119° Capítulo

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Não deixei me abatê pelas palavras dela não, mas que me doeu, doeu bastante. Eu me senti um nada, como se eu dependesse do tráfico para sobreviver.
Fui até a sala do médico e conversei com ele. Ela vai sim ou eu mudo meu nome!
— Calma minha filha, vocês estão nervosa. —Disse meu pai, ao me abraçar.
Mayane: Ela é sem noção, quer viver uma vida a qual não tem e na hora do sufoco fica amarrando dinheiro para enfiar aonde? Dependendo do estado, desses hospitais públicos. Egoísta, soberba!!!
— É tudo com calma May.
Mayane: Pai, eu não tenho essa calma que o senhor tem de aturar essa mulher não, eu explodo logo.
— Você conhece a sua mãe, não fica abalada não. —Beijou minha testa.
Mayane: Ela não me abala faz tempo! Só eu sei o quanto eu tenho lutado para conquistar as minhas coisinhas... -Digo chorando- Para ela vir dizer essas coisas em alto e bom som, para quem quiser ouvir? Me humilhar a troco de nada, enquanto a minha intenção é só ajudar...
— Fica assim não minha filha, Deus conhece o seu coração...
Mayane: Só ele pode me julgar, nem parece que prega o evangelho... -Digo com raiva.
Agilizei a transferência da minha vovó, a levei pra Zona Norte e só então teve os devidos cuidados.

Eram 10h quando eu fui vê-la, já estava até acordada.
Mayane: Oh minha rainha, nunca mais me dê esse susto, viu.
Néia: Eu não vou partir agora não, fica tranquila! -Disse sem ânimo.
Mayane: Eu te amo tanto vó, a senhora é a única mãe que eu tenho, não me deixa não.
Néia: Hoje não, mas o amanhã só pertence a Deus...

Minha rainha estava com um lado do rosto adormecido, mas eu tenho fé que vai voltar tudo ao normal, em breve.
Néia: Você e sua mãe tem que se entender Mayane, num chega não essa guerra?
Mayane: Se antes eu queria, hoje eu não quero mais! Não faço questão não, só me humilha, fica catando meus erros para jogar tudo contra à mim, mas meus acertos ninguém repara.
Néia: Sua mãe não tem jeito não e você é outra que cai na pilha.
Mayane: Esquece ela, quem me importa no momento é só a senhora!

Passei o dia com a minha rainha, fui chegar em casa à tarde, exausta, mas em compensação minha avó está fora de risco aparentemente.
Tomei um banho e pensando nas palavras da minha mãe, como pode né!? Eu fico incrédula com certas coisas que ela faz, só peço a Deus que ela nunca precise de dinheiro de sujo, lavado para nada. Nunca mesmo!
Comi qualquer coisinha e fui me sentar, elevei minhas pernas num puf.
Serafim: E como é que está a vó?
Mayane: Estável, não está bem.
Serafim: Vai ficar amor, fica assim não... Sabe que ela é forte pra caralho né!
Meu amor foi o meu consolo, tirou o dia para ficar comigo e não me abandonou um minuto sequer. Clarisse chegou da escola toda murcha, quando o clima não está bem, atinge todo mundo né?! Affs!
Mayane: O que houve minha princesinha?
Clarisse: Quero ver meu pai, tô com saudades dele. -Diz ao sentar-se no sofá.
Mayane: Logo, logo você vai ver o seu amor! Ele vai sair breve de lá, e vocês vão curtir muito.
Clarisse: Eu sei que não vai, me leva para ver ele mãe? -pediu chorando- Por favor?

Eu fiquei sem ter o que fazer/falar, coitada da minha filhinha não merece passar por isso. Para que o George foi me inventar mais essa?
Serafim me encarou com um olhar inexpressivel, não disse nada mas só pelo olhar eu havia entendido o recado.

Mil Flores -Jogadas ao morro 🔫🌹 CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora