Tamanha beleza incomparável, igual não há. Sorriso iluminante, olhar radiante. Pele macia e cabelos como lã de ceda. Tua boca... há ternura exuberante, corpo igual ao teu não há, amada, desejada, sortuda, mas inatingível. Sempre tratada como uma deu...
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Havia uma luz branca e extremamente forte que me impedia de abrir os olhos completamente. Eu sentia uma dor dilacerante dentro de mim, como se houvesse fogo me queimando por dentro, barulhos altos eram ouvidos ao meu redor, estava cercada de pessoas com máscara e roupas verdes.
Senti uma pontada forte o que me fez curvar a cabeça para frente e gritar alto, minha garganta doía e eu mal conseguia respirar. Eu me sentia cansada demais e desesperada em saber o estado do meu filho.
Minha cabeça tomba para o lado e no mesmo momento um médico enfia uma enorme agulha em minha veia. O mesmo saí da minha frente me dando a visão de Alessandro logo atrás de uma grande janela de vidro, sendo segurado por Vincent que parecia também em total desespero. Por um momento Alessandro se soltou e bateu fortemente no vidro da janela.
Ouço o barulho alto dos aparelhos e sinto meu corpo tremer. Alessandro consegue invadir a sala, no mesmo momento que o barulho fica mais alto. Os médicos ficam agitados e mais uma vez sinto a dor dilacerante na barriga. Minhas pálpebras pesa e eu não consigo mais ficar acordada, sinto as mãos de Alessandro tocando as minhas. Ele gritava, me sacudia, todavia eu não conseguia reagir.
- Angelina. Meu anjo, continue acordada. - Alessandro pedia desesperadamente enquanto uns dos médicos tentava o tirar da sala.
- Vamos fazer a cesária, ela não tem força suficiente para empurrar! - ouvia alguém gritar, o que me fez apertar a mão de Alessandro.
- Isso pode custar a vida deles dois!
Alessandro olhou para o médico alarmado, ele me devolve um aperto ainda mais forte.
- Faça o possível e o impossível para salvá-los. - Vejo o exato momento que inúmeras lágrimas descem sobre a face de meu marido.
Meu coração chega a apertar com toda situação. Esse seria meu fim? Depois de anos desejando a morte de forma menos dilacerante, finalmente terei meu fim? Da pior forma possível, tendo o meu primogênito? Meu único bebê! Eu não tinha mais força, eu não conseguiria.
- O BEBÊ ESTÁ MORTO! - ouço alguém gritar.
Meu coração dispara e sinto o suor frio descer sobre minha face. Não podia ser!
Não!
Não!
NÃO!
Não seria o quarto! Eu não teria outro filho morto! NÃO! Eu não aceitaria esse fim. Fechei fortemente meus olhos, rezando para que tudo fosse apenas uma ilusão.
Foi quando ouvi um barulho e logo em seguida um choro fino, um choro tão reconfortante e baixo. Um grande sorriso brotou em meus lábios junto de uma lágrima que desceu no cantos dos meus olhos.
Senti o tremor ainda mais forte em meu corpo, e não consegui respirar. O barulho do monitor se fez presente novamente em um barulho extremamente alto.
