Stockholm Syndrome || H.S || Complete

| Sixteen |

É curioso como as coisas mudam, às vezes o tempo pode ser devagar ou rápido demais que nem vamos conseguir perceber então a mudança vem como uma surpresa, uma onda imensa nos assustando e nos intimidando. Foi o que aconteceu comigo, mas não de uma forma intensa e que me fez sentir sufocada, foi indolor e imperceptível. Eu e Douglas não tivemos nada demais, sequer beijos ou flertes concretos e ainda sim eu tenho a sensação de que muito tempo se passou e as coisas mudaram para nós de uma forma que não percebi que poderia mudar. Houve uma mudança, nele fisicamente e principalmente, seu cabelo está raspado e a barba feita diferente da ultima vez e mesmo sendo impossível eu tenho a impressão de que desta vez ele está maior do que eu. Além de tudo, o azul claro parece realçar mais sua pele negra, ele está se vestido melhor e eu posso acreditar com certeza que ele é mesmo um médico agora.

— Angelina. -Ele fala sem graça e eu acabo sorrindo um pouco. — Uau.

— Pois é. -Murmuro.

— Me desculpa.

— Oh, certo. Agora são desculpas. -Falo o olhando e ele morde seu lábio.

— Tudo bem, eu fui idiota. -Admite e gesticula com a mão. — Mas quanto tempo não nos vemos.

— De fato. -Falo e subo a alça da minha blusa. — E agora, eu preciso ir. -Digo apressada.

Apesar, de Douglas ser um cara bonito e que já flertou um pouco comigo, eu não posso fazer isso, não tenho interesse e eu preciso voltar ao meu trabalho logo. Douglas segura meu braço e eu o olho. Ele me solta e eu não vou embora.

— Espera. -Ele murmura e sorri sem jeito. — Sobre minha entrevista, ela não vai sair mais? -Pergunta e eu respiro fundo.

— Douglas isto é tão complicado. Mas eu prometo que quando sair será o primeiro a saber. -Falo e é verdade. Tem muita confusão agora porque minha carreira está mudando e sim faz parte do meu plano que todas estas matérias secretas que fiz sejam expostas para as pessoas lerem de algum modo, em algum dia e eu espero que seja um dia próximo como amanhã, mas infelizmente não é bem assim. Eu sei, contudo, que vai demorar um pouco mais do que eu venho esperando, mas eu quero que as coisas se agilizem e que eu possa postar todas as minhas matérias e logo. Agora eu sinto exatamente, como foi idiota ter escondido tudo que eu fiz, mas o que posso fazer? Em alguns momentos a insegurança parece maior do que tudo, então eu tenho que enterrar a verdade em uma mentira grotesca.

— E irá precisar do meu número. -Ele fala e eu franzo minha testa.

— Já tenho seu número. -Afirmo.

— Meu celular foi destruído quando eu fui fazer uma trilha em Seattle com meu irmão. Então eu comprei outro. -Explica e eu acredito porque há sinceridade na sua voz. Além disso, ninguém colocaria o mesmo número no celular de alguém duas vezes.

— Seattle? Que aventura. -Falo e Douglas ri. Ele murmura verdade, eu entrego para ele meu telefone, então o rapaz digita os números e salva no meu celular seu novo número de contato. — E agora eu realmente tenho que ir mas eu não esqueci sobre sua matéria. -Sorrio e o meu sorriso acompanha o do rapaz.

— Está certo, até mais Angelina. -Ele diz, em seguida me abraça eu retribuo o abraço.

Depois disso, finalmente, cada um de nós seguimos um rumo e eu caminho de volta ao meu trabalho.

Sem querer arriscar mais, não toco no meu telefone enquanto não chego no prédio a última coisa que quero é trombar com alguém novamente, eu já estou praticamente e totalmente atrasada para voltar ao trabalho e tenho certeza de que Sr.Waves já está de volta do almoço que teve com os jornalistas sul-americanos. Assim que entro no elevador do prédio eu começo a ler o email de Gemma.