back to you | sammy wilk

✦ 23 | amigos?

— Oi, Nicki, posso falar com você? — Samuel me parou no corredor após o sinal ter batido, enquanto saía de sua sala. Ele trocou olhares comigo e com o escroto, praticamente grudado em mim, mais conhecido como Chris Miles.

As aulas haviam voltado.

Eu mal tinha colocado meus pés em LA High School e já estava com vontade de correr para casa. Desta vez, não apenas por estar com preguiça de ver as mesmas pessoas chatas e os mesmos professores rabugentos, mas porque eu estava namorando — e não queria estar.

Antes que eu respondesse, Brooklyn Harris passou por nós, sorrindo para ele.

— Olá. — Nos cumprimentou. Sorri também. — Vamos, Sam?

Sam?

— Pode ir na frente que te alçando. — Ele sorriu de volta e ela concordou, continuando seu caminho. — Então, Nicki?

Chris apertou minha mão com um pouco mais de força, demonstrando que não estava feliz com isso.

— Posso saber o que quer com a minha namorada?

Nesta altura, os alunos por ali já prestavam atenção. Eu odiava ceninhas como esta.

— Miles, deixe de ser inseguro. Eu sei que ser corno faz parte da sua vida e tudo mais, porém confie na Nicki. Quero apenas trocar uma palavra ou duas com ela rapidamente.

Os olhos de Miles pegaram fogo, enquanto ele partia para cima de Samuel. Entrei na frente antes que uma briga realmente acontecesse, engolindo o bile que subiu à garganta, dizendo as palavras mais falsas da minha vida:

— Babe, vai ser rápido, tudo bem? É apenas uma conversa. Me espere aqui na porta, por favor? — Joguei meus braços por seu pescoço e beijei sua bochechada, tendo vontade de vomitar.

— Tudo bem. — Murmurou contragosto.

Eu e Sammy entramos novamente na sala, já vazia. A verdade é que eu estava aliviada por ter alguns segundos longe do meu... Namorado, mas não podia demonstrar isso, então fiz uma careta para Wilk.

— Diga logo. — O apressei.

— Só queria te pedir desculpas por me meter de um modo desnecessário na sua vida. Você sabe o que faz. Além do mais, somos ex namorados. Sinto muito por ficar atrás de você esse tempo. De qualquer modo, acabou a perseguição. Desejo felicidades ao seu namoro, de verdade mesmo. Finalmente entendi que nós somos passado e seria muito melhor seguirmos sem dramas, sem mensagens bêbadas, sem discursões. Amigos?

Ele estendeu a mão, sorrindo tranquilamente.

Foi como um soco no estômago.

Sua voz parecia tão verdadeira que forcei meus olhos a não encherem de lágrimas.

Por que caralhos eu estava desse jeito? Era isso que eu queria o tempo todo! Que seguíssemos em frente e ele fosse apenas parte do meu passado, e não deveria nem ter voltado para início de conversa. Sendo assim, eu seria a namorada perfeita de Chris até ele se cansar, e depois tudo voltaria ao normal, incluindo eu e Samuel convivendo em harmônia, como amigos, para variar.

Sorri, fazendo o possível para ser verdadeira, e pegando em sua mão.

— Amigos.

[...]

— O que ele queria? — Foi a primeira coisa que saiu da boca de Chris assim que estávamos fora da sala.

— E o que te interessa?

— Bem, você é minha namorada.

— Sua falsa namorada, imbecil.

Ele olhou para os lados, vendo que nos encontrávamos sozinhos no corredor. Quando seu olhar focou novamente em mim, pegou fortemente em meu braço, chocando minhas costas com os armários.

— Acho melhor você começar a me tratar um pouco melhor, Nicki. Caso contrário, eu acabo com essa linda chance que te dei para salvar seu amorzinho e uso aqueles áudios e fotos de uma vez!

Sem perder tempo, lhe dei uma joelhada no meio das pernas, empurrando-o no chão.

— Nunca mais encoste um dedo em mim, seu filho da puta! — Me abaixei para ficar cara-a-cara com ele, olhando-o com o máximo de raiva que eu conseguia. — Se você ousar repetir esta merda, além de te bater muito mais, eu vou na polícia na mesma hora e esqueço essa chantagem ridícula! Estamos entendidos?

Minha vontade era jogar tudo para o alto agora mesmo, mas eu ainda não havia pensando em nada para livrar o pescoço de Samuel e ferrar com a vida de Miles ao mesmo tempo. Então, teria que continuar aguentando esse ser humano desprezível na minha cola.

Sabia que estava sendo um pouco imprudente em irrita-lo desta forma com as informações que ele estava usando contra mim, mas de jeito nenhum eu abaixaria a cabeça e me submeteria a situações como esta. Nem mesmo por Samuel.

— Estamos entendidos, porra? — Repeti.

— S-sim. — Gaguejou.

— Ótimo.

Me levantei, indo em direção ao refeitório.

Seria um longo ano...