Capítulo 10 - O projeto do colégio

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Na segunda, como já era costume, eu e o Luís Felipe chegamos juntos na escola e a Fabiana ergueu as sobrancelhas me perguntando, com esse movimento, se a gente tinha se entendido. Eu tinha passado a noite toda com ele, então quando fui para o meu apartamento, não consegui fazer nada além de tomar banho, arrumar meu material e dormir. Balancei a cabeça minimamente, dando um sorriso e sentei atrás dela.

- Bom dia! Como vocês estão? – Ela virou para trás com um sorriso enorme.

- Bom dia! Tudo bem, e você? – Perguntei.

- Tudo também! – Ela continuava com o sorriso enorme.

- Por que você tá sorrindo assim? – Perguntei curiosa.

- O que tem no sorriso? – Ela perguntou preocupada.

- Não é nada demais... – Disse e ela soltou o ar que estava prendendo. – Só parece que você tá feliz demais! Aconteceu alguma coisa? – Perguntei curiosa.

- Comigo não... Quero saber de vocês! – Ela olhou de mim para o Luís Felipe.

- Tá tudo certo. – Ele respondeu. – A gente já se entendeu. – Ela quase pulou da cadeira. – Voltamos ao normal. – Ele respirou fundo e ela ficou com a expressão fechada.

- O que deu em vocês? – Perguntei confusa.

- Fala cara! – O Diego chegou e bateu as mãos com o Luís. – E aí, meninas, tudo bem? – Ele sentou na frente do Luís jogando a mochila em cima da mesa e olhou para nós duas.

- Comigo tudo bem, mas com esses dois... – A Fabiana respondeu.

- O que foi? – O Diego perguntou para o Luís e ele apenas balançou a cabeça e pegou a caneta e o caderno da mochila, enquanto o professor entrava na sala.

- Depois nós vamos conversar! – Falei baixo no ouvido da Fabiana que já estava sentada virada para a frente.

Ela balançou a cabeça afirmando e eu peguei o meu material na mochila. O professor fez a chamada, corrigiu o trabalho de casa e passou um trabalho no quadro para copiarmos. Ele estava terminando de corrigir quando alguém bateu na porta e a abriu.

- Com licença, professor. – A diretora estava com a porta totalmente aberta. – Posso dar um recado para a turma?

- Claro! – Ele tampou o marcador que estava usando para corrigir o trabalho no quadro e sentou na mesa dele.

- Bom dia! – A diretora disse quando já estava na frente da turma. Todos nós respondemos e ela continuou. – Esse ano nós vamos realizar um projeto com todas as turmas do colégio! Cada turma ficará responsável por criar, produzir e encenar uma peça de teatro! – O silêncio foi quebrado pelo murmúrio de vários alunos, mas a diretora logo chamou a atenção e aos poucos as vozes foram parando. – Ei! Como eu ia dizendo, cada turma apresentará uma peça. Você irão se dividir para escolher quem serão os alunos que escreverão a peça, os que irão dirigir, os que irão cuidar do cenário e os que irão atuar.

- Diretora, a peça é sobre o quê? – Sandra, uma menina do grupo do Fábio, perguntou com a mão levantada.

- Como são vocês que vão criar, são vocês que vão decidir.

- Então pode ser romance? – Ela perguntou empolgada.

- Sim. – A Sandra e as amigas começaram a bater palmas, mas a diretora interrompeu. – Só não se esqueçam de que vocês estão dentro de um colégio e que isso é um projeto escolar, portanto, sem beijos!

- Como assim?! – Ela perguntou ofendida.

- Se quiserem fazer um romance, fiquem à vontade. Mas volto a lembrar que não haverá beijo. Entendido? – A diretora olhou para toda a turma e nós balançamos as cabeças. – Ótimo. Quando a professora de português der aula para vocês hoje, falem com ela para decidirem quem escreverá a peça e vocês definirem os outros papéis. Os professores estarão de olho e todos vocês têm que participar! Tenham um bom dia e boas aulas!

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