157° Capítulo

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Assim que cheguei em casa tratei das roupa em que estive no cemitério e tomei um banho, me tranqüilizando.
Toda hora eu me pego na janela da conversa do Serafim, me dá uma angústia... Por que todo esse tormento? Eu não consigo entender o porque não conseguimos viver em paz. É um momento de paz e mil de infelicidade, tristeza, lagrimas...

Foi só meu marido sair de casa que acontece essas coisas. Me pego pensando em como a vida da Samantha, vai mudar daqui para frente, seguir faz parte, mas vai ser tão diferente, de tudo o que fazia com o cara vai ter que fazer só e se fizer...
Não me imagino
Não me vejo
Não consigo nem pensar em ter que deixar de fazer o que é feito a dois para fazer só, carreira solo não é para mim.
Eu não nasci para ser sozinha, não importa eu sempre arrumou um outro alguém, mas dessa vez só o Serafim me basta, é ele o homem que eu quero. O único!

Telefone tocou, eu estranhei era o pai da Clarisse. É, meu ex quer virar meu amiguinho agora.

Início de ligação
Mayane: Oi George. -Digo cansada.
George: Está podendo falar?
Mayane: Tô, o que houve?
George: Queria conversar contigo pô, tô sabendo que teu marido faleceu.
Mayane: ELE NÃO MORREU! -exclamo- Quem te disse isso?
George: Calma pô, desculpa.
Mayane: Eu hem, só sabem falar que ele morreu, ninguém prova.
George: O enterro que você foi era de quem?
Mayane: Meu compadre.
George: Pô, meus sentimento aí.
Mayane: Brigada
George: Cadê a Clarisse?
Mayane: Está na avó dela.
Fiquei respondendo só o básico, não tive nem voz pra falar nada, eu estava completamente rouca ou então as lagrimas tomavam a frente da minha voz. Ele queria falar sobre a nova namorada dele, que até o momento tem o feito bem...
Mayane: Você sabe bem escolher entre o certo e o errado, se não souber escolha o que melhor te faz bem.
George: Sei escolher nada, tanto que me arrependo até hoje da escolha errada que eu tomei...
Mayane: Há males que vem para o bem né, sua escolha não foi errada foi o que tinha que ser.
George: Sei lá, é foda...
Mayane: Vou ter que desligar tá, fica com Deus.
George: Já é, vou te alugar mais não, beijo.
Fim de ligação

Não sei, George acha que me engana mesmo. Deve está crente que meu marido morreu para abrir caminhos para ele. Nem fodendo eu volto, nem se ele fosse o último homem desse planeta. Acabou. Acabou!

Lorena pediu para que eu fosse lá na casa dela que a mãe estava a com pressão baixa, fui até lá acudir minha comadre.
Mayane: Eu te levo na clinica, vamos?
Samantha: Eu não vou May, eu sei o que eu tenho... Isso é a falta que eu estou sentindo do meu marido, uma hora passa.
Mayane: Eu sei, mas é a sua pressão.
Samantha: É a pressão que a vida faz... -Disse chorando- Eu só preciso cair na real, mas a ficha não quer cair!!!
Mayane: Vai demorar um pouco, mas você é forte, você tem que dar forças para a filha de vocês.
Conversamos bastante, até que ela se acalmou um pouco e dormiu, já era a noite.

Passei na minha sogra e fiquei por lá mesmo, uma amparando a outra, dando ânimo.
Vanda: Já comeu hoje Mayane?
Mayane: Comi um macarrão mais cedo.
Vanda: Deixa de comer não; hoje tive um parto difícil, o bebê não queria nascer... -contava entristecida.
Mayane: Coitada dessa mãe.
Vanda: O cordão ainda com duas voltas no pescoço.
Mayane: Cruz credo, Cleyton que nasceu com a marca lembra? Meu parto foi amarrado.
Vanda: Nossa, o seu foi difícil mesmo.
Mayane: As vezes, filhos pagam pelos erros dos pais né, e as crianças não tem nada a ver...
Vanda: As pessoas são maldosas demais Mayane, não pensam.
Mayane: Tem bem uma menina grávida do Bruno, ela veio falar comigo e com a filha dele hoje lá no cemitério.
Vanda: Coitada de Samantha, vai ter que engolir né?!
Mayane: Só engolir, ninguém é obrigada a dar nada porque na hora do ato não serviram de cama.
Vanda: Ela quer assistência?
Mayane: Não sei, eu peitei logo mandando não infernizar a vida dos outros.
Vanda: Só você Mayane, talvez ela queira ter por perto a Loren, vai que foi enviado para abençoar a vida delas?
Mayane: Se isso acontece comigo, sei nem o que faço....
Vanda: Antigamente surgiu umas meninas falando que estavam grávida de Serafim.
Mayane: O QUÊ?? QUANDO?
Vanda: Antes de vocês se juntarem novamente, mas eram apenas boatos.
Mayane: Ainda bem, RAM, ainda bem! -Digo aliviada- Ele não é louco de fazer uma coisa dessa.
Vanda: Não mesmo.

Eu fico logo escalada porque o Bruno, sempre foi taxado como o santo, agora morreu e surgiu até mulher prenha, não confio.

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Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora