C. 4 - REVELAÇÕES

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Ao chegarmos, não vi Geferson na lojinha, outros funcionários cuidavam da caixa registradora enquanto poucos clientes de roupa de praia permaneciam no lugar, comendo qualquer salgado que estivera na estufa há pouco. Passei por fora da loja, indo para um portão branco ao lado, virei para Derek, ressabiado. Pedi para ele virar de costas e ele me olhou com uma sobrancelha erguida. Podia ver sua dúvida nos seus olhos. Eu cruzei os braços, olhando-o com toda a determinação que me restara, e uma discussão silenciosa se instaurou. Não desisti até vê-lo suspirar e se virar, meneando a cabeça.

Peguei a chave que estava embaixo do carpete de bem-vindo e abri o portão, chamando o alfa para entrar. Eu subi primeiro as escadas que levavam ao pequeno apartamento, sentindo minhas mãos tremerem levemente. A única pessoa que uma vez já entrara naquele minúsculo apartamento fora meu tio, e isso porque ele que construiu aquele lugar. Suspirei, abrindo a porta estreita e entrando no pequeno apartamento. Tirei a jaqueta e a pendurei em uma cadeira na escrivaninha, virando-me para Frenshwick, sem realmente olha-lo nos olhos.

— Você mora aqui? — perguntou Derek, inalando profundamente. Eu assenti, sentindo meu rosto esquentar, ainda observando o alfa. — É pequeno. — disse, olhando em volta, se aproximando do rack pra TV, onde estavam alguns porta-retratos. — Você... Tem uma irmã?

— Sim. Ela morava com meu pai, na Capital. — murmurei, pegando o porta retrato de sua mão e olhando a foto de duas crianças pequenas em uma luta de judô numa sala com uma enorme televisão. — Ela ganhou alguns torneios antes de... Antes do primeiro heat.

— Você luta desde quando? — perguntou, passando a mão levemente nas medalhas e prêmios que guardava em uma estante perto da TV.

Eu coloquei a foto de volta em seu lugar segui seu olhar, olhando as medalhas. Nem todos eram troféus de luta, algumas medalhas eram competições de natação, as quais ganhara pela escola a qual estudava agora. Sorri de lado ao pegar uma medalha mais antiga, gasta pela maresia: minha primeira medalha de judô. Lembrava-me do dia em que a ganhara, meu pai me levou nos ombros até em casa e eu levei a medalha no pescoço. Foi tão bom... Foi a primeira vez que me senti vivo, apesar da dor persistente no ombro.

— Eu comecei a competir aos cinco. — disse, sorrindo para a medalha, alisando a fita azul que a levava ao pescoço.

— Nossa. — disse Frenshwick, impressionado. — Não é a toa que quase conseguiu quebrar meu braço.

Eu sorri, finalmente olhando para o alfa, observando o braço que eu imobilizara mais cedo. Mordi o lábio, talvez um pouco preocupado.

— Desculpa por aquilo.

— Tudo bem. Devia ter imaginado que estaria na defensiva depois de tudo. — eu me aproximei, tocando seu braço. — Eu tenho uma alta tolerância a dor. — olhei para seu rosto, sua bochecha que, minutos antes, estava toda ralada pelo asfalto, já exibia fracas cicatrizes. Toquei as feridas, erguendo uma sobrancelha. — Eu curo bem rápido também.

Mordi o lábio, olhando para baixo e me afastando um pouco, cruzando os braços a frente do meu peito, como se fosse um escudo. Eu me sentia vulnerável depois do que aconteceu na praia, ainda sentia calafrios e a memória do cheiro pungente do homem ainda enchia meus sentidos.

— O que é um Alfa Lúpus?

— Eu posso me transformar em um lobo. — disse, dando de ombros. — Acho que isso tem a ver. Eu tenho os sentidos de um lobo... Às vezes é... Insuportável.

— Você é um lobisomem? — ergui uma sobrancelha.

— Pode-se dizer que sim. — ele deu de ombros — Por algum motivo, existe uma outra consciência que... Que quer coisas. São os meus instintos, que eu falei... Sabe?

— Aqueles instintos que querem me proteger?

Ele assentiu, olhando para baixo, parecendo quase envergonhado.

— É como se tivesse uma outra consciência dentro de mim, uma que às vezes consegue me controlar. — mordeu o lábio dando de ombros. — Meu pai disse que isso é normal. Que eu tenho que aprender a controlar minhas reações, minhas emoções, para que meus instintos não me controlem, porque... Porque eles são mais fortes que os outros.

Assenti brevemente, um tanto distraído por seus olhos azuis. Eles eram tão escuros (ou estavam tão escuros) que pareciam duas safiras em um rosto másculo. Respirei fundo e andei até um armário, sentindo meu rosto corar brevemente enquanto eu pegava uma toalha em uma gaveta e jogava em direção à Derek.

— Vá tomar banho. Eu vou ver se consigo uma roupa pra você com um dos frentistas, eles sempre trazem roupa extra.

— Está tudo bem ir sozinho?

— Vou ficar bem, eles são meus amigos.

Derek me olhou, desconfiado e eu sorri, confiante. Conhecia-os há anos, eles não iriam fazer nada comigo, fariam? Senti meu sorriso vacilar por um breve instante, mas logo voltou a sua forma, mesmo que forçado. Empurrei Frenshwick para o banheiro e me certifiquei que ele estivesse dentro do chuveiro para que pudesse descer a escada. O sal e a areia começavam a me incomodar, fazendo minha pele ficar levemente grudenta.

Eu saí do prédio e andei em direção ao posto, chamando um dos frentistas que era de maior confiança pra Geferson.

— Jackson! — gritei, chamando o garoto de cabelos ruivos. — Eu preciso de um favor seu.

— Fredinho! — falou o alfa, provocando-me ao mesmo tempo que me apertava em um abraço. — O que quer que eu faça, meu amiguinho? Soube que teve uma semana difícil, precisa de ajuda pra...

— Não. — corei e desviei o olhar, ouvindo-o rir — Eu preciso que me empreste umas roupas.

— Por quê? — vi-o cruzar os braços, franzindo o cenho.

— Um amigo meu veio da praia e não trouxe roupa pra trocar... — respirei fundo, fechando os olhos — Por favor, Jack, pense nisso como uma retribuição por todos os refrigerantes que você pegou fiado da lojinha.

Observei-o enquanto fingia pensar no meu caso, mordi o lábio, sorrindo brevemente para meu amigo. Por favor. Pensei, quase juntando as mãos em uma prece silenciosa. Entretanto, em um intervalo de segundos, peguei-me pensando em como seria se não conseguisse as roupas para Derek. Ele teria que usar as minhas e as minhas roupas ficariam ridículas no corpo musculoso e grande daquele alfa. Ou ele teria que ficar de toalha até suas roupas secarem.

— Desculpa, Fredinho. — disse o alfa ruivo, dando de ombros, tirando-me do meu devaneio. Ergui uma sobrancelha. — Eu não posso te ajudar.

— Por quê?

— Porque eu não quero. — em seus olhos castanhos eu vi um brilho quase perverso, ladino, que não combinava em nada com sua expressão normalmente divertida. — Não vou ajudar nenhum amigo seu que você deixou nu na sua casa.

— Nós fomos a praia, Jackson. Nós não...

— Me poupe dos detalhes, Fredinho. — seu tom irônico fez os pelos da minha nuca se arrepiarem.

Um riso breve e irônico surgiu em meus lábios e eu meneei a cabeça. Inacreditável. Disse para mim mesmo e voltei a andar em passos rápidos e fortes em direção a minha casa. Eu subi as escadas correndo e entrei, quase batendo de cara com uma parede de músculos em frente a minha televisão.

Derek estava com a toalha amarrada na cintura, seu peito e abdômen completamente descobertos, mostrando o bronzeado suave em sua pele. Engoli o seco, sentindo meus olhos se arregalarem quando ele se virou pra mim. Um sorriso suave apareceu em seus lábios, as covinhas afundando na pele suave de suas bochechas, mas, quando inalou, sua expressão se tornou sombria. Confusão e depois raiva perpassaram seu rosto e, em um movimento rápido, eu estava em seu ombro, sendo levado como um saco de batatas para o banheiro.

Ele só parou quando eu estava no box, apesar dos meus protestos, e sob a água gelada que caía do chuveiro. Então observei quando ele pegou um sabonete e começou a me ensaboar com força, deixando minha pele vermelha e levemente irritada.

— Ou, ou, ou. — falei, parando seu movimento frenético, tirando a água do rosto. — Calma aí, que eu não te dei essa liberdade. Tomar banho na minha casa é muito diferente de me dar banho no meu chuveiro. Vamos com calma.

Eu o olhei, vendo sua respiração acelerada e seus olhos me fuzilarem, como se quisesse me matar com raios laser. Seus olhos estavam violeta e suas orelhas... Olhei-as, curioso, tinha duas orelhas em sua cabeça, peludas e cinzentas, como orelhas de lobo.

— Eu não consigo, Fred! — falou, em um tom rosnado, animalesco. — Esse cheiro tem que sair, ou eu não vou conseguir segurar. Esse cheiro tem que sair!

— Certo, lobinho, ele vai sair. Se acalme. — peguei seus ombros com certo receio, massageando-os — Mas eu posso tomar banho sozinho. Somos seres racionais. Você é um ser racional e vai pegar uma toalha seca no meu armário e me esperar lá fora.

— Eu... Eu... Não consigo... — sussurrou, sua respiração ainda estava pesada, seus olhos ainda brilhavam em um tom violeta e suas orelhas não voltaram ao normal. — Eu...

— Certo, Derek. Me escuta. — eu o empurrei para fora do box e para fora do banheiro. — Eu vou fechar a porta, isso vai impedir que o cheiro chegue até você, certo? — ele assentiu, suas orelhas abaixando como se estivesse triste. Respirei fundo e umedeci os lábios, fechando a porta entre nós, impedindo-o de passar.

Eu girei a chave que ficava direto na porta e o escutei rosnar.

— Não tranque a porta! — escutei-o, sua voz estava quase bestial. Logo destranquei. — Obrigado.

— Certo... — murmurei, passando as mãos molhadas no rosto. — Certo, Derek, pode me escutar?

— Sim. — disse, sua voz rouca e lupina abafada pela porta.

— Então faz o que eu disser. — disse, fechando os olhos. — Primeiro você vai se acalmar e respirar fundo. Inspira por quatro segundos e expira em seis. Faça isso três vezes. — falei, colando o ouvido na porta para ouvi-lo respirar. — Se acalmou?

— Um pouco. — escutei-o e sua voz tinha voltado ao normal. Eu assenti, umedecendo os lábios novamente.

— Agora pegue uma toalha seca na última gaveta do meu armário. — escutei-o andar pelo piso de madeira, seus passos eram pesados e audíveis. A gaveta se abriu e se  fechou. — Agora espera que eu vou tomar banho.

Respirei fundo e voltei ao chuveiro ainda ligado, cantarolando uma musiquinha qualquer que estava na minha cabeça enquanto dançava no chuveiro. Ensaboei meu corpo e olhei para as marcas vermelhas que ainda estavam em meus braços e barriga. Derek ficara realmente nervoso quando sentiu meu cheiro. Dei de ombros e lavei o cabelo, tirando o sal e a areia e passando o condicionador. Aquilo não era realmente necessário, mas eu gostava na maciez extra que o condicionador dava aos fios.

Suspirei quando terminei o banho, enrolei-me em uma toalha que deixava pendurada ali perto, e saí do banheiro, entrando no quarto e dando de cara com um Derek sentado na minha cama, assistindo televisão. Controlei meus olhos para não descer por seu corpo nu e pele exposta. Seus olhos estavam azuis, bem escuros, como duas safiras, e as orelhas de lobo haviam sumido de sua cabeça. Frenshwick parecia uma pessoa completamente normal.

— Tudo bem? — perguntei, sentando-me ao seu lado. Ele assentiu, sem olhar para mim. — Pode me explicar o que aconteceu?

— Olha... É... Complicado.

— Tem a ver com sua consciência lupina? — ele me olhou, quase assustado — Ela... Ela gosta de mim. Certo? — vi-o engolir o seco e assenti, consegui imaginar suas orelhas de lobo se abaixando, tristonhas. — E por quê? Por que você fica rosnando pras pessoas que me tocam? Por que você surtou quando eu cheguei em casa? O que aconteceu, Derek?

— Ele é possessivo. Extremamente possessivo. — o alfa olhou para as mãos. — Ele não gosta de ver outras pessoas te tocando, tem essa ideia deturpada de que você é dele... — engoliu o seco, olhando-me com olhos tristes — Que você é meu. — meu queixo caiu, deixando minha boca levemente aberta. Ele voltou a olhar para as mãos. — Eu sinceramente não sei o que ele viu em você. Você é irritante, petulante e abusado.

— Obrigado pela parte que me toca. — murmurei. Ele soltou um riso breve, mas logo o sorriso desapareceu de seus lábios.

— Quando senti o cheiro de... De outro alfa em você... Isso foi... Foi insuportável. Como se tivessem tomado o que... — ele me olhou, uma lágrima brilhava em seus olhos azuis. — Como se tivesse tomado o que é meu. — eu abri a boca pra protestar, mas ele levantou, colocando as mãos nos cabelos. — Eu sei. Eu não tenho direito nenhum sobre você, mas não é o que ele pensa. Ele está obcecado por você. E... E eu me importo... Eu estou começando a me preocupar com você.

— Então, você está dizendo que seu “lobo interior” — fiz aspas com os dedos — tomou posse de mim, como se eu fosse algum tipo de... De brinquedinho?

— Mais como parceiro. — disse, dando de ombros.

— Sua consciência é muito louca. — falei, rindo, empurrando-o com o ombro. Então mordi o lábio, olhando-o, e, então, levantei-me. — Vou... Vou pegar algo pra vestir.

Peguei uma blusa que fora do meu pai em tempos antigos, que ficava na metade da minha coxa, e peguei um short de pijama confortável de seda. Podia sentir o olhar pesado de Derek em minhas costas, observando-me pegar as roupas que eu usaria. E eu me virei, sentindo meu rosto corar, olhando-o. Seus olhos estavam em uma coloração violeta e seus dentes cravaram em seu lábio inferior, suas mãos estavam fechadas em cima da cama, amassando o tecido de algodão puro. Tombei a cabeça para o lado, curioso.

— É melhor você ir. — murmurou Derek, num rosnado. — Por favor.

— O que está acontecendo?

Ele umedeceu os lábios avermelhados e eu pude ver um pouquinho de sangue molhando-os.

— Não pergunta... — eu sorri, curioso, cruzando os braços e ele corou, fazendo uma risada surgir da minha garganta — Você pode fazer o favor de ir se trocar?

— Ou o quê?

— Você quer mesmo saber?

— Sim. Sua reação está me deixando curioso.

Ele se levantou lentamente, aproximando-me de mim, ele tinha um pequeno sorriso em seus lábios, bem tímido, mas que escondia segundas intenções, como um predador caçando sua presa. E eu percebi que sua presa era eu. Mordi o lábio, sentindo suas mãos pegarem minha cintura e me puxarem para perto com força, meu corpo menor batendo no corpo forte como aço, fazendo-me perder um pouco o fôlego.

A toalha macia fez fricção em meu membro um tanto sensível por causa do heat e eu prendi um gemido em minha garganta. Olhei dos seus olhos violetas para seus lábios entreabertos, mostrando seus caninos levemente proeminentes. Mordi o lábio quando ele umedeceu os dele. Podia sentir seu hálito quente contra o meu rosto a centímetros do dele.

— Quer mesmo saber? — sussurrou, sua respiração lançando lufadas de ar contra meu rosto.

— O que vai fazer, lobinho? — tentei soar provocativo, mas minha voz soou tremida e um pouco falhada.

Seu sorriso se tornou amplo e as covinhas se afundaram em suas bochechas. Ele terminou a distância que havia entre nossas bocas e senti seus lábios macios tocarem os meus, inicialmente mais tranquilo, mas depois foi quase como um ataque. Seus lábios atacaram os meus com volúpia, suas mãos apertaram minha cintura fina com força, forçando meu corpo contra o dele, minha semiereção esfregou-se contra seu membro, causando uma fricção gostosa que fez gemidos saírem por entre nossos lábios em perfeita sincronia, ao mesmo tempo que ele sugava minha língua. Levei minha mão livre até sua nuca, em uma tentativa frustrada de puxar os fios curtos e castanhos.

Quando ficamos sem ar, ele desceu os beijos pelo meu pescoço, marcando a pele lisa do meu maxilar beliscando-o com os caninos proeminentes, causando pequenos choques de eletricidade pela minha pele. Eu arfei, fechando os olhos, minha cabeça indo para trás, involuntariamente, dando espaço para seus lábios. Ele prontamente aproveitou a oportunidade, seus lábios beijando e mordiscando a pele suave perto do meu pomo de Adão. Forçou-me a andar para trás, apertando-me contra a parede de gesso. Prendi um gemido em minha garganta e fechei os olhos, mordendo o lábio inferior com força, ainda tentando puxar os cabelos curtos de sua nuca.

— D-Derek... — murmurei, sentindo resquícios do heat deixarem meu pau duro contra a pélvis do alfa. Malditos sejam os ômegas. Ele sorriu contra minha pele, suas mãos descendo pelo meu quadril, apertando minha bunda com força. Senti um líquido escorrer pela minha coxa, entre as minhas nádegas. — Derek eu...

— Shh... Eu sei... — murmurou contra a minha pele, beliscando a pele do meu ombro com os dentes, pequenos choques perpassaram minha coluna espinhal. — Seu cheiro é tão bom... Tão suave... Tão doce... — murmurou, passando o nariz suavemente em meu pescoço. — Eu não vou fazer nada que não queira... Só deixe eu... Cheira-lo...

— Você é... É um louco... Um louco m-muito... Hmmm... — fechei os olhos, gemendo quando seus caninhos beliscaram um lugar sensível em meu pescoço. — Gostoso.

— Você me deixa louco, garoto. — disse, rouco, deixando uma mão se arrastar para o nó da toalha que apertava minha cintura.

Seus lábios deixaram minha pele para ele se afastar e me encarar, com seus olhos violeta e as pontas de seus caninos aparecendo por entre os lábios entreabertos. Ele me olhou, sua respiração forte batendo em meu rosto corado. Eu sentia meu corpo esquentar e uma tontura mais leve tomar conta do meu cérebro, fazendo-me fechar os olhos com força, vendo estrelinhas. Meu membro estava ereto e sensível.

— Posso? — perguntou Derek, hesitando com a mão em minha toalha.

Assenti, sentindo uma gota de suor descendo pela minha testa. Uma dor suave se instalou no final do meu ventre, enquanto ele tirava a toalha em volta da minha pélvis de vagar. Eu mordi o lábio, sentindo uma leve urgência. Isso está sendo muito lento. Larguei a roupa no chão, colocando uma mão no peito musculoso de pele suave do homem. Passei a unha pequena sobre seu mamilo e Derek sorriu breve, concentrado no pau em sua mão, umedecido com o líquido do pré-gozo. Isso pareceu dar um pequeno clique no cérebro do alfa, que voltou a me beijar com volúpia, levando a mão que estava em minha bunda para meu cabelo, puxando os fios mais longos.

Eu gemi alto contra sua língua quando ele apertou meu membro com força, começando a masturba-lo. Fechei os olhos, recebendo o beijo mais do que o estava retribuindo. Seus dentes voltaram a beliscar meu pescoço, minha clavícula, meu mamilo, puxou minha cabeça, chocando-a levemente contra a parede. Arfei, seu polegar esfregando suavemente a glande, lágrimas surgiram aos meus olhos. Aquilo era tortura. Mais líquido escorreu pelo meu ânus, e eu choraminguei. Que sensação mais... Escrota.

— D-Derek... P-por favor... N-não me... T-tor... Tortura.

Ele sorriu contra minha pele, sua mão saiu do meu cabelo e o vi se ajoelhar ante mim, seus beijos estalando-se contra minha pele quente e suada. Eu gemia, manhoso, pedindo insistente que ele parasse com aquela tortura, porque eu precisava de mais, que ele fosse mais rápido, mais forte, eu precisava dele dentro de mim.

Derek me tomou nos lábios, meu pau sumindo em sua boca quente e molhada enquanto sua outra mão me penetrava por trás, um dedo... Dois... Eu bati a cabeça com força quando um terceiro dedo me penetrou, arremeti contra ele uma vez, meu quadril se contraindo, meu ânus apertando os três dedos dentro de mim. Segurei um grito em minha garganta, minha boca aberta em um perfeito O, minha barriga se contraiu, uma pressão desceu pelo meu ventre, minhas bolas doeram, contraindo-se com o gozo reprimido. Gemi, frustrado. Minha respiração saía entrecortada, e eu não mais sabia o que eu falava, ou fazia. Arremetia impetuosamente contra a boca de Derek, tentando obter meu alívio, mas, sempre que eu chegava perto, ele parava de investir com os dedos, como se estivesse querendo me torturar. E, todas as vezes, eu choramingava.

Você quer me matar, Frenshwick.

Quando sua mão livre apertou minhas bolas, massageando-as, quando a outra atingia minha próstata uma, duas... Várias vezes, eu gozei. Sua língua passou pela minha cabeça, pela fenda da glande, uma última vez antes de soltar meu pau com um som obsceno de sucção.

Eu tremia. Minhas mãos agarravam seus cabelos com força, fazendo os nós dos meus dedos ficarem suavemente esbranquiçados. Derek estava ajoelhado a minha frente, respirando fundo, aspirando os odores que enchiam o quarto: o suave, mas forte, cheiro cítrico de laranja misturado ao cheiro forte de sexo e madeira. Minhas pernas estavam bambas, mas aquilo não fora suficiente para aplacar a agonia que eu sentia. Minha pele continuava quente e sensível, extremamente avermelhada. Meu pau ainda estava duro, apesar do meu cansaço.

Observei o alfa se levantar, seus olhos ainda em tom violeta, seus lábios estavam entreabertos e um fio de saliva escorria do canto de sua boca. Sua respiração estava irregular, tal como a minha, e eu não contive a onda de adrenalina que manteve meu corpo ativo e desperto. Coloquei ambas as mãos em seu peito, empurrando-o de costas, até seus joelhos serem empurrados pelo colchão de mola. Derek me encarou com um olhar curioso, sua sobrancelha se erguendo para confirmar sua curiosidade.

— O que vai fazer, pequeno ômega?

Eu sorri, quase maquiavélico e deixei que minhas mãos passeassem pelo seu peito, brincando com seus mamilos enquanto faziam um caminho até sua toalha. Desfiz o nó que a prendia em sua cintura e mordi o lábio vendo a ereção entre as pernas do alfa: grande, grossa e pulsante, apontando para mim. Saliva encheu minha boca e foi a minha vez de me ajoelhar a sua frente, não consegui controlar aquele ímpeto, nem queria. Peguei seu membro com a mão, lambendo o líquido pré-gozo que vazava da fenda em seu pau. Ele ofegou e eu sorri, colocando-o em minha boca. Senti seu pau pulsando em minha língua e continuei fazendo-o adentrar a minha boca, mas antes que conseguisse fazer o que eu queria, ele me levantou, colocando as mãos por baixo dos meus braços, fazendo-me sentar em seu colo.

— Não. — rosnou, com seriedade.

— Por favor? — pedi, colocando uma mão em seu peito, mordendo o lábio. Ele meneou a cabeça e foi quando notei as orelhas em sua cabeça, felpudas, e cinzentas. — Olha! — falei, rindo, esticando a mão para toca-la.

Enquanto eu tocava sua orelha, ele me virou, colocando em minhas costas contra a cama macia, pegando-me desprevenido. Soltei um grito agudo enquanto ele rosnava para mim, esfregando o pau contra o meu, fazendo-me gemer.

Ele estava entre minhas pernas, então não foi difícil travar meus calcanhares em sua bunda, puxando-o para um beijo faminto. Eu, literalmente, doía para tê-lo, e eu sussurrava em seus lábios pedindo para me foder.

Ele rosnou, sua boca vibrando contra a minha, quando se afastou. Seus olhos me encararam e o senti se render, pegando o próprio pau e esfregando-se contra minha entrada, espalhando o líquido de odor cítrico, fazendo-me gemer enquanto ele me observava. Fechei os olhos, permitindo-me apenas sentir enquanto ele me penetrava, a cabeça gorda de seu pau entrando sem muita resistência, sendo engolida por... Mim.

Prendi a respiração enquanto ele entrava, um gemido engasgado saindo dos meus lábios quando senti-o todo dentro de mim. Lágrimas surgiram em meus olhos, mas não era de dor. Era outra sensação, como se eu estivesse... Cheio demais. Engoli o seco e assenti, olhando-o. Suas orelhas ainda apontavam para mim enquanto ele olhava para baixo, seu corpo sobre o meu, seu braço apoiado ao lado da minha cabeça, sustentando seu peso. Eu coloquei uma mão em sua orelha felpuda e ele rosnou. Em um movimento rápido capturou minha mão, prendendo-a sobre a minha cabeça. Sua respiração estava pesada contra o meu peito e ele não se movia, tenso.

— Não. Me toque. — sua voz soava rouca e bestial, como quando surtou mais cedo quando sentiu o cheiro de Jackson em mim. Ele me olhou. Seus olhos cintilavam em um violeta intenso. — Eu 'tô tentando controla-lo. É difícil quando você está me tocando.

Mordi o lábio, fechando o punho da outra mão contra o lençol, amassando-o em minha palma. A urgência ainda existia, mas algo dentro de mim se acalmara quando ele entrou em mim, como se estivesse parcialmente satisfeito em estar preenchido. Mordi o lábio, fechando os olhos, gemendo quando ele começou a mexer lentamente. Agora sim a coisa estava andando, ou se mexendo, da forma que eu ansiava. Seus dedos apertaram meu pulso com mais força, suas unhas entraram em minha pele, causando uma leve dor que fez meus sentidos se tornarem mais aguçados. Gemi mais alto, sentindo-o atingir minha próstata uma, duas, três, quatro...

— Hmmmm... Der...

Achei uma utilidade para minha mão livre, levando-a para meu pau, que latejava e pingava o líquido pré-gozo. Eu gritava coisas incoerentes, que eu nem sabia o que estava gritando. Mas entendia as palavras faladas em um rosnado inumano por Derek. Gostoso. Apertado. Tão apertado. Você me deixa louco, gatinho. Entre outras coisas mais obscenas e sujas, enquanto entrava e saia freneticamente, batendo naquele lugar com destreza todas as vezes, com força. Até eu vir, sujando nossos peitos com esperma quente e leitoso, rolando os olhos nas órbitas.

O alfa saiu de mim, com um muxoxo, soltando meu pulso acima da minha cabeça e se masturbando, inclinado sobre mim, sua mão subindo e descendo em seu membro com força, feroz. Era um show... Era um show e tanto. Minha respiração estava ofegante pelo orgasmo recente, a sua estava forte e irregular, lançando lufadas em meu peito. Até que veio, sujando-nos com seu gozo.

Respirei fundo, sentindo minha pele suada e meus olhos pesados.

— Uau. — sussurrei, olhando-o. Coloquei uma mão em seu rosto suado, olhando para nossos espermas misturados em meu abdômen. — Isso foi... Intenso.

— Eu... — ele franziu o cenho, inspirando fundo, suas narinas se alargando. — Eu te machuquei.

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Hey people.

Olha, cês me desculpem quaisuquer incoerência nesse capítulo. Como disse no primeiro, essa fanfic está cheia de primeiras vezes, hue. Então, me desculpem e... COMENTEM, please. Senão, como eu vou saber que há uma incoerência, não é mesmo? Okay? Okay.

Obrigadinha senhoras e senhores, love you all. 😻😻

Magic Idol (ABO)Onde histórias criam vida. Descubra agora