprio. — Foram aventuras e tanto, de fato, mas é o que poderia fazer. -O homem da pele negra radiante diz e joga seus ombros. — Eu sempre quis sair um pouco do conforto que vivo todos os dias, mas acabei entrando em lugares que sinceramente nunca mais desejo voltar. -Douglas admite e eu sorrio um pouco. Balanço minha cabeça e concordo com ele, mas não porque eu o entendo, na verdade, eu sou o oposto disso. Apesar, que na minha infância quando eu ficava na casa da minha avó em Nova Orleans, onde seu quintal aberto levava a um pântano eu sempre descobria coisas novas, árvores novas, insetos novos, pássaros novos, perigos novos, mas sempre uma aventura para mim e meus dias não eram tão acomodados como são hoje. Acomodada em um emprego que não estudei para ter e nem almejei ter e brinco de ser jornalista quando eu realmente posso ser uma, qual é o erro comigo?

— Angelina? -Douglas me chama e o olho. Ele sorri. Douglas não é feio e tenho certeza que ele passou um bom tempo olhando para meus peitos e para minha boca enquanto eu perguntava e quando ele respondia e sorria. Mas, eu tenho um encontro com o Harry então não devo ter um encontro com Douglas, mas é muito legal conversar com o homem à minha frente também também, sem contar que é bem menos desastroso do que foram minhas conversas com Harry. — Quando minha entrevista vai para o jornal? Eu adoraria pregar isso na minha geladeira ou guardar para meus netos. -Ele fala e mordo meus lábios.

— O mais breve possível. -Minto, o que eu poderia fazer? Digo, ninguém gostaria de ser entrevistado por alguém que não é um jornalista com um emprego. Então eu minto e isto é deplorável.

Douglas continua com o olhar de expectativa, ele quer ouvir mais, uma resposta objetiva e eu não sou boa em mentiras mas a verdade é horrível.

— Angie. -A voz rouca que bem conheço fala atrás de mim e todo o meu corpo arrepia. Harry mora em bares? Me viro e lá está o rapaz, com um sorriso galanteador nos lábios e os seus olhos tingidas em um verde brilhante. A roupa que ele usa é bem mais formal do que nos outros dias que eu o vi e me encontrei com ele.

— Ah, Harry. -Sorrio um pouco. Acho que ele, por parte, me salvou de criar uma mentira furada pois escuto o barulho da cadeira se arrastando no chão e pelo som do ruído é a cadeira em que Douglas está sentando.

— Angelina, foi um ótimo encontro mas tenho que ir. Assim que souber a resposta me liga. -Ele diz e o olho. Os olhos castanhos de Doulgas também brilham, ele sorrir para mim e se aproxima de mim beijando minha bochecha. — Até logo.

— Irei ligar, até logo. -Murmuro e Douglas vai embora. Mordo meus lábios e olho para Harry, sua testa está franzida e ele me olha sério.

— Quem é ele? -Harry pergunta sem mesmo me da chance de falar qualquer outra coisa.

Stockholm Syndrome || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora