Com muita dificuldade no dia seguinte, tivemos uma pequena demonstração de luta. Mesmo a espada sendo de madeira apenas para treinamento ainda era muito pesada.
Tirando o fato de Raissa ser bem melhor que a mim. Aprendi a nunca dúvida de uma garota, o fato de que elas parecem ser frágil não significa que são mesmo.
Nas duas primeiras vezes, ela derrubou a minha espada. Os seus reflexos são bons.
- Você é muito ruim. Nunca vai conseguir me vencer - Zombou Raissa.
- Nunca se diga nunca - retrucou.
Baixou bastante a mão e deu uma estocada em direção a ela que rapidamente desviou e acertou sua mão o desarmando completamente.
Bufei nervoso e desisti. Não aguentava mais fazer aquilo repetidas vezes.
Raissa sentou do seu lado sorrindo, O fato de me achar um maior perdedor deve alegra-la.
- Meu pai costumava me ensinar alguns truques antes de morrer - Disse a menina.
Pela primeira vez ela tinha tocado no assunto da sua família.
- Quantos anos você tinha? Quando ele.. E morreu?- Perguntei.
- Sete - Sussurou para si mesma.
- Sinto muito. Sua mãe deve ser bem legal - Tentei parecer bem animado para saber mais.
- Na verdade nem tanto.. ela é legal as vezes - Raissa mostrava grande ressentimento.
Eu não queria ser invasivo, mais a pergunta estava entalada na minha garganta. Se eu não soubesse seria como se estivesse sendo sufocado.
Segurei sua mão que estava fria.
- Por que estava chorando quando chegou aqui? Não queria ficar?- olhei sua expressão.
Com concerteza não queria conversa sobre, Mais respirou e deu um sorriso tímido.
- A minha mãe... tem um marido, acho que ele gosta de mim... Então... Eu - Raissa começou a tremer.
- Como assim gosta de você?- Senti meus olhos rodarem.
- Kay. Ele não gosta de mim como filha, Mais sim... como namorada, sabe...- Ela contou.
Eu não sabia se abria a boca ou mostrava calma, que tipo de padrasto olharia para uma menina tão nova?!
Por mais que tentasse entender; não consegui.
- Então ele gosta de você... era por isso que estava chorando?- Minha voz tinha falhado um pouquinho.
- A verdade que minha mãe é apaixonada por ele, apesar de saber que ele é vinte anos mais velha. Eu não entendo como minha mãe prefere ele a mim.
Naquele momento tive raiva de mim por ir me meter em coisas que não era do meu interesse, nunca imaginei que Raissa passava por algo do tipo.
- Quantos anos esse cara tem?- Perguntei passando a mão no cabelo.
- 17 - A sua resposta me deixou sem chão completamente.
Como e que um cara tem dezessete anos poderia suporta algo assim.
- Caramba. Então ele gosta de você é sua mãe gosta dele, então isso faz com que você fique triste e acabe chorando?-
- O que acontece sempre Kay. E que ela sempre preferiu ele, e agora ela me mandou para cá só para eu ficar afastada do homem dela.
- Sua mãe é uma babaca. Me desculpa, mais isso é a verdade - Pedi.
Eu não tenho uma mãe, mais se tivesse e ela fosse assim eu preferia nem ter.
- Eu sei mais eu a amo, E não consigo entender o por que ela não me ama.
Coloquei a mão no ombro dela, prometi a mim mesmo que não a chamaria de chorona mais.
Ficamos um tempinho sem falar nada, o silêncio não era desconfortável mais sim uma maneira de deixar claro que eu entendia.
- Mais aqui você tem pessoas que gostam de você. Tipo... am...tipo, a senhora Lorayne por exemplo - Guaguejei sem parar.
- Ela gosta de todo mundo - Raissa sorriu.
- Mais isso não é ruim. Oras temos que aproveitar nem que for só um pouquinho.
Ela deu mais um sorriso, dessa vez eu me senti aliviado. Talvez eu pudesse mesmo começar uma amizade com ela.
- Você não gosta de mim Kay?- Perguntou Raissa me socando o ombro.
- Bem. Você não é muito boazinha comigo, mais mesmo assim eu gosto de você chorona... ops. Foi mal.
Ela puxou os meus cabelos em forma de protesto.
- Essa conversa fica entre a gente, Está bem?- Perguntou pálida.
- Não vou contar para ninguém - Prometi.
- Obrigado.
Voltamos mais uma vez para treinar. Raissa me ensinou alguns truques para desarmar o seu inimigo.
Ficamos ali horas, até suar e não conseguir mais nem sentir o braço.
Amanhã eu estaria um lixo, esse tipo de coisas deixam o meu corpo quebrado por semana.
Suspirei quando nos chamaram para almoçar, meu estômago respondeu ao chamado na hora.
Na mesa todos comiam e conversavam, Raul parecia disposto para contar que tinha vencido sua parceria dez vezes.
Já Flávio resmungava que ainda queria mudar de parceiro, as vezes Tayla lançava um olhar mortal em sua direção.
Aqueles dois ainda vai ter história.
Balamcei a cabeça e me concentrei no meu frango assado, o molho por cima estava uma delícia.
A mistura perfeita, gostos maravilhosa na minha boca fazia o meu estômago sorrir literalmente.
Sentiu seus olhos arderem, ontem a noite tinha dormido pouco. Talvez tiraria um cochilo da tarde seria bom.
Terminou sua refeição e partiu para uma cama mais próxima que conseguisse.
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O último Guerreiro
FantasyUm mundo cheio de segredos e mentiras, onde não se pode confiar. Os guerreiros escolhidos pelo poder, sua vida sendo mudada da noite para o dia e jamais voltando ser a mesma. Kay Miller constantemente era perturbado pelo seus sonhos esquisitos e sem...