Capítulo 15

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O Rei McCloud estava furioso enquanto caminhava pela praça diante de seu castelo, a qual se encontrava lotada com soldados feridos e derrotados. Seus homens estavam deitados por todas as partes, gemendo, sangrando; aqueles que não estavam feridos estavam sentados no chão, abatidos. A visão era suficiente para deixa-lo doente. Já não importava saber que eles tinham acabado de ter uma centena de dias de vitórias sem precedentes e que no tempo de qualquer um de seus ancestrais. Agora, aqueles homens se lembrariam apenas de sua derrota; da perda de seus despojos e de seus escravos; de seus ferimentos e de seus irmãos perdidos. E tudo isso havia sido realizado pelas mãos de um garoto.

Era uma desgraça.

McCloud fez uma carranca enquanto marchava, chutando aleatoriamente soldados que estavam sentados no chão, empurrando outros e esbofeteando os feridos, tudo isso enquanto era seguindo por seu pequeno séquito de assessores, nenhum deles ousava falar com ele. Eles sabiam muito bem que isso seria um erro.

A mente de McCloud dava voltas sem cessar, pensando na causa de sua derrota, no que tinha dado errado, no que ele poderia ter feito diferente. Talvez ele devesse ter parado antes da última cidade: talvez ele não devesse ter se aventurado tão profundamente. Se ele tivesse retornado mais cedo, ele poderia ter regressado para o lado dos McClouds antes dele.

Mas ele tinha ido mais além, tinha tomado mais uma cidade, se arriscando em mais uma batalha.

Ele tinha calculado mal as defesas dos MacGils. Ele tinha certeza de que o novo filho MacGil, Gareth, era um fraco, incapaz de reunir uma boa defesa. Talvez as tropas tivessem lutado em forma independente de Gareth. Ele não entendia.

Acima de tudo, ele não compreendia aquele rapaz, Thor. Ele nunca tinha encontrado alguém como ele no campo de batalha, alguém tão poderoso. Ele simplesmente não tinha nenhuma maneira de se defender contra ele. 

Enquanto McCloud marchava pelo acampamento dos homens, ele sabia que uma rebelião seria inevitável. Cedo ou tarde, seus próprios homens que antes o tinham elogiado tanto, se reuniram e se levantariam contra ele, tentariam derrubá-lo. Em vez de ser conhecido como o maior dos reis McCloud, ele iria entrar para a história como o rei McCloud fracassado. Isso era algo que não podia permirtir.

McCloud tinha de antecipar isso. Ele seria mais duro, mais cruel com os seus homens, tão cruel que eles não se atreveriam sequer a pensar em uma revolta. Então ele iria criar outra estratégia e atacar os MacGils de novo e dessa vez, muito mais duramente do que antes.

Mas olhando para o estado lastimável do seu exército, ele não sabia como isso seria possível.

Ele sentia uma raiva enorme deles. Eles o haviam defraudado e ninguém o defraudava.

McCloud virou a esquina e marchou por mais uma fileira de soldados desanimados, logo ele viu diante de si a nova esposa de seu filho Bronson, a filha de MacGil, Luanda, ela estava no chão, amarrada junto com os outros escravos. Nela, ele finalmente encontrou o objeto de seu ódio.

Tudo veio de volta a sua mente: McCloud vinha desfrutando a garota imensamente quando Luanda o havia interrompido e tinha se lançado em cima dele. Agora era a hora de descarregar todo o seu mau humor sobre ela. Ele via nela o símbolo da desobediência de seus próprios homens. A esposa de seu próprio filho, tentando matá-lo e bem no meio de sua maior vitória. Era demais para que ele suportasse. Seu comportamento encorajaria os outros homens e agora, mais do que nunca, ele precisava enviar uma mensagem a todos eles.

McCloud investiu contra Luanda, quem estava deitada de costas com os olhos arregalados de medo, ela tinha os pés e mãos amarrados. Ele estendeu a mão armada com um punhal. Ela estremeceu quando ele se aproximou, pensando que ele iria feri-la, mas ele tinha outros planos. Ele estendeu a mão e cortou as cordas que a atavam. Ela se surpreendeu ao ser libertada por ele e parecia confusa, mas ele não lhe deu tempo para pensar nisso

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