O Vidente de Possibilidades [Parte 2 de 2]

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Jack considerou o que o Vidente tinha acabado de dizer. Seu sentimento inicial de revolta estava enfraquecendo lentamente. Ele parou e então, pela primeira vez, pôs os dedos no teclado e  respondeu diretamente ao Vidente.

O que você quer que eu faça agora?

Conforme os anos foram passando, Jack fez cada favor que o Vidente pediu, e, como o vidente tinha prometido, Jack foi recompensado por suas ações calorosamente cada vez. As recompensas muitas vezes vieram de maneiras inesperadas e interessantes. Uma das experiências mais memoráveis para Jack aconteceu cerca de 2 anos depois que ele concordou em ajudar o Vidente pela primeira vez.

Jack, eu preciso que você vá ao centro amanhã. Entre na Garmin's Liquor exatamente as 12:37. Um homem te fará uma pergunta. A resposta que você deve lhe dar é: "vinte e sete".

 Como sempre, as instruções do Vidente eram simples e diretas, porém misteriosas. No dia seguinte, como solicitado, Jack entrou na loja. Na frente dele, um trabalhador corpulento da construção estava no balcão preenchendo um bilhete de loteria.

- Vejamos aqui - disse o trabalhador da construção -, meu aniversário, que é dia 15, o da minha esposa, que é dia 24, e a idade dos meus filhos, dois, dez e treze. - O homem coçou a cabeça e olhou ao redor, mirando Jack. - Ei, parceiro. Preciso de um número, tem algum aí pra mim?

Jack sorriu.

- Vinte e sete - ele disse.

- Sério? Eu tava pensando eu por trinta e cinco. Mas quer saber, eu fui com a sua cara, vamos de 27. - Com isso, o homem completou o folheto e pagou pelo seu tíquete de loteria. - Té mais, parceiro! - ele disse alegremente, dando uma palmada no ombro de Jack no caminho até a porta.

Jack tentou não pensar mais no que aconteceria a este homem. "Só deixe essas coisas rolarem, Jack. Você nunca adivinhará como essas coisas acabarão, apenas deixe-se ser surpreendido." o Vidente o aconselhou. Ainda assim, era impossível não se perguntar sobre essas coisas de vez em quando. Ele sabia, considerando o jeito como o Vidente trabalhava, que não havia qualquer maneira dele realmente ter ajudado este homem. Mas ter dado um número de loteria errado? Isso era muito simples para o Vidente. E ele não conseguia imaginar que tinha realmente dado a ele o número vencedor. Então foi assim que Jack ficou surpreso, quando, duas semanas depois, encontrou com o mesmo homem de novo, dessa vez no mercado.

- Ei, parceiro. É você! Eu me lembro de você! - De fato, o homem parecia como um milionário. Vestindo roupas novas, um novo relógio de ouro, um grande sorriso idiota. O homem caminhou até Jack. - Eu achei que nunca mais ia te ver. Mas estou feliz que esteja aqui, eu não poderia vencer sem você. Olha, deixa eu pagar essas coisas pra você. Não, espera, não é o suficiente. Você é meu amuleto da sorte. Eu sempre devo pagar as pessoas bem, isso que minha mãe me diz.

Levando a mão até seu bolso, o homem tirou seu talão de cheques e prontamente escreveu a Jack um cheque de dez mil dólares. 

 - É o mínimo que posso fazer pelo meu amuleto da sorte.

Após agradecer ao homem, e se sentir um pouco confuso pela coisa toda, Jack correu até em casa para seu computador. Depois de liga-lo, a escrita do Vidente apareceu na tela. 

Bom, Jack, como é se sentir dez mil dólares mais rico?

- É bom. Mas eu não posso deixar de me perguntar, nós nunca ajudamos ninguém antes. Por que começaremos agora? - Jack fez a pergunta com uma pontinha de culpa. Ele nunca gostou de admitir que as pessoas estavam sendo machucadas por suas ações, mas neste caso, sua curiosidade superou quaisquer sentimentos ocultos de culpa.

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