Um ano depois do que ocorrera no hospital dos Estados Unidos, cá estava eu, tomando finalmente coragem para poder entrar em minha própria casa.
Em um ano muita coisa mudou. Sem querer me tornei amargo, pois foi a única forma que encontrei de me proteger dos ataques da vida. Me mudei porque não suportava a ideia de entrar naquela pequena casa, além de estar sozinho, também tinha lembranças dele ali, então Taehyung me chamou para dividir um apartamento junto com uns amigos deles, pois ficar acompanhado era muito melhor do que estar sozinho.
E somente agora coloquei as caras para fora e decidir não deixar mais essa parte da minha me assombrar, claro que tive muita ajuda para estar pensando dessa maneira e uma delas foi do próprio Kim Taehyung. Ele se tornou a segunda melhor pessoa que conheci - a primeira nem preciso dizer quem era. Ainda é difícil dizer o nome dele em voz alta, principalmente porque ele paira no ar e um vácuo se forma, pois sei que ninguém atenderá a esse nome.
Minha mãe, uma senhora de quase sessenta anos, aproveitou minha mudança e decidiu colocar todos antigos pertences dele lá também, pois, segundo ela, tinha muita dó de jogar fora e querendo ou não ainda era algo recente para nós. Iria demorar o dia em que olharíamos aquelas coisas e não choraríamos mais.
Depois de uma breve viagem de táxi, finalmente estava de frente para a porta de madeira e com a chave em mãos a destranquei, mas não abri.
- Para Jimin. Você vai entrar sim! Já fizemos esse teatro umas mil vezes, uma hora você vai precisar entrar - reclamou Taehyung que se ofereceu para vir, pois sabia que iria hesitar e não iria entrar o que é exatamente isso que estou fazendo. Ele me olhou feio, abriu a porta e me empurrou para dentro.
Fiquei com os olhos fechados com a ideia de não olhar nada e assim não iria me sentir mal.
Nos últimos meses tive muitas recaídas e até a bebida começou a fazer parte do meu cardápio, mas Tae, como o melhor amigo que poderia ter, não me deixou afundar mais e me levou para um psicólogo. No começo não adiantou, mas depois aos poucos as coisas começaram a ficar suportáveis. Os amigos dele também me ajudaram e, hoje, me dou bem com todos e os considero parte de minha pequena família. Cada um deles foi essencial para meu início de recuperação e voltei, bem devagar, a viver.
Por muito tempo pensei em desistir de tudo e somente o Kim sabe quantas noites chorei até cair no sono. Ainda dói, não vou mentir; ainda penso em desistir, mas não são todos os dias e às vezes gosto de pensar que ele não foi embora para sempre e que ainda vive, mas somente dentro de mim.
Não é fácil perder alguém que se ama, no entanto se aprende a lhe dar com isso. Nego que consegui superar essa parte de minha história porque ainda sei que não está completamente cicatrizado e que quando for me lembrar dele ainda irei chorar por saudades, pois antes chorava por culpa.
- Abre logo os olhos Jimin – ordenou, irritado Taehyung e quando os abri não havia nada ali a não ser caixas de papelão fechadas. - Se importa se der uma olhada? – Perguntou ele.
- Não, mas não se esqueça que não viemos aqui para isso. Só vim pegar minhas coisas, não aguento mais pegar suas roupas emprestadas e gastar quase todo meu dinheiro com roupas novas, desse jeito vou ir a falência!
No entanto, assim que entrei no quarto me deparei com que não imaginava ver tão cedo, o terno que ele usou no dia do casamento dobrado em cima da minha cama e com um papel dobrado em cima. Fiquei ali, parado na porta, pensando se era uma boa ideia me aproximar e ver o que tinha no papel ou se ignorava e fingia que não vi. Na pior das hipóteses ignorei, peguei uma mala que estava debaixo da cama toda empoeirada e fui colocando o resto de minhas coisas ali o mais rápido possível para não ser pego pela curiosidade e ler aquele bendito papel. Porém, logo Taehyung apareceu, apontou para a roupa dobrada em cima dos lençóis e perguntou:
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Dear Brother
Fanfiction[ FINALIZADA] [YOONMIN] Os anos passavam e cada vez mais aumentava o desejo de querer tocá-lo, mas não podia. Era muito errado! Como Park Jimin podia sentir uma atração tão forte pelo próprio irmão? Entretanto o objetivo agora era saber se ele, Min...