O que fazer quando, de uma hora para a outra, um menino vira o seu melhor amigo, se torna o seu porto seguro e mexe com as suas emoções?
Venha acompanhar a história dos melhores amigos Luciana e Luís Felipe!
Só que... Será que é só amizade mesmo?!
#...
Ainda na praia mandei uma mensagem para a Fabiana marcando de nos encontrar na casa dela no dia seguinte, já que ela não poderia sair naquele final de semana. Depois que o Diego voltou do mar, eles continuaram conversando, mas eu fiz questão de colocar o som um pouco alto para não ouvir mais nada da conversa deles.
A verdade é que eu estava surpresa e incomodada. Surpresa porque eu jurava que o Luís Felipe me contava tudo desde que nos conhecemos, pelo menos era isso o que ele me dizia, só que, por algum motivo, ele não queria que eu soubesse sobre um certo assunto. E eu estava incomodada por ele estar apaixonado por outra garota... Não sabia explicar o porquê de estar incomodada, só sabia que estava.
- Por que você tá calada? – O Luís me perguntou enquanto abria o portão do nosso prédio.
- Nada. – Ele segurou o portão para mim e eu entrei sem olhá-lo.
- Você está mentindo. – Ele disse assim que me alcançou, já que eu não tinha parado para esperá-lo.
- Você acha? – Ergui a sobrancelha, ainda sem encará-lo.
- Eu sei. – Estávamos entrando no elevador.
- E por que eu mentiria pra você? – O encarei pela primeira vez desde que saímos da praia. – Você acha que eu escondo alguma coisa de você? Ou será que você esconde as coisas de mim e agora vai desconfiar que eu faça o mesmo? – Sorri sarcasticamente.
- Do que você tá falando? – Ele me encarou sério, mas o elevador tinha acabado de apitar avisando que eu tinha chegado ao meu andar.
- Tenho que ir. – Saí do elevador assim que as portas abriram e ele me seguiu.
- Lu! – Ele me alcançou, ficando na minha frente. Respirei fundo segurando a chave de casa com força. – O que tá acontecendo? Você ficou estranha na praia!
- Não aconteceu nada... É impressão sua. Tenho que ir. – Passei por ele e cheguei a minha porta, colocando a chave na fechadura.
- Vamos ver se marcamos alguma coisa pra amanhã.
- Amanhã não dá. Já marquei com a Fabi pra gente se ver.
- Entendi... E ela não vai poder sair, né?
- Isso. Mas de qualquer forma a gente tinha pensado em fazer uma coisa de meninas...
- Será que a gente pode se encontrar hoje a noite, então? – Ele perguntou parado no mesmo lugar e ainda me encarando confuso sem entender o porquê de tanta indiferença da minha parte.
- Acho melhor não...
- "Acho melhor não"? – Ele repetiu o que eu disse usando o sarcasmo pela primeira vez na nossa conversa. – Me fala agora o que tá acontecendo! – Ele tinha se aproximado de mim e estava praticamente com o corpo colado ao meu e falando muito sério, como nunca tinha feito antes.
- Já disse que nada! Só não quero hoje! Você não precisa ficar colado em mim o tempo inteiro! – Não queria que ele percebesse que eu tinha ouvido a conversa deles, mas se eu continuasse falando, ia acabar deixando transparecer.
- Do que você tá falando? – Ele já demonstrava preocupação. – Luciana, você tá me assustando. De verdade. Você parou de falar comigo do nada, você não olha para mim e agora tá dizendo que não precisamos ficar colados... O que eu fiz? Por favor, só me explica o que tá acontecendo.
- Luís... – O encarei. – Eu só quero ficar um pouco sozinha hoje... Não é nada, tá? Só quero descansar...
- Eu posso cantar pra você... – Ele estava tentando de tudo para poder entender o que eu estava sentindo.
- Desculpa, mas hoje eu realmente quero ficar sozinha...
- A música sempre te acalmou... – Ele continuava insistindo.
- Se eu precisar eu tenho o rádio... Não é o que você me fala? – Eu sabia que tinha pegado pesado na mesma hora em que ouvi as palavras saindo da minha boca e as lágrimas se formando nos meus olhos.
- Uau! – Ele deu um passo para trás e pude ver a decepção estampada em seu rosto. – Achei que fôssemos melhores amigos...
- Nós somos.
- Não parece... Melhores amigos não escondem as coisas dos outros... – Ele continuava decepcionado.
- Era o que eu pensava... – Retruquei por ele estar fingindo que não escondia nada de mim.
- Então você assume que tá escondendo alguma coisa?
- Eu assumo que tô cansada e que tudo o que quero agora é tomar um banho e descansar em paz.
- Não vou te atrapalhar mais então! – Ele se virou em direção ao elevador e eu me virei para a porta que já estava destrancada. – Não sei o que tá acontecendo, mas pra mim tudo continua do mesmo jeito... Você pode contar comigo sempre que precisar. Sabe que é só me chamar que eu vou estar sempre disponível.
- Você não tem que estar sempre disponível! – Falei com um pouco de raiva ao me lembrar que ele tinha alegado que não podia ficar com quem ele está apaixonado por minha causa.
- Você é minha melhor amiga. – Ele respondeu baixo, demonstrando estar ofendido com o que eu tinha acabado de dizer.
- Eu não quero atrapalhar a sua vida. – Falei com os olhos cheios de lágrimas e entrei em casa.
- Luciana, por favor, me procura assim que puder me explicar o que tá acontecendo. – A porta do elevador abriu e ele entrou.
Corri para o banheiro e chorei tudo o que estava preso desde a conversa deles na praia. Só conseguia pensar que o Luís Felipe era meu melhor amigo, que ele estava apaixonado por outra garota e que tínhamos acabado de brigar.
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Primeira briga entre os dois! A Luciana não gostou nada de saber que o Luís Felipe está apaixonado por alguém. Como ela disse, ela está incomodada, mas sem saber ainda o porquê... Será que vai demorar muito para ela descobrir que é a "outra garota"?
