✦ 28 | as coisa mais loucas que já fiz.

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meses antes...

Não sei o momento exato que me apaixonei por ele.

Sou um bocado desatenta, mas, de um modo que eu não sabia explicar, tudo em relação à aquele garoto tinha minha atenção. Como ele conseguia? Era injusto pra caramba!

Nós nos conhecíamos há um bastante tempo. Tirei meu BV com Samuel aos quatorze anos, mas éramos apenas amigos até então, com dezesseis. Claro, alguns beijos em baixo das arquibancadas ou em lugares escondidos da escola e mãos bobas faziam parte do pacote, porém... Amor? Paixão? Onde eu estava com a merda da minha cabeça?

— Ei, linda. — Falando no diabo! — O pessoal vai almoçar no shopping hoje. Quer ir?

Do nada, foi como se eu esquecesse como se fala. As coisas mudaram depois que percebi que o amava. Antes, eu iria sorrir, piscar e responder com a maior tranquilidade do mundo, "Claro, gato". Agora, era como se minha língua pesasse uma tonelada e eu fosse engasgar só de falar um simples "Sim, quero".

— O gato mordeu sua língua? — Após esta pergunta, percebi que estava olhando para ele com cara de idiota. Senti minhas bochechas queimando. — Linda, está tudo bem?

Sammy chegou mais perto, provavelmente para me balançar ou checar se eu não estava a um passo de desmaiar — o que provavelmente era verdade. Não deixei que seu toque chegasse até mim, porque seria capaz de eu realmente desmontar. Apenas pigarreei, sorrindo timidamente.

— Sim. Tudo bem. Eu vou.

Desde quando você fala com ele de um modo tão robótico, sua imbecil?

Samuel franziu a testa levemente.

— Está realmente tudo bem?

Não, não está! Eu te amo. Esse é a porra do problema.

— Claro, por que não estaria?

— Chamei Loren para ir com a gente. Tem problema?

Tudo bem, agora eu realmente queria chorar.

Loren Martin não ia muito com a minha cara e gostava de Sammy. Se ele a chamou, é porque também se interessa por ela!

Quando eu ia responder alguma coisa, avistei o carro do meu pai chegando no estacionamento. Salva pelo gongo!

— Tenho que ir. Tchau, Sammy.

Mas eu deveria saber que o garoto não se contentava com saídas estratégicas, que eu era péssima em esconder sentimentos e que ele me conhecia demasiadamente bem para acreditar em respostas ruins, pois meu braço foi puxado levemente para trás.

— O que há de errado?

Apertei os lábios, sentindo meus olhos se encherem. Sou uma pessoa chorona. Qualquer mínima emoção além do comum me transforma em uma porra de uma fábrica de lágrimas ambulante!

— Você está chorando, Nicki? Pelo amor de Deus, fale comigo! — Seu tom era desesperado.

— Eu gosto de você. Gosto muito. Gosto do tipo amar. Mas não como se ama uma irmã, uma prima, um hamster, uma plantinha, um ídolo ou...

back to you | sammy wilk Onde histórias criam vida. Descubra agora