Ela o viu pela primeira vez como um rei, ele virou o rosto por segundos, e foi nesses segundos que May se perdeu na beleza fria e mortal ela não sabia quem ele era mas sabia que aquele homem era alguém poderoso.
May é uma jovem que tinha um sonho...
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Eu me joguei na cadeira de madeira quando a cerimonialista desligou o aparelho na minha cara deixando com palavras incisivas que meus serviços haviam sido dispensados, meu cérebro tenta processar se eu havia feito algo de errado mas quando mais processava cada movimento meu nesse dia, menos respostas eu tinha para a demissão, eu nem sequer queria pensar em como Yan iria reagir quando descobrisse que eu havia perdido um grande projeto, eu já me sentia uma estúpida mal podia esperar para me sentir pior graças ao babaca, Danilo havia avisado que apesar da demissão ele pediram para manter os arranjos que já estavam montados e para minha sorte eles não pediram o reembolso do valor já pago, mesmo assim, odiava a sensação de trabalho mal feito, eu era perfeccionista e saber que não havia terminado aquele maldito trabalho me deixava agoniada.
O dia todo havia passado e faltava um pouco mais de meia hora para fechar a floricultura, e aproveitei para limpar o lugar e tentar afastar a frustração e tudo que parecia deixar minha mente uma verdadeira bagunça, terminei de colocar todas as flores novamente em suas prateleiras quando meu celular vibrou dentro do bolso me lembrando que ele existia, tirei ele do bolso e me encostei no balcão de costas para a porta vendo a tela indicar um número desconhecido:
— Alô? — Houve um silêncio que para mim passou longos minutos, abri minha boca para mandar quem quer que seja tomar naquele lugar, mas me calei quando a voz masculina ressol pelo aparelho:
— Desculpe, estou falando com May Campbell?
— Sim, com quem eu falo?
— Eu sou secretária de onde você fez uma entrevista para ser secretária de um consultório! — Eu me afastei apenas alguns centímetros sentindo meu coração acelerar, eu havia esquecido completamente dessa entrevista, ontem enquanto eu e arrumava para sair para balada me convenci que não havia passado já que eles não me ligaram, e parte de mim havia decidido que eu teria que correr atrás de outro emprego um talvez não tão bom quanto o da cínica, e depois de tudo que aconteceu meu cérebro se recusava a voltar a lembrar dos meus problemas: Senhorita?
— Sim, estou aqui desculpe! — A moça do outro lado soltou uma risada soprada mas não vez rodeio sobre o assunto da ligação:
— Então, queria avisar que você passou pela nossa entrevista, que dia a senhorita poderia vir para iniciar?
— Eu só preciso de dois dias, para me desligar de um serviço! — Tive que fazer um esforço para manter minha voz neutra, eu queria pular e gritar, eu ainda teria que arrumar outro serviço mas o valor do salário da clínica me faria passar um pouco menos apertada o mês e conseguiria guardar um valor maior do que eu estava depositando no final do mês:
— Tudo bem, irei enviar por e-mail sua função e amanhã poderá passar para pegar seu uniforme, seja bem-vinda a equipe senhorita Campbell! — Com um sorriso torto nos lábios eu me despedi da mulher e por longos segundos eu segurei o aparelho contra meu peito sentindo meu coração acelerar e a ansiedade palpitar por minhas veias, olhei ao redor vendo o lugar que me ajudou por um longo tempo, apesar de odiar o dono da floricultura o lugar era maravilhoso e estava longe de ser um trabalho cansativo ou ruim, se ele me pagasse um pouco mais talvez eu não abrisse mão dele.
