Capítulo I - O Reino dos Berserkers - Parte 1

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Mais uma carruagem cela carregada com detentos passava pelas ruas escuras da capital de Kohan. Cabisbaixos, os algemados pela ignorância já sabiam de seus destino. Ouviam os xingamentos das pessoas as ruas, que uma hora ou outra la lançavam pedras e frutas podres contra aqueles que usaram do crime hediondo da ciência. Mesmo o solavanque das rodas de madeira sobre as pedras ressaltadas ao chão de pedras escuras era suficiente para retirá-los do transe perpétuo dos passageiros. A cada passo que deram durante a vida, os aproximava do tribunal.

— Pelas práticas de necromancia; o maior dos desacatos contra os deuses do norte e sul, ao reino e ao nome do rei — sobre um alto púlpito o juiz sentenciava a pena para os três ajoelhados diante dele e todo o juri; estavam presos a postes paralelos uns aos outros, com algemas fincadas aos grossos troncos de madeira. Todos os ursos ao redor da grande construção estavam sedentos em sangue, ansiando pela punição dos réus, independente do que tivessem feito. Devagar, um dos encapuzados começou a acordar de deu transe, ainda não acreditando no que estava acontecendo, parando para ouvir as palavras em repudia do jurado — eu os sentencio a morte.

Todos os olhos em volta se satisfaziam ao ouvirem a conclusão do juiz. Antes que ele conseguisse colidir seu martelo de madeira sobre o púlpito, uma voz grave fitou todo o ambiente.

— Espere. — o comando conhecido por todos os que estavam aos arredores da sala fez o juiz parar em surpresa.

Passos fortes ao assolado de madeira ecoaram por todo o tribunal. Devagar, sob a fraca luz tardia que entrava pelas janelas do tribunal, a imagem soberana do rei se mostrava. Um homem grande e forte, com cabelos castanhos que quase chegavam ao meio de suas costas. A idade ainda não o tinha atingido muito, mas já tinha chegado ao nível de maturidade suficiente para sentar ao trono. Todos se questionavam sobre o motivo do imperador aparecer daquela forma inesperada e dentro do tribunal. Estava certo que a construção estava em nome dele, como uma forma de trazer justiça ao reino que descia para um colapso iminente — uma resposta ao ódio desenfreado, nascido da desolação dos habitantes na situação que o país se encontrava — mas, por que ele visitaria tal casa? Aqueles que foram encontrados praticando de "necromancia" ou qualquer arte nociva para seu reino não eram algo imundo para sua imagem imaculada? Sem respostas, todos ouviram o extremo superior que, vagarosamente, se dirigia ao centro do tribunal.

— Por que? — questionou o rei, mantendo o seu passo — Por que alguém executaria tais práticas? — parou em frente a um dos homens ajoelhados, focando em sua cabeça abaixada.

Por não haver resposta alguma, o juiz decidiu intervir.

— Majestade. Estes homens foram sentenciados a pena de morte, assim como exigido pela vossa autoridade.

— "Como exigido pela minha autoridade"? — em se virar, o rei direcionou a fala ao juiz. Atenciosos como urubus roldado sobre sua presa, todos ao redor observavam calados, esperando por algo — Estes homens nem se defenderam diante deste tribunal. Deixe que falem! — calmo, o rei voltou sua voz para os réus. — Quero ouvir o que eles tem a dizer. Falem, por que praticavam de tais artes das trevas?

— Nós não fazíamos. — a voz baixa do já prisioneiro foi suficiente para ser ouvida pelo grande espaço aberto do tribunal, enfurecendo e prendendo a atenção do juri, que iniciou falas incessantes entre si, logo contidas pelo comando do juiz.

— Estão sendo julgados por necromancia porque foram pegos praticando. — continuou o rei — Irão negar?

— Um silêncio foi feito por todo o tribunal. Os olhares atentos, temendo outra represaria do juiz aguardavam uma resposta.

— Por que exatamente eles estão aqui? — o imperador se referiu ao juiz.

— Foram pegos abrindo e inserindo substâncias em um corpo humano ainda vivo, cercados por poções e vidros contendo fetos de animais. — respondeu a autoridade do tribunal.

A Lenda de KohanOnde histórias criam vida. Descubra agora