Capítulo 21 - Reencontro

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Acordei no dia seguinte extremamente ansiosa. Demorei alguns segundos até entender o motivo da minha ansiedade e sorri, um sorriso bem grande. Cobri o rosto com as mãos nervosa ao pensar que em algumas horas eu ia me encontrar com o Luís Felipe. Seria a primeira vez que íamos nos ver após o nosso beijo e eu definitivamente não sabia como deveria agir. Respirando fundo, tentei afastar esses pensamentos e deixar rolar, como tinha sido com a gente desde a primeira vez que nos falamos.

Levantei com calma, indo ao banheiro, antes de me juntar a minha mãe na cozinha. Como ela já tinha tomado café, tomei café na cozinha americana enquanto conversávamos e eu via ela terminar de preparar uma torta de frango para o nosso almoço.

- O Luís Felipe volta hoje?

- Sim. – Ela percebeu o sorriso involuntário que se formou nos meus lábios e sorriu também.

- Eu sempre soube que vocês ficariam juntos.

- Mãe... – Revirei os olhos.

- O quê? É verdade! – Ela se defendeu.

- Desde sempre é impossível...

- Não é. Acredite em mim. – Ela me encarou. – Desde o seu primeiro dia de aula quando eu cheguei em casa e você me contou que tinha feito um amigo na escola, eu já senti alguma coisa na forma como você falou dele!

- Ele é bonito.

- Muito bonito, você quer dizer.... – Ela me consertou.

- O que interessa é que naquele momento eu só o achei bonito!

- Aquele Fábio você também disse que era bonito...

- De que adianta ser bonito por fora se não é por dentro?

- Mas você ainda não o conhecia para saber disso...

- Ainda não. – Terminei de comer o meu pedaço de mamão.

- Então por que você escolheu continuar sentada ao lado do Luís Felipe?

- Porque... – Pensei, mas não conseguia encontrar uma resposta.

- Não precisa pensar. – Ela colocou a torta no forno, lavou as mãos e me encarou enquanto as enxugava. – Tem certas coisas na vida, Luciana, que não conseguimos explicar, só sentir. – Ela piscou para mim e foi tomar banho, me deixando pensativa.

Após o almoço, minha mãe me fez lavar a louça e foi dormir um pouco. Coloquei para tocar a música que o Luís tinha me passado e fiquei cantando com um sorriso no rosto a cada palavra que saía da minha boca, tudo porque a música tinha ganhado um sentido especial para mim. Quando acabei, fui ao banheiro e deitei no sofá procurando algum filme para assistir. Deixei em uma animação que já tinha assistido com o Luís Felipe e, ao lembrar dele, tive uma ideia. Na mesma hora peguei o meu celular para digitar uma mensagem para ele e fiquei feliz ao perceber que ele já tinha recebido a mensagem. Ter sinal no celular dele só podia significar que ele já estava voltando para casa, e a minha ansiedade aumentou de tal forma que não consegui mais assistir ao filme que estava passando e nem o que começou depois. A todo momento eu encarava a porta torcendo para ouvir o toque da campainha. Minha mãe já tinha levantado, mas não tinha falado comigo ainda.

- Você está me assustando com a forma que encara a porta.

- Hum? – Perguntei automaticamente, sem desviar os olhos da porta.

- Luciana! – Ela falou um pouco mais alto, finalmente chamando a minha atenção. – Você vai fazer um furo na porta só pela força do pensamento!

- Isso não é possível. – Desconversei voltando o meu olhar para a televisão. Não fazia ideia do filme que estava passando.

- Se você visse a forma que estava encarando a porta, tenho certeza de que acreditaria ser possível. – Ela ergueu as sobrancelhas e sorriu.

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