Não Há Punição no Inferno: O Diabo Ama os Pecadores

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- Ah, cara, eu simplesmente amo pecadores como você. Você vai amar esse lugar - um homem exclamou, quando eu me levantei, meio grogue, e fiquei em pé.

- Quem é você? - eu exigi.

- Ora, eu sou Satanás, é claro - ele respondeu com uma voz tingida de alegria maníaca. As feições do homem pareciam mudar continuamente: olhos castanhos para cinza, lábios carnudos para finos.

- Você não tem perguntas?

- Eu tô… no inferno?

Era uma pergunta intuitiva, mesmo se ele não tivesse um par de chifres como comumente representado, eu sabia que ele era o próprio Diabo.

- Claro que sim. Você pensou que um homem que matou sua esposa e sua filha realmente acabaria no céu?

Meu coração estava pesado. Mas eu esperava isso. Fechei os olhos e esperei o Diabo declarar meu castigo eterno. O Diabo riu, um som como facas raspando uma na outra.

- Não se preocupa, bobinho, não há punição aqui. Eu amo os pecadores demais pra isso. Não verdade, aqui você pode se entregar aos pecados que cometeu.

Vendo a minha confusão, ele estalou os dedos e nós fomos engolidos por uma nuvem de fumaça negra.

A primeira coisa que notei foi o cheiro. O odor podre parecia atacar meus sentidos. Examinei a área enquanto beliscava meu nariz. Um imenso lago cheio de líquido de aparência repugnante estava diante de mim, enquanto carcaças de gado estavam espalhadas no chão.

Ouvi um barulho estridente, o vômito subindo pra minha garganta. Um homem mórbido e obeso estava se banquetiando nas carcaças.

- Essa é uma das minhas áreas favoritas. Pelo pecado da gula, você pode comer o quanto quiser.

Outro estalo.

Estávamos no que parecia ser uma selva espessa. Homens e mulheres se deitavam nus, da terra até os galhos, olhando vagamente para o nada.

- É, não há muito o que ver aqui, honestamente. Apenas um monte de preguiçosos.

A fumaça então nos levou a um mar de pessoas. As câmeras piscaram enquanto se empurravam, aparentemente desesperadas para chegar a um destino. O Diabo apontou para algum lugar distante. Somente quando apertei os olhos, notei um homem sendo passado pela multidão, apenas para alguns perderem o equilíbrio e o derrubarem, recebendo muitos gritos de terror.

- Viu aquele cara? Uma cabeça cheia de orgulho e amor pela fama ele tinha. Então eu dei a ele exatamente o que ele queria. - Ele parou um momento, antes de bater nos lábios e continuar. - Hmm, acho que é hora de ver o que acontece com o pecado da Ira, não é?

Eu senti o meu estômago revirar, meu coração se enchendo de pavor.

Quando a fumaça desapareceu pela última vez, vi minha filha empalando o corpo sem vida da minha esposa, chorando impotente e olhando pra mim com olhos suplicantes.

- Cara, esse lugar é ótimo. Você vai beber muito mais do que quando estava vivo, e vai até se inforcar de novo e de novo, sempre que o ciclo se repetir.

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