Diaries - 9

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Diário Yoongi

Após a partida de Jimin para sua nova casa, comecei a repensar em tudo que tinha acontecido em tão pouco tempo.
Nos beijamos pela primeira vez. Chul-moo apareceu e ainda o ajudei a estragar o que mais prezava, ter o Jimin por perto, nem que fosse somente como irmão, pois sua presença já conseguia preencher noventa por cento do vazio do meu peito e depois que ele foi embora, parecia que nada mais fazia sentido!

E simplesmente não aguentei. O liguei várias e várias vezes, mas o mesmo nunca me atendia.

Sem saber como ele estava, sem saber o motivo correto de ele ter ido embora, sem ao menos termos nos despedirmos direito, estava ficando maluco! Precisava no mínimo escutar a sua voz.

Então resolvi ir em sua casa.

Poderia dizer que estava feliz por estar indo encontrá-lo, e realmente estava, porém havia muito mais do que felicidade. O nervosismo estava presente também. Minhas mãos estavam suando, minhas pernas estavam estáticas e por diversas vezes meu cérebro cogitou a ideia de ir embora e não procurá-lo mais, mas eu tinha que saber... Tinha que vê-lo de novo!

Confesso que conseguir o endereço de Park Jimin foi mais difícil do que fazer audição para as empresas.

Passei a noite toda em claro pensando no que ia dizer, no que ia fazer e quanto mais pensava, mais triste ficava, porque sabia que estava errado. Beijá-lo foi um erro, pois o dei expectativas que não poderia dar. Não podia dar o que ele queria. Simplesmente não podíamos.

Ao encontrar a casa, cujo a porta de madeira escura continha o número 163, toquei a campainha, orando mentalmente para que fosse o endereço certo e que minha mãe não tivesse se enganado e posto o nome da rua ou o número errado.

Quando ele abriu a porta, sua expressão facial não era das melhores. Era um misto de susto com um "O que você está fazendo aqui?" e ok. Eu merecia.

Quando seu olhar chegou aos meus, me odiei por estar tão inapropriado visualmente. Com certeza meus olhos carregavam uma áurea triste e estavam inchados. Além do meu nariz estar vermelho e meu cabelo um pouco bagunçado, mas nada impediu que meu sorriso abrisse assim que vi aquele rosto. Assim que vi aquele lábios carnudos, aquelas bochechas, aquele cabelo liso que sempre estava com uma cor diferente, que no caso estavam tingidos de preto.

Eu o abracei, mas ele não retribuiu. Aquilo fez meu coração quebrar em sete milhões de pedaços. Jimin estava tão magoado assim?

Neste momento juro que pensei mesmo em ir embora. Estava mais do que claro que ele não me queria ali, porém tinha ido com um propósito e não iria desistir tão fácil.

Me desvinculei do abraço, meio sem jeito e pigarreei para aquele momento constrangedor.

- Então, como você está? - Perguntei colocando a mão dentro dos bolsos da calça. Um ato que costumava fazer quando estava nervoso.

- Estou bem. - Ele respondeu meio ríspido. O mesmo olhou para os lados e percebeu que não iria embora, então abriu passagem e me convidou para entrar.

A casa era pequena, mas muito aconchegante. Estava claro que era alugada. Jimin não tinha reservas para comprar eletrodomésticos daquele porte, e se tivesse, teria saído de casa mais cedo.

A porta de entrada dava acesso direto à sala, que tinha um conceito aberto com a cozinha. O sofá era em forma de L, perto de uma janela bem grande, que dava muita iluminação natural para o ambiente. As paredes estavam pintadas de um cinza-azulado claro e os móveis que tinham ali eram, em sua maioria, compostos de madeira. Porém o que me chamou atenção não foi a decoração minimalista e elegante, nem o teto com moldura de gesso extremamente bem feito, nem a forma estratégica como os móveis estavam postos para dar amplitude e espaço para o local, mas sim os quadros de fotos que estavam numa prateleira do painel da TV.
Haviam fotos da nossa pequena família. Fotos da nossa mãe conosco, de seus amigos, mas havia uma foto nossa.

Dear BrotherOnde histórias criam vida. Descubra agora