Capítulo 2 - Como nos conhecemos

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Nos conhecemos na escola no primeiro dia de aula. O colégio era bem pequeno, mas eu estava completamente perdida. Em vez de ficar parada esperando aparecer alguém para me ajudar, achei melhor andar pelos corredores e tentar achar a minha sala sozinha. Passando perto de uma escada ouvi um som de violão e subi, como se estivesse sendo chamada por ele. Sentado no último degrau estava um menino de cabelos castanhos bem claros, na minha opinião ele era loiro, vestindo o uniforme do colégio e um all star de cano alto. Ele continuou cantando, mesmo percebendo a minha presença, mas não levantou a cabeça para me olhar.

- Uau! Parabéns! Você canta e toca muito bem! - Disse assim que ele parou.

- Valeu. - Ele levantou a cabeça e me encarou. Ele tinha lindos olhos azuis que pareciam estar brilhando. - Tá perdida?

- Mais ou menos... - Sorri sem graça. - Sou aluna nova.

- Qual a sua turma? - Ele estava guardando violão.

- 1A.

- As salas ficam lá embaixo. Aqui é a escada pra quadra. - Ele levantou e percebi que era mais alto do que eu. Ele passou por mim, descendo a escada. - Não vai vir? - Ele já estava no primeiro degrau e me encarou estranhando eu ainda estar parada no mesmo lugar.

- Claro! - Sorri percebendo que minhas bochechas estavam coradas. Quando ele passou por mim sem falar nada, achei que ele estivesse me ignorando.

- Aqui. - Estava andando alguns passos atrás dele, até ele parar na frente de uma porta e se virar para mim.

- Obrigada! - O encarei esperando que ele falasse o seu nome, mas ele só me olhava de volta. - Qual é o seu nome?

- Luís Felipe. E o seu?

- Luciana. - Antes que eu pudesse perguntar qual era a turma dele, ele me cortou.

- Pra sua reputação é melhor ninguém te ver falando comigo. - Ele ia se virar, mas eu o interrompi.

- Você não tem cara de ser o badboy!

- Não! - Ele sorriu sarcasticamente. - Eu sou a pedra no sapato do badboy! - Ele se aproximou de mim. - E você não vai querer começar logo no lado contrário! - Ele se virou e entrou na mesma sala que tinha apontado para mim.

Eu fiquei em pé alguns segundos tentando entender o que tinha acabado de acontecer quando o sinal tocou me despertando. Entrei na sala de aula e dei uma olhada pensando onde eu ia sentar. Tinham algumas cadeiras vazias no meio de outras com mochila, e me dirigi para uma delas. Era uma forma de me aproximar dos meus colegas de sala e começar a me enturmar. Só que, quando eu já tinha colocado a mochila em cima de uma cadeira, vi que o Luís Felipe estava sentado sozinho, sem nenhuma mochila por perto, no final da sala. Sem pensar, peguei minha mochila e me sentei na cadeira ao lado dele. Até então ninguém tinha reparado em mim, mas assim que me sentei ao lado dele, as conversas diminuíram e algumas cabeças me encaravam.

- O que você tá fazendo? - Ele perguntou sério com uma sobrancelha erguida.

- Sentando em uma cadeira vaga para assistir às aulas. - Tirei o estojo e caderno de dentro da mochila e a coloquei pendurada atrás do assento da cadeira.

- Você ouviu o que eu falei pra você lá fora? - Ele continuava com a sobrancelha erguida e falava baixo.

- Sim. - Percebi que ele ia argumentar, mas o cortei. - Mas eu faço as minhas escolhas! E eu quero sentar aqui! - Ele deu um sorriso sarcástico. - E se você quiser ser meu amigo... Tô aberta a essa possibilidade também! - Virei para a frente e várias cabeças que ainda nos encaravam fingiram olhar para outros lugares.

- Você por acaso é a "badgirl" pra querer comprar briga com o badboy? - Ele queria debochar de mim, mas ele não conseguia esconder a surpresa por eu estar bancando sentar ao lado dele.

- Eu tenho cara de "badgirl" pra você? - Foi a minha vez de sorrir.

- Não.

- Acertou! - Continuei o encarando por um tempo e completei. - Mas não tenho problema se eu tiver que entrar em alguma confusão. - Pisquei para ele e me virei para a frente.

- Então você é uma "badgirl"! - Ele voltou a sentar direito na cadeira.

- Eu não sou isso! - Me virei rápido para ele e ele sorriu de verdade, me fazendo sorrir também. - Eu só entro em confusão para defender quem precisa!

- E você acha que eu preciso de ajuda? - Ele arregalou os olhos e ergueu as sobrancelhas.

- Com certeza! - Eu respondi e ele debochou de mim. - Não necessariamente para se defender... Mas com certeza um integrante a mais no grupo não faz mal!

- E quem te garante que eu não sou sozinho?

- Se você realmente não tivesse ninguém no grupo, você não teria sentado com a mochila no seu colo! Com certeza teria usado a cadeira da frente ou a que eu estou sentada.

- Uau! Observadora! - Ele estava me encarando curioso e eu tombei a cabeça de lado rapidamente com o elogio. - E se você acha que teria alguém sentado aí, por que você sentou? - Pela primeira vez ele não estava sendo sarcástico ao falar sobre algo que tinha a ver com ele. Ele estava apenas curioso.

- Quer que eu troque de lugar?

- Não. Agora não tem mais como você sair do grupo! - Ele piscou , se virou para frente e o professor entrou na sala.

A minha aproximação com o Luís Felipe foi comentada por todos por quase um mês. Logo no fim da primeira aula, o Fábio, um menino que se considerava o braço direito do badboy, veio até mim tentando me convencer a sentar perto dele, ou seja, longe do Luís Felipe. É claro que eu dei um fora no Fábio! É claro que ele ficou com muita raiva de mim! Também é claro que eu entrei para a lista negra deles mais rápido do que qualquer um esperava! E, bem, nem preciso dizer que é claro que o Luís Felipe me defendeu e um monte de boato sobre nós dois surgiu!

Além de estudarmos juntos, o Luís Felipe também morava no mesmo prédio, por isso íamos para a escola juntos,ficávamos juntos o tempo inteiro e voltávamos para casa juntos todos os dias. Oque só aumentava os boatos, mas a gente não ligava. Mais rápido do que conseguimos perceber, viramos grandes amigos, ele era o meu melhor amigo e eu era a dele. Ele sabia da separação dos meus pais e de todos os momentos de rebeldia que eu tinha. Eu sabia o motivo verdadeiro por ele ter repetido no colégio no ano anterior e porque ele e o Ronaldo, o badboy que estudava no terceiro ano, se odiavam.

Gostaram da forma como eles se conheceram?

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Quando eu estava escrevendo que Luís Felipe estava tocando violão, era essa música que estava tocando, então não poderia ser outra música para acompanhar o capítulo!

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