Diário - Yoongi
No dia seguinte acordei feliz, muito feliz, mas logo essa felicidade acabou quando a razão veio à tona e me deu puxão de volta para a realidade. A cena do beijo estava cravada em meu cérebro, coração e alma. Tudo que eu olhava me lembrava o beijo, me lembrava ele. Era como se Park Jimin estivesse em tudo ao meu redor.
Quando sai do quarto, fechei a porta para ir ao banheiro e percebi que o mesmo ainda dormia, pois a porta de seu quarto estava fechada, então desci para fazer o café da manhã. Porém não precisei fazer nada, pois quando caminhei para a cozinha vi a mesa já posta com pães, leite, uma jarra de café fresco, frios e algumas torradas acompanhadas de geleia junto com um papel escrito pela nossa mãe, dizendo que teve uma emergência no trabalho e que não sabia a hora que ia chegar.
Dei de ombros, pois não era a primeira vez que isso acontecia e me sentei para finalmente comer, mas antes mesmo que pudesse colocar a comida no prato a campainha tocou, o que me deixa confuso, porque não estava esperando ninguém e até onde sabia Jimin estava dormindo então também não estava esperando visitas.
A verdade era que deveria ter ignorado a campainha e ter continuado a minha primeira refeição do dia, já que quem estava a porta era Chul-moo.
Chul-moo foi um cara que conheci há uns meses atrás. Ele me pareceu legal e carinhoso, mas isso foi mudando conforme o passar do tempo e descobri que na verdade ele era um idiota e que o que senti por ele foi apenas coisa do momento e não era real, só físico. Era óbvio que queria o mandar ir embora e fechar a porta na cara dele, entretanto não consegui, digamos que a educação falou mais alto.
Então fui bem seco em relação às palavras e o convidei para que ele entrar, não porque queria, mas porque me senti obrigado a fazê-lo, visto que ele não parecia querer ir embora. E antes que ele pudesse colocar os pés dentro da casa avisei que não tocasse em nada, o mesmo assentiu e me seguiu até a cozinha. Ficamos em silêncio por um bom tempo, até que ele começou a puxar assunto, mas nem estava prestando atenção, só balançava a cabeça e pronunciava "Hmm", enquanto comia as torradas.
Minha mente estava em outro lugar, em outro momento, em outra data e em outra hora. Como queria poder voltar no passado para aproveitar mais aquele momento que durou tão pouco.
Quando me dei conta Jimin já estava acordado, vestido e parado na escada olhando para Chul-moo.
- Oi Jimin. Esse aqui é o Chul-moo. – O apresentei, embora soubesse que o mais novo já o conhecia, mas foi a única coisa que consegui dizer naquele momento.
- O que você está fazendo aqui? - Jimin perguntou se referindo ao grande embuste sentado ao meu lado.
- Nada demais, só estou aqui porque o meu namorado me convidou para tomar café da manhã junto com vocês. – Respondeu o moreno e me deu um selinho.
Não imaginei que o idiota fosse fazer tamanha besteira na frente de logo quem. O empurrei para longe de mim e olhei para Jimin, avaliando sua expressão de ódio mortal, mas não sabia se era de mim ou do ser humano que tomava o copo de café tranquilamente como se nada tivesse acontecido.
Quando ia começar a explicar que era mentira e que não era nada daquilo, Jimin disse:
- Podem tomar café da manhã sozinhos. Perdi o apetite. - Levantei para ir atrás dele, mas Chul-moo segurou meu braço e me perguntou:
- Aonde você vai meu anjo?
- Não te interessa. O que deu em você? Por que disse aquelas coisas?
- Sei lá, porque quis. – Respondeu ele despreocupado, dando um sorriso de lado e me soltando.
- Por que me beijou? Quando disse para não tocar em nada, eu estava incluso nessa lista. Agora vai embora, já fez merda o suficiente.
- O que? Qual é? Vai ficar assim só por causa daquele seu irmãozinho idiota?
- Para sua informação, esse meu irmãozinho idiota beija melhor que você, então, por favor, saia, antes que eu te jogue a pontapés.
Percebi a cara de confuso que ele fez quando disse aquilo, mas como a inteligência não era o seu forte, este ignorou e perguntou:
- Vai mesmo expulsar seu namorado?
- Cara, acorda! Você não é meu namorado e nunca foi e nunca será!
- Como assim? E todas as vezes que nós...
- Sim. – Afirmei o interrompendo. - Era só sexo e nada mais, agora vai embora, por favor, já estou perdendo a paciência.
O mesmo não disse nada, apenas abaixou a cabeça e foi embora.
Não ia correr atrás do Jimin até porque ele já devia longe. Por ter perdido tempo com aquele ser humano desprezível, fiquei em casa. Quebrei alguns pratos e copos o atacando na parede por tamanha frustração e ódio de ser tão estúpido.
Como a vida me odiava! Nada dava certo!Já sofria pelo simples fato de sermos irmãos. Isso me impedia de poder tocá-lo como queria, de ser algo a mais e agora teria que lhe dar com Jimin me odiando por um bom tempo.
Estava realmente muito frustrado, mas mesmo assim ainda tive a capacidade de fazer uma burrice ainda maior. Uma que fez Park Jimin me odiar pra valer e até o levou a sair de casa.
Naquele dia, liguei várias vezes para o celular do mesmo e nenhuma das chamadas foi atendida, pois seu aparelho estava desligado. Era bem óbvio que ele não queria me ver nem pintado de ouro e isso fez uma súbita raiva emergir em meu corpo.
A bebida era uma das minhas atividades preferidas e naquele momento, ela pareceu tão convidativa e acabou se tornando minha aliada. Sua propaganda incluía efeitos colaterais como ter uma leve brisa e, se tiver sorte, uma leve amnésia e era tudo o que eu precisava no momento.
Depois de beber tanto que nem lembrava mais como soletrar meu nome sem cair na gargalhada, liguei para Chul-moo, só ele poderia satisfazer o que queria.
Sim, ele apareceu ainda mais bêbado que eu e fomos para o quarto. Lá aconteceu o que não deveria ter acontecido, mas o pior de tudo era que não o desejava, não o queria ali. Queria ele e por não poder tê-lo, optei por idealizá-lo. Imaginei Park Jimin, ali, comigo.
Queria poder gemer o nome dele, mas não podia, então forcei minha garganta a dizer outro nome. Um nome que me deu um gosto amargo na boca quando o pronunciei.
No dia seguinte, quando acordei, Jimin já estava com as malas arrumadas e se despedindo de nossa mãe. Foi uma confusão enorme em minha cabeça, porque ele não podia ir embora! Não podia me deixar!
- O que está acontecendo? - Perguntei ficando ao lado de nossa mãe. A mesma estava o observando pegar as malas em seu quarto.
- Boa tarde dorminhoco. Jimin está se mudando. Estou tão orgulhosa do meu bebê. Você devia fazer o mesmo!
Em outros dias iria fazer um comentário sarcástico e irônico dizendo que ela estava jogando farpas para eu ir embora também, mas naquele momento estava completamente infeliz por saber que não o verei todos os dias. Que não iria espioná-lo enquanto dançava e cantava suas músicas favoritas, mas não podia prendê-lo a mim. Seria egoísmo demais.
A despedida foi ainda pior, se é que isso é possível, pois foi aí que percebi o quanto Jimin estava chateado comigo. Vi a decepção em seu olhar e foi pior do que qualquer soco, murro ou chute que eu pudesse levar. Ele se despediu de nossa mãe dando um abraço e quanto a mim, foi apenas um aceno de cabeça.
Queria abraçá-lo e pedi-lo para ficar, porém não me dei ao luxo disso e apenas o observei pegar um táxi e ir embora.
Me odeio até hoje por isso ter acontecido.
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Dear Brother
Fanfiction[ FINALIZADA] [YOONMIN] Os anos passavam e cada vez mais aumentava o desejo de querer tocá-lo, mas não podia. Era muito errado! Como Park Jimin podia sentir uma atração tão forte pelo próprio irmão? Entretanto o objetivo agora era saber se ele, Min...