Um Grito de Honra

Capítulo 36

Erec cavalgava em seu cavalo Warfkin, pelo caminho da floresta, em direção ao Norte.

Finalmente, depois de todos esses meses, ele estava voltando para casa, de volta à Corte do Rei, dessa vez, ele estava acompanhado por sua futura esposa, Alistair. Ela ia montada atrás dele, agarrando-se a ele, como tinha feito durante horas desde que haviam entrado na densa floresta. Erec não tinha parado de galopar desde que ele a tinha resgatado do castelo daquele lorde, já que ele queria afastar-se o máximo possível daquele lugar.

Erec reconheceu aquele bosque: ele estava nos arredores de Savária, a quase um dia de viagem de distância e enquanto cavalgava entre as árvores frondosas, mais uma vez ele se virou e verificou por cima do ombro, querendo se certificar de que não estavam sendo seguidos. Eles não estavam. O horizonte permanecia vazio, tal como tinha estado cada vez que ele havia verificado naquele dia.

Pela primeira vez, quando entraram sob a cobertura das árvores, ele sentiu que podia relaxar.

Ele diminuiu a velocidade do cavalo. Pobre Alistair ela tinha estado agarrada ao seu peito por tantas horas, ele tinha certeza que ela poderia desfrutar um pouco de descanso. E o mesmo podia dizer-se dele. Ele estava mais do que exausto pela batalha intensa e pela cavalgada constante. Ele não dormia há dias e aquele parecia ser um bom lugar para parar.

Erec encontrou um lugar isolado e bem protegido, ao lado de um lago, protegido por árvores altas, cujos galhos balançavam. Ele parou diante do lago, desmontou do cavalo e estendeu a mão para ajudar Alistair a desmontar também. A sensação de sua mão, de sua pele macia o eletrizou quando ele a ajudou a descer do cavalo; ela parecia exausta, mas estava tão bela e nobre como sempre. Ele estava emocionado por estar ao lado dela depois de tantos dias de lutar por ela; depois de estarem tanto tempo longe um do outro; depois de quase perdê-la. Eles haviam estado muito perto do fim. Ele estava em êxtase por tê-la salvado de um destino terrível e ao mesmo tempo determinado a evitar que os dois se separassem novamente.

Enquanto os dois estavam lá, ela se virou e olhou para ele, as águas do lago se refletiam em seus olhos cheios de sentimento. Ela olhou para ele com amor e devoção e ele sentiu seu coração derreter. Ele sabia com toda a sua alma que tinha feito a escolha certa. Não havia no mundo outra mulher mais adorável, com a qual ele desejasse estar.

"Meu Senhor." Disse ela, olhando para o chão suavemente. "Eu não sei como lhe agradecer. O senhor salvou a minha vida."

Ele estendeu a mão, colocou um dedo sob o queixo dela, inclinou-se e beijou-a. Eles se beijaram por um longo tempo, seus lábios eram a coisa mais suave que ele já havia sentido. Ela inclinou-se, beijando-o com firmeza e acariciando suavemente o rosto dele, enquanto ele fazia o mesmo com ela. Ele estendeu a mão e alisou suavemente o cabelo dela para trás, traçando a curva de seu belo rosto. Ele nunca tinha visto alguém tão bonito, em nenhum lugar do reino. Ele mal podia acreditar na sorte que tinha ao estar com ela.

"Você não tem nada que me agradecer." Ele replicou. "Foi você quem me salvou. Você me salvou de uma vida vazia, de procurar em vão o meu amor."

Ela pegou sua mão e levou-o para o chão coberto de musgo ao lado do lago. Eles sentaram-se ao lado das águas cristalinas e quando o segundo sol começou a se pôr, ela se inclinou para ele e descansou a cabeça em seu ombro, ele passou o braço em torno dos ombros dela, segurando-a firme.

"Eu esperei por você todos os dias com ansiedade." Ela disse. "... Enquanto você competia em seus torneios. Quando eles me venderam como escrava, eu lutei com todas as minhas forças. Mas eles eram poderosos demais para mim. Eu chorei e chorei por dias, pensando apenas em você."

O pensamento rasgou Erec por dentro.

"Eu sinto muito, minha senhora." Ele disse. "Eu deveria ter previsto que o estalajadeiro lidaria com a senhora dessa forma. Eu deveria ter estado lá mais cedo para protegê-la."