Um Grito de Honra

Capítulo 37

Thor estava com a enorme comitiva da Legião e do Exército Prata; todos eles tinham acabado de retirar suas armas do Salão de Armas e reuniam seus pertences no quartel, preparando-se para deixar a Corte do Rei para sempre. Eles eram uma força enorme e crescente: Reece, O'Connor, Elden e os gêmeos se juntaram a Thor, Gwendolyn e Godfrey. Todos eles passaram seus momentos finais reunindo tudo o que podiam carregar. Todos eles caminharam juntos e cruzaram as grandes portas do salão, pela última vez, Krohn, ao lado deles choramingava.

O enorme grupo armado abria seu caminho para a Praça da Corte do Rei, em direção ao Portão.

Após cruzar o Portão, eles teriam acesso à ponte levadiça e à estrada que os levaria para longe da Corte do Rei para sempre. Enquanto eles marchavam, formando um pequeno exército, eles eram a própria representação do que seria a nova Corte MacGil. As pessoas se reuniam ao redor e assistiam a sua partida com os olhos arregalados de espanto e medo. A notícia da sua partida havia vazado e se espalhado e enquanto eles marchavam para fora da Corte, algumas pessoas assistiam espantadas, ao passo que outras se juntavam a seu grupo. Elas haviam decidido abandonar a corte de Gareth e ir com eles. Era de cortar o coração. Thor sentia que o reino estava despedaçando a cada passo que davam.

Quando se aproximaram do portão de pedra, da saída final, Thor deu uma última olhada por cima do ombro para a Corte do Rei, para aquele lugar que ele tinha aprendido a amar, a chamar de lar. Ele odiava que Gareth estivesse no poder; que ele tivesse arruinado aquele lugar e a vida dos que o habitavam; odiava que ele houvesse usurpado aquele lugar que tinha sido governado pelos MacGils por setecentos anos. Não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso.

Gwen apertou a mão dele, Thor olhou em seus olhos e pôde ver o alívio que ela sentia por estar partindo e por estar com ele. Ele sentia o mesmo. Pelo menos ela estava segura. Eles caminhavam juntos, de mãos dadas, com orgulho, andando através da arcada.

"Você acha que algum dia voltaremos?" Ele perguntou a Gwendolyn.

Ela olhou em volta tristemente.

"Eu não sei." Ela respondeu.

"Não com este rei." Reece se meteu na conversa. "Se alguma vez voltarmos, vai ser em nossos termos." De repente, uma corneta soou e pandemônio irrompeu em torno deles.

Thor girou com os outros e viu as pessoas esparramando-se em todas as direções quando um zumbido agitado espalhou-se pelas ruas. Vários mensageiros, sem fôlego, vieram correndo em direção a Thor e aos outros.

"A Espada!" Um deles gritou frenético. "A espada foi roubada!"

Uma exclamação indignada espalhou-se pela multidão, seguida por um longo murmúrio.

"Fale claramente, homem." Kolk gritou para o homem. "O que você quer dizer?"

"A espada do destino! Sumiu! E o Canyon — O escudo está desativado!"

Um grito indignado levantou-se pelas ruas, um grito de pânico, todos os soldados se viraram e olharam entre si. Thor podia ver o medo em seus rostos, ele sentia medo também.

O escudo estava inoperante. Todos estavam vulneráveis, indefesos. O Anel inteiro estava. Não havia mais nada se interpondo entre o Império e eles. Milhões de homens do exército do Império poderiam entrar, poderiam atacar a qualquer momento.

"Mas como isso é possível?" Reece perguntou.

"A espada do Destino permaneceu no Castelo Real por sete gerações!"

Godfrey exclamou.

"Seria preciso dez homens para erguê-la!" Brom gritou. "Para onde a levariam? Quem poderia levá-la?"