Mistake - 6

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Como não deixei que a conversa se prolongasse, você saiu do quarto com a cabeça baixa e logo em seguida Taehyung apareceu, seu rosto demonstrava preocupação. Ele sabia de alguma coisa...

- O que houve? – Perguntou ele. - Vi o seu irmão andando pelos corredores parecendo um zumbi e você também não está com uma cara muito boa.

- Não quero falar sobre isso Taehyung - Pedi e fui para a sacada em busca de sentir a brisa do mar e que ela levasse todo o meu sofrimento embora.

- Olha, sei que você não está muito bem, mas logo vai começar um tour pelo Havaí. Você devia ir para se distrair um pouco, se quiser posso ir com você. O olhei e percebi que realmente parecia preocupado.

- Boa ideia. Preciso mesmo me distraí. Vista alguma coisa, vou te esperar lá fora. Saímos em dez minutos.

- Dez minutos? Mas é pouco tempo para me arrumar. Como acha que fico bonito desse jeito? – Disse o mais alto, sorrindo alegre, apontando para o próprio corpo. O senso de humor dele me contagiou e entrei na brincadeira.

- É realmente deve demorar mesmo para escolher entre uma blusa da Gucci e uma da Calvin Klein, porém sinto muito em lhe informar, meu amigo, que estamos no Havaí e não num desfile de moda. Agora, vista uma blusa florida, uma bermuda branca, um chinelo confortável e vai estar vestido de acordo com a proposta do local.

Taehyung fingiu uma risada, sorriu e depois concordou. Já vestidos, saímos do quarto e fomos em direção a recepção do hotel, onde encontramos alguns dos nossos familiares esperando o instrutor da viagem. Eram em tornou de mais ou menos quinze pessoas, contando comigo e com meu mais novo amigo. Olhei ao redor, preocupado se você estava ali, mas não estava e não soube ao certo se ficava aliviado ou decepcionado, porque por mais que não quisesse falar contigo e também não quisesse ver a cena dos noivos juntos, ainda valia a pena continuar te observado de longe. Principalmente pelo fato de sempre acabar pegando, no flagra, você olhando para mim.

Não demorou muito e logo o instrutor chegou e nos encaminhou para entrarmos no mini ônibus para fazermos o tour pelo Havaí.

O céu estava limpo sem nenhuma nuvem e o dia estava muito quente, chegando aos seus 40° graus e após duas horas, conhecendo os pontos turísticos, paramos num restaurante típico da região. Comemos uma comida chamada de Laulau, um prato típico havaiano que era basicamente folhas ao redor e pedaços de porco e peixe no centro. Você teria gostado desse prato, sempre gostou de peixe...

A hora seguinte foi extremamente tranquila, calma e engraçada. Taehyung sabia mesmo como animar alguém e era um ótimo ouvinte. O rapaz era de Daegu, tínhamos a mesma idade, também tinha irmãos e agora trabalhava como fotógrafo, embora tivesse sido chamado para ser ator e para ser modelo também. Estava solteiro, mas tinha as suas paqueras e tinha uma mente aberta para o seu tipo sexual e não se considerava nem hétero e nem homossexual, e, no momento, pensava que não precisava escolher sua sexualidade, já que estava feliz assim.

- Então me fala mais de você Jimin, você passou quase uma hora ouvindo somente eu falar da minha vida.

- Bom, não tem muito o que dizer. Trabalho em um escritório de advocacia, moro sozinho em uma casa na capital, não tenho namorado e ao contrário de você, não tenho paqueras.

- Só? E os seus sonhos? E sobre sua família? - ele perguntou.

- Minha família é pequena e complicada, diria. Agora meu sonho é ser rico e não precisar trabalhar e ficar cansado de tanto fazer compras. – Respondi parando de andar e o olhando para ver sua reação. Este me observou e começamos a rir juntos. - Brincadeira. Gosto muito de dançar, sabe? A música me leva em outra dimensão e me faz esquecer os problemas por algumas horas. Amo música contemporânea e fiz Ballet quando era mais novo...

- E por que não continuou dançando?

- Porque... Sabe que não sei. Acho que devido a responsabilidade de estar morando sozinho. Precisava de dinheiro para pagar as contas e, vamos ser sinceros, um dançarino não ganham muito bem, a não ser que seja famoso, mas não é o caso.

Continuamos a caminhar, porém logo o passeio foi interrompido, quando o instrutor da viagem nos gritou.

- Ei! - Paramos e olhamos para trás. - Precisamos ir embora, aconteceu alguma coisa no Hotel.

Quando escutei isso senti uma pontada forte no meu peito. Parecia que algo ruim tinha acontecido contigo e se essa minha intuição estivesse certa, iria me sentir muito culpado pelo resto da vida por não ter te escutado, por não ter dado uma oportunidade de você se explicar. Meu coração começou a ficar acelerado e confesso que a vontade de chorar veio quase que instantaneamente, mas me contive, não sabia o que de fato tinha acontecido e não queria me precipitar.

Saímos correndo da praia, onde estávamos caminhando que era próxima ao restaurante e entramos no automóvel. O motorista deu partida assim que o instrutor terminou de fiscalizar o ônibus para ver se todos estavam ali e depois de mais duas horas, chegamos finalmente no hotel que estava aglomerado de gente. Estava aflito por não saber o que tinha acontecido e você não atendia o celular.

Quando cheguei na recepção vi algumas pessoas chorando e uma delas era a nossa mãe.

- Mãe, o que aconteceu? Por que está todo mundo aqui e por que a senhora está chorando? – Questionei a olhando atentamente e a abraçando em seguida.

- O Yoongi...

- O que tem ele? Onde ele está? Ele está bem? – A tirei do abraço e olhei no fundo dos seus olhos. - Mãe, fala!

- Ele...

Dear BrotherOnde histórias criam vida. Descubra agora