Notas: boa tarde, bebês.
Eu to tão viciada em gafish que eu esqueci da vidaaaaa.
Espero que vocês gostem desse capítulo, é bem intenso. <3
Dinah Jane Point of View.
Normani envolveu seu braço em meu ombro. Me deu forças de seguir adiante, aparentemente controlada. Não perguntou nada, apenas me apoiou até chegarmos ao carro. Ajudou-me com o cinto e sentou ao meu lado. Enquanto o carro se afastava dali, olhei pela janela sem ver, muito quieta, meu pensamento fixo nas palavras daquela mulher, na sua frieza monumental, na ausência de sentimentos e de culpa.
- Quer conversar? – Normani perguntou calmamente. Consegui me virar no banco, como se isso exigisse muito. Fitei-a. Ela dividia sua atenção entra mim e a estrada. As palavras saíram praticamente sozinhas:
- Você me avisou da frieza dela. Mas só vendo para crer. Em nenhum momento se mostrou arrependida por ter me deixado naquele orfanato. Aliás, disse que me fez um favor. Pesquisou até encontrar um onde eu teria menos chances de ser maltratada.
- E disse por que fez isso?
- Ia se casar com Oscar Ilaisaane, mas ele nem podia ouvir falar em crianças. Estava traumatizado por ter perdido os dois filhos. Era eu ou ele na cabeça dela. E não hesitou ao escolher. Isso é tudo.
- Não é tudo, Dinah. – A voz dela estava carregada de raiva. – Ela é uma puta! Se vendeu por dinheiro. Uma mulher que tem a coragem de largar um filho não pode ser coisa boa. Mas quem saiu perdendo foi ela.
- Não, não saiu. Por que nunca me quis nem me amou. Fui um acidente. Apenas isso.
- Dinah...
- Não precisa tentar me confortar, Normani. Não há o que dizer. Sou filha de um ladrão e de uma mulher sem sentimentos. O que isso me torna?
- Melhor do que eles. Você é única. Não tente se diminuir por pessoas que não merecem você, meu bem.
- Não estou fazendo isso. – Um cansaço muito grande me envolveu. Recostei a cabeça no banco. – Podemos falar em outra hora? Preciso descansar um pouco.
- Claro. – Tirou uma mão do volante e acariciou meu rosto com carinho. Só depois voltou a dirigir e fechei os olhos.
Mas não consegui paz. Fui bombardeada por imagens da minha vida, a solidão, a esperança de reencontrar minha mãe. Quando famílias iam no orfanato, eu sempre esperava que ela estivesse no meio, para me buscar. Quantas vezes fui dormir chorando e rezando para que na próxima visita ela viesse. Nem queria ser adotada, com medo que ela nunca mais me encontrasse. Uma vida inteira vivendo em função de uma fraude. Enquanto isso ela viajava, comprava roupas e joias e nem pensava em mim.
Agora ao menos eu sabia de toda a verdade. Não precisava mais economizar cada centavo e pagar investigadores para encontrá-la. Eu tinha minha vida para seguir, uma faculdade para terminar, meus próprios sonhos para viver. Sabendo quem eu era, como fora a minha história, como eu chegara até ali.
Mas nada disso diminuía a dor que me corroía naquele momento. De saber que não era amada por ninguém, não tinha família, nada. Se eu morresse naquele dia, quem realmente sentiria minha falta? Até Maya, que era minha amiga, que eu amava, não estava mais comigo. Com quem eu podia contar?
Abri os olhos e fitei Normani, concentrada em dirigir. Observei seu belo perfil marcante, seu maxilar desenhado, o formato do nariz fino. Era forte, delicada, linda. Uma mulher completa, que mudou minha vida.
Meu primeiro amor, que cada vez mais tomava conta do meu ser. Uma amiga, que me acompanhou naquele processo, que se interessou em estar ao meu lado. Mas que também não me amava. Gostava de mim, eu sabia disso. Tinha desejo por meu corpo. Mas era só. Era temporário. E agora, que eu não tinha mais motivos para ficar na Califórnia, teria que perdê-la também. Teria que ser novamente só eu.
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Waves
Fanfiction• Concluída • Norminah g!p First I blame you, then I want you. Fucking hate you, then I love you... I can't help myself, no. When I have you, wanna leave you, if you go, that's when I need you. I can't help myself, no. You come in waves, every hour...