Travel (pt.2) - 5

111 14 1
                                    

- Eu sou, digamos que, seu "colega de quarto".

- Como assim? Não me informaram nada sobre isso. Tem certeza que está falando com o Jimin correto? - Perguntei, pois nunca se sabe quando alguém se engana com uma informação e além do mais, Jimin é um nome extremamente comum.

- Sim, tenho certeza. Conferi o andar e o número para não haver confusão, mas pelo visto não adiantou muito. Bom, prazer em conhecê-lo Park Jimin. Meu nome é Kim Taehyung, sou um dos amigos de trabalho do Min Yoongi e você? É o que dele?

- Eu sou o irmão dele.

Confesso que foi difícil dizer que era seu irmão. Na realidade queria poder dizer que era algo a mais e por um tempo achei que essa hipótese fosse possível, mas infelizmente, assim como o resto das minhas expectativas que tive sobre você e suas ações, estava completamente equivocado e errado.

- Ah! Então você é o irmão dele. Ele fala muito de você - Taehyung comentou e me surpreendi ao ouvir tal coisa, visto que nunca imaginei que você saísse falando de mim por aí e para qualquer um. Você nunca foi de falar muito. – Permita-me explicar o mal entendido. O motivo para me tornar o seu, abre aspas, colega de quarto, fecha aspas, é por que não há mais quartos disponíveis neste hotel.

- Pensei que o Yoongi tivesse reservado o quarto de todos antecipadamente.

- Sim, porém não tinha certeza se vinha e pelo que ele me disse era bem provável que você não fosse vir, entretanto houve essa pequena mudança de planos da nossa parte e somente esse quarto que possuía apenas uma pessoa. Então a senhorita Hyuna teve a brilhante ideia de nos colocar juntos, achei que já estivesse informado sobre o assunto, mas pelo visto, não foi o caso.

- Realmente não fui informado sobre essa mudança de planos, na verdade não fui informado sobre várias coisas sobre esse casamento, mas pode entrar. - Ele apenas abriu um sorriso compreensivo e caminhou para dentro do quarto. O homem de postura robusta continuava a segurar sua mala, claramente constrangido por estar num quarto de um estranho.

O sentimento era recíproco, visto que teria que dormir perto de um estranho. Tudo bem, já tinha o visto algumas vezes na TV, junto ao seu lado, mas mesmo assim. Não o conhecia.

Se pensar por outro poderia aproveitar esse momento para esquecer um pouco os problemas, porém a questão é que, para minha infelicidade, depois que tivemos aquela noite não consegui dormi com mais ninguém, pois parecia que estaria te traindo ou algo do gênero. Mas como o mundo gira e cada pessoa age da maneira que acha mais coerente, você não pensou duas vezes antes de negar o seu eu e resolveu casar com ela enquanto eu ainda me martirizava mentalmente por não conseguir em frente e ficar preso em um momento da minha vida que jamais teria volta.

- Achei que esse quarto tivesse duas camas. – Comentou Taehyung, enquanto analisava o quarto com a cama de casal. - Se você for se sentir mais a vontade, posso dormir no sofá, por mim não tem problema algum.

- Não é justo somente você dormir no sofá enquanto durmo numa cama macia. Vamos revezar. Me sentirei mal em dormir confortavelmente enquanto você dorme nesse sofá duro.

Taehyung deu de ombros e assentiu.

- Por mim tudo bem, como você achar melhor. Só não quero causar problemas. – disse enquanto arrastava a mala para o quarto, colocando ao lado do guarda-roupa.

A frase me intrigou. Parecia que ele sabia mais do que aparentava, de algo que não fazia ideia do que era, o que me despertou certa curiosidade, mas não o suficiente para procurar saber mais sobre. Sei que o primeiro dia no hotel não foi nada bom, como havia presumido. O dia inteiro tentei me esconder da minha realidade e das minhas dores, mas a cada canto do hotel te via com ela.

Posso dizer que na vida fazemos várias descobertas. Descobrimos como nascemos, quem são as pessoas que nos geraram, que chamamos de pais - ou não -, descobrimos que somos capazes de fazer invenções, que temos a capacidade de aprender uma porção de outras coisas que outras pessoas que passaram a vida estudando deixaram para nós, como os grandes filósofos, matemáticos e sociólogos que tanto ouvimos falar. Dessa capacidade de aprender surgiram pessoas que tem a habilidade e disciplina de saber falar outros idiomas. Pessoas que dão tudo de si para que haja uma ampliação no mundo da ciência e de fato estamos evoluindo cada vez mais nas pesquisas relacionada ao universo, como ele funciona, sua história e grandiosidade. A grande evolução sem dúvida foi poder levar o homem para a lua e para outro planeta, mas ainda sim, até hoje, a ciência não soube explicar como foi a descoberta dessa coisa que chamamos de amor. Se foi inventado ou simplesmente gerado, como funciona, em que idioma fala, seu real significado.

O amor, para mim, é como uma porção de várias incógnitas do qual não possuo a fórmula para resolver - e nem se tivesse não ia saber solucionar. O amor faz com que falemos outra língua que dificilmente pode-se entender. É óbvio que tem seu lado positivo. Ser amado na mesma intensidade, na mesma proporção, ter carinho, atenção. A sensação é maravilhosamente reconfortante e gostosa de sentir. Ser amado e amar na mesma medida é muito fácil, mas o difícil é quando não há reciprocidade. Além de acabar se comportando muitas vezes uma droga, totalmente viciante, como a heroína ou a nicotina existente no tabaco e embora não pareça ser perigosa tem altos índices de desenvolver um vício. E você, Yoongi, é a minha droga, é o meu amor viciante. É a minha heroína ou nicotina. A droga do qual fico muito feliz e absolutamente satisfeito quando está por perto, embora sei que são os efeitos colaterais do momento, agora se são benéficos ou adversos não sei. Já que quando você vai embora fico pedindo, às vezes, até imploro mentalmente para você voltar e ter mais. Completamente viciado e cego. Me faz perder o controle, ter medo e ao mesmo tempo me sentir seguro, mas não tanto. Fico feliz e triste. Meu mundo vira de ponta cabeça. Seu amor é uma droga para mim.

Depois de me esconder o dia inteiro de você e de todos, voltei para o quarto e me deparei com algo que não soube definir no momento se era bom ou ruim. Você estava lá, de frente para a porta da sacada, com os braços cruzados. Tinha certeza que você tinha me escutado entrar, pois não parecia distraído e sim concentrado.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntei sem rodeios, embora ainda te amasse, ou melhor, te ame não significa que me esqueci o verdadeiro motivo de estar aqui. Ainda é seu casamento.

- Jimin. Você não sabe o quanto estou feliz em te ver! Muito obrigado por...

- Não fiz isso por você. Como entrou aqui?

- O Taehyung me emprestou a chave.

- Certo. Você já me viu, agora pode ir.

- Mas ainda não disse o porquê estou aqui...

- Não quero saber. Já fez o suficiente. Pode ir. - E foi aí que se iniciou um dos meus piores erros que hoje são meus pesadelos.

Dear BrotherOnde histórias criam vida. Descubra agora