Capítulo XXI - Remetente

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"Querido George Deighton,

Minha estadia em Derbyshire pelos últimos 6 meses têm sido adorável! Sinto muito por não ter enviado uma correspondência posteriormente, contudo, estive muito ocupada pois todos os elementos de tal lugar são deveras formidáveis! Mal posso esperar até que o senhor venha até aqui; Sentirá que o paraíso está lhe recebendo da forma mais deleitosa.
Tenho tido tardes incríveis com minha tia, por todos os fins de semana visitamos seus amigos ou casarões abertos para visitações da era georgiana. Os vizinhos nos prestam companhia sempre que possível e conto com a presença de minha querida Ms. Kingston, titia supõe que será minha futura irmã pois espera o pedido de casamento da parte de Mr. Edward Kingston. Ao início demorei para me acostumar com os ares límpidos e a pureza em tons diversos de verde que vêm das árvores. Apesar dos acontecimentos que me cercam aqui, sinto falta do senhor, de meu pobre pai, e de todos que deixei em Manchester. Diga para Sophie que ela iria adorar estar aqui, e que sinto deveras falta dela como minha amiga.

Com amor, sua amiga Victoria."

Com pesar, deixou a carta aberta para que a tinta secasse até que pudesse a fechar. Não mentiu em uma só palavra de seu texto, embora a falta que sentia de todas aquelas pessoas fosse impossível se ser expressa em um simples pedaço de papel.

- Victoria!! Venha! - A voz de sua tia ecoou por toda a casa e a fez deixar com êxtase aquele recinto que antes estava escrevendo a carta. Agora tinha um quarto próprio, e não era tratada como uma hóspede comum, era uma moradora daquele local, Derbyshire se tornara um de seus milhares de lares. Desceu as escadarias espirais que ligavam o andar térreo até o primeiro andar da parte superior, onde estava. Encontrou Mrs. Coldwell acompanhada de Julia Kingston, que se espreitava com timidez ao lado da anfitriã que a guiava. Tinha uma face pálida entre os cabelos castanhos e lisos. Não era devidamente uma moça bela diante do ver social, embora Victoria não conseguisse enxergar feiúra nela. Seus olhos se destacavam pois tinham o tom celeste da íris de Edward, seu irmão, que já eram herança de seu pai, Sir Kingston. A moça se alegrou da forma que pôde ao ver Victoria, sua presença era um júbilo para qualquer um que a conhecesse.

- Gostaria de bordar algo Ms. Kingston? Sabe que adoro lhe ensinar as práticas de bordados! - Victoria com um semblante sorridente falou com a jovem que logo soltou-se de Mrs. Coldwell e tomou seu braço. Após assentir a sugestão de Victoria, foi levada até a sala de desenho, onde poderiam encontrar tranquilidade diante dos outros que estavam na casa.

- Ms. Victoria, meu irmão está sendo muito lento para propôr a senhorita em casamento! Temo que o momento jamais irá chegar, mas se realmente chegar, eu irei ter toda alegria do mundo em ser sua irmã! - Victoria sentou-se em uma das cadeiras de aproximação que estavam espalhadas naquele cômodo e riu diante do comentário da jovem. Também temia, mas sim o dia que Edward a pediria em casamento, e não poderia recusar após aceitar ser cortejada por tal após tanto tempo, talvez fosse seu destino carregar em seu nome "Kingston". Constante era acompanhada do rapaz para caminhadas nos vastos jardins de Derbyshire, já havia decorado todos os seus sorrisos com flores compostas de sentimentos inimagináveis, não estava devidamente apaixonada, entretanto, se fosse ter de esperar que alguém se colocasse por cima do que Hunt Pigeon representou para ela, esperaria para sempre.

- Não deveria se importar por estes assuntos, é algo que apenas ele e eu deveríamos ter em mente, não se preocupe minha querida, o destino providenciará o que ele acha o melhor. - Moveu as mãos para pegar os instrumentos de costura e deu uma parte dos que tinha para Ms.
Kingston.

- Sei disto! Mas a senhorita é um presente em nossas vidas, e eu estou certa que Edward a ama. - Iniciou a bordar flores em uma manta enquanto no rosto de Victoria foi implantado uma vermelhidão.

Victoria | Completo Onde histórias criam vida. Descubra agora