78° Capítulo

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Não importa quem entre na minha vida, os meus filhos serão sempre à minha prioridade e eu jamais vou me desfazer deles por homem nenhum, os deixar de lado sem a minha atenção. Filhos são para sempre, macho é coisa incerta que amanhã pode dar um chute no meu rabo e sequer lembrar que um dia eu existi. Ranço de mulher que faz esse tipo de coisa que mima o homem e trata os filhos como qualquer coisa.

Estava conversando com a Clarisse, pela atitude dela e percebi que não passa de ciúmes. É lindo! Porém, na dose exagerada causa danos.
Mayane: Eu sei minha filha, a sua vida inteira você só me viu com seu pai. -Falo com toda paciência- Agora seguimos caminhos diferentes, temos outras pessoas.
Clarisse: Aí a senhora só vai querer saber do pai do Cleyton e vai me esquecer. -Diz com voz fanha.
Mayane: NUNCA! Você é minha princesa cara, eu não abandonei seu irmão para ficar com seu pai e porque com você eu vou fazer isso?
Clarisse: Eu quero morar com meu pai!!! -Diz de pirraa já chorando.
Mayane: Ai Clarisse dá um tempo! Eu já te expliquei tudo e para de encher o saco! -digo sem paciência; a pessoa tenta conversar e a outra sempre complicando...- Você está muito grande, chega desse assunto! Teu pai não tem nem como ficar com você sozinho.
Clarisse: Eu sei que meu pai é bandido... -Falou com toda certeza e serenidade.
Mayane: Olha a merda que você está falando garota, tu nunca mais repita isso. -Falei com o dedo apontado na cara dela- A não ser que você queira ver a minha mão na tua boca e reza para não cair os dentes.

Ah, num fode! Perco logo a paciência. Até é criança ainda sim, mas já não tem mais idade de questionar certas coisas não. Além de tudo eu quero respeito com todos, principalmente com o pai dela.

Bati a porta do quarto fazendo um estrondo e saí. Não tenho mais filho bebê não caralho, aí daqui a pouco cresce, arruma um homem e esquece até que tem mãe, assim como eu fiz com a minha. Do jeito que esse mundo dá voltas, é capaz de tudo voltar para mim, não estou impune a nada e penso nisso todos os dias. Tenho certeza que isso tem dedo daquela velha cretina da avó do George, vai se foder porque vão pôr a garota contra eles mesmo. Não saio perdendo em absolutamente nada, que comigo ela vai ter que respeitar meu modo de viver.

Fiquei lá de cima refletindo, pensando no que vem acontecendo comigo nos últimos meses. Não sei se choro ou se agradeço, tem coisas que eu não sei nem como enfrentar, não sei faço a coisa certa; eu entro em contradição comigo mesma, falo pra caralho que quero recomeçar e viver intensamente, mas na verdade eu não sei se realmente quero, não sei se quero isso para a minha vida de novo.

Aquele cheiro forte de Dunhill Carlton emporcalhou o ambiente, respiro fundo e tento agir normal.
Serafim: Qual foi cara?
Mayane: Nada não.
Fiquei mais um pouco ali e logo desci, fui tomar um ar mas ele foi poluído pela nicotina.

Manhã seguinte

Trouxe Clarisse até a escola nova, assisti uma palestra e ao terminar, fui na minha casa, já que é perto. Estou trazendo minhas coisas aos poucos para depois não ficar fazendo mudanças.
Falar a real, estou doida para vir embora, mas eu não quero me afastar do Serafim assim... Ele não vai poder vir pra cá sempre e eu não vou querer ficar indo pra lá todos os dias, como ele diz: isso não vai dar certo! Distância fode com tudo mesmo. . .

Dei uma geral no meu quarto, fechei com o transporte da Clarisse e antes da tarde voltei para Bangu, só eu e meu filhão em casa.
Mayane: Amanhã vai na revisão hein, liberar logo esse braço.
Cleyton: Está na hora já, não aguento mais.
Mayane: Agora eu quero ver o que tu vai me aprontar, só quero ver Cleyton... Se eu te pegar em cima de alguma moto, tu vai ver.
Cleyton: Tá braba ela mané. -Falou rindo.
Mayane: Você vai me ver braba se eu te pegar no erro, abraça mesmo não.
Deixa ele só.

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora